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A situação das bolsas de pós da CAPES foi regularizada (a minha entrou hoje na conta), mas é importante dar atenção a isso ainda.
Juntei informações de colegas da pós no IFGW-Unicamp para fazer esse fio sobre o custo de vida do pós-graduando. #PagueMinhaBolsa
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Como só tenho informações do IFGW, todas as estatísticas aqui se referem ao custo de vida em Campinas, especialmente Barão Geraldo que é o bairro onde fica a Unicamp.
Juntei a resposta de pouco mais de 20 alunos do mestrado e doutorado.
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Vamos dar uma olhada aqui. Olhando apenas para o gasto com o aluguel das moradias, os alunos de pós-graduação gastam em torno de 810 reais por mês. Os de mestrado gastam em torno de 700 reais (IQR: 691 - 820) equivalente a 46.7% de uma bolsa CAPES/CNPq (IQR: 46.1 - 54.7)
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Já quem tá no doutorado gasta em torno de 1050 (IQR: 620 - 1117), ou 47.7% (IQR: 28.2 - 50.8) do valor da bolsa CAPES/CNPq de doutorado.
O IQR é o intervalo que cobre 50% da distribuição de gasto com aluguel. Imaginem isso como sendo a margem de variação nos gastos
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Adicionando nisso os gastos de contas de luz, água, gás, internet... que muitas vezes já são inclusos no contrato, o cenário de gastos para os mestrandos sobe de 700 reais para 850 (IQR: 800 - 900), ou 56.7% (IQR: 53.3 - 60.01) da bolsa CAPES/CNPq de mestrado
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Para os doutorandos, o cenário sobe de 1050 para 1213 (IQR: 755 - 1425), equivalente a 55.1% (IQR: 34.3 - 64.8) da bolsa CAPES/CNPq de doutorado. Isso são apenas os gastos de aluguel e contas, e metade da bolsa recebia já se foi embora.
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Dentre os alunos que me responderam, 30% ainda tinha nos gastos fixos mensais remédios que precisavam ser comprados para algum tratamento. Incluindo isso os gastos de mestrandos, em geral, sobe para 1000 reais, 2/3 da bolsa CAPES/CNPq. A mediana dos doutorandos não mudou
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Isso é sensível à minha amostra. A maioria dos que precisavam de remédios para algum tratamento eram os mestrandos. Isso não quer dizer que o cenário real é esse.
Como os gastos de aluguel mudam bastante a depender do tipo de moradia, também peguei a média e desvio padrão +
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Dos gastos de aluguel + contas por tipo de moradia. Como é de se esperar, morar em um apartamento ou casa gera gastos muito maiores do que morar em uma república. Ainda há variação que depende do local, tamanho, cômodos...
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E como resultado dessa diferença de preço de aluguel nas moradias, para os mestrandos repúblicas/pensionatos e kitnets são o tipo de moradia mais comum. Já para os doutorandos é mais comum ter apartamentos/casas.
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Lembrando que dos doutorandos com quem falei, boa parte já morava com seu conjugue e dividia os gastos da moradia.
Em torno de 55% da bolsa vai embora só para pagar o aluguel e as contas todo mês, tanto para mestrandos quanto doutorandos.
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Supondo que todo mundo ainda tome café da manhã, almoce e jante na Unicamp para diminuir os gastos (meu caso), onde custam 3 reais o almoço ou janta e 2 reais o café da manhã, de segunda a sexta, adicionamos 160 reais de gastos fixos por mês.
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Subindo a mediana dos gastos mensais fixos dos mestrandos para 1160 reais (77.3% da bolsa) e dos doutorandos para 1373 reais (62.4% da bolsa). Ainda sobram 4 finais de semana no mês para ter que comer em casa.
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Supondo também que o pós-graduando gaste 10 reais por almoço ou janta durante o final de semana (o que já é bem impossível em Campinas), isso somam 40 reais por final de semana, ou 160 no mês.
E lá se foram 88% da bolsa do mestrando e 70% da bolsa do doutorando.
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Nisso eu ainda to sendo o mais econômico e otimista possível. Sem contar nem o gasto de transporte. No final das contas, o dinheiro é extremamente contado, sem abrir margem para pagar algum imprevisto (como o freio da minha bicicleta que quebrou), pagar lazer, etc...
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⚠️Claro que isso que eu fiz tem suas limitações, provavelmente os integrantes da pós que pagam mais caro no aluguel são pessoas que possuem uma outra fonte de renda, ou que possuem dinheiro guardado.
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Poderia fazer isso coletando infos mais detalhadas, mas vai demorar e para isso seria bom ir atrás de pós-graduandos de outros institutos também.
O ponto aqui é começar a mostrar o custo de vida (sem contar com lazer) e como ele consome praticamente toda a bolsa +
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Que não tem um ajuste pela inflação desde 2013. Tudo isso para muitas vezes ter que trabalhar mais que 40 horas semanais. Eu e alguns amigos começamos a contabilizar o tempo que passo trabalhando no mestrado através de um app, no futuro quantifico isso também
E pra quem quiser saber o que eu faço no mestrado. Eu faço mestrado em astrofísica de partículas, uma área inclusive onde o Brasil colabora com vários detectores pelo mundo. Alguns deles com tecnologia que a gente mesmo fez.
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Eu vejo que muita gente não sabe como funciona a bolsa CAPES para pós graduação. Vou explicar o geral de como funciona para que todo mundo entenda o problema que está acontecendo.
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Sou aluno de mestrado e recebo bolsa CAPES. Como funciona isso?
Da seguinte forma: A gente assina o contrato da bolsa que nos garante 2 anos de financiamento totalizando 36 mil reais (1500 por mês). Pro doutorado são 4 anos de financiamento totalizando 105600 (2200 por mês)
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No contrato nós concordamos em não ter nenhum vínculo trabalhista externo. Logo, não podemos trabalhar por fora para complementar a renda. Além disso, caso não consigamos terminar o projeto nesses 2 anos (ou 4 para o doutorado), precisamos devolver a bolsa inteira.
1/9 For people outside of Brazil. More than 200.000 MsC/PhD students and 14.000 medical residents lost their scholarships this month. In the next tweet I put a translation of the official note emitted by the national institution responsible for the scholarships #PagueMinhaBolsa
2/9 Budgetary and financial restrictions imposed on CAPES
To the academic community, students and researchers linked to CAPES
(Updated on 12/06/2022 6:27 pm)
3/9 CAPES recently suffered two contingencies imposed by the Ministry of Economy, which forced it to immediately take internal prioritization measures, adopting as a premise the urgent need to ensure full payment of all scholarships and aid, +
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Um resultado muito legal que obtemos quando resolvemos a equação de Einstein para um buraco negro simples é o de que se olhássemos alguém caindo em um buraco negro, nunca veríamos a pessoa cruzar o horizonte de eventos.
Porque? Segue o fio🧵👇
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Para começar, vou introduzir um tipo de visualização que usamos muito em relatividade: o diagrama espaço-tempo.
Nele, o tempo é representado no eixo vertical, e o espaço no eixo horizontal. Um ponto nesse diagrama ele é definido por uma coordenada no espaço e uma no tempo
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Como nenhuma informação pode se propagar mais rápido que a luz, nenhuma informação pode atingir uma certa distância mais rápido do que a luz atingiria. Ao mesmo tempo que a informação viaja no espaço, ela viaja no tempo, então ela segue uma linha diagonal
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🧵👇É comum em artigos, vermos estes valores de "p" junto com os resultados, especialmente após o início da pandemia, quando vimos um boom de artigos em medicina, imunologia... Mas o que é esse p? Porque ele é importante?
Segue o fio (grandinho, tentei fazer mais completo)
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Esse p é o chamado p-valor. Para explicar o que ele nos diz, eu vou montar um exemplo aqui. Vamos supor que queremos medir a altura de indivíduos homens e mulheres em uma população. Para isso, sorteamos aleatoriamente 2 homens e 2 mulheres e medimos a altura deles
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Para ilustrar este exemplo, eu vou roubar, eu já sei que a média da distribuição de altura de homens no Brasil (em 2008 ao menos) era de 170.7 cm, e de mulheres era de 158.8 cm. Por simplicidade, vou supor um desvio padrão de 7cm para ambos. en.wikipedia.org/wiki/Average_h…
1/7 ⚠️🧵Atualização no acompanhamento de casos de COVID-19 na Unicamp com os dados do CECOM até ontem (17/06/2022).
A quantidade de alunos com covid continua em subida, hoje já temos mais alunos com COVID do que o pico de ômicron no início do ano. Mais informações👇
2/7 A quantidade de casos novos registrados toda semana também está aumentando mas parece ter dado uma desacelerada nas duas últimas semanas. Durante o pico da ômicron, o pico de casos registrados em uma semana foi mais alto, mas subiu mais rápido.
3/7 Agora, o pico de registro semanal ainda está mais baixo, mas tem subido por muito mais tempo. Na semana que vem veremos se essa desacelerada se mantém, caso se mantenha, é um bom sinal.
Felizmente, até o momento o CECOM não registrou nenhum óbito.
1/4 ⚠️🧵Quase esqueci essa semana. Atualização no acompanhamento de casos de COVID-19 na Unicamp com os dados do CECOM até ontem (03/06/2022).
A quantidade de alunos com covid continua em subida, quem ainda não tomou todas as doses, tome logo. Mais informações👇
2/4 A quantidade de casos novos registrados toda semana também está aumentando. Ainda mais devagar que durante a onda da ômicron, mas se continuar assim, imagino que várias atividades voltem ao modo remoto nas próximas semanas, portanto se cuidem, usem máscara novamente
3/4 No Brasil a 3ª dose tem uma adesão baixa, principalmente nas populações mais jovens de 20 a 40 anos. Imagino que dentro das universidades essa adesão seja maior devido à exigência para matrícula (gráfico do final de Abril, mas infelizmente as coberturas não melhoraram muito).