Para mim, #TheLastOfUs foi bem legal, mas acho um delírio coletivo essa quantidade de pessoas dizendo que se trata de uma série excelente.
A impressão que tenho é que os inúmeros elogios vem de pessoas que preenchem as lacunas da série com a experiência que tiveram no jogo.
A construção da cena final acabou sendo artificial. É uma cópia da cena final do jogo. Mas no jogo, o "depois de tudo que passamos" faz muito mais sentido.
Em The Walking Dead, quando somos expostos ao destino de Sophie naquela cena incrível e mega emocionante no celeiro, mesmo depois de uma segunda temporada terrível, essa cena emociona cada expectador. Fomos envolvidos com os personagens. A gente se importa com eles.
Em The Last of Us, quando a Ellie começa a listar as pessoas que morreram no decorrer da série, o expectador não tem o impacto emocional dessas perdas.
Essas pessoas são apresentadas e mortas em no máximo dois episódios.
Não dá para se envolver.
Boa parte das críticas positivas vem do fato de que "é igual no jogo". E eu acho que é apenas um fragmento do jogo.
O jogo é muito mais intenso. Muito mais impactante.
A experiência da série é uma experiência capada da experiência do jogo.
Por fim, eu duvido muito que essa quase unanimidade de críticas positivas ao final da série se manteria se o jogo não existisse.
Funciona muito bem no jogo pois a gente está muito envolvido. Na série, acho que pode deixar um gosto de algo incompleto para pessoas que não jogaram.
Ha pouco postei um tweet desacreditando as dúvidas quanto a veracidade dos exames do presidente. Mas decidi excluí-los depois de um bate papo com meu amigo Rodrigo (ele não tem twitter mas é melhor assim porque ele é muito chato).
Os exames que foram apresentados pelo presidente nem sequer carregam o nome dele. O argumento de preservação da imagem e segurança do presidente não me parecem fazer sentido para justificar crime de falsidade ideológica.
Nenhum brasileiro que apresentar exames com o nome "05" vai ter seu documento válido. Imagina, tomar posse ou apresentar exames admissionais no ato da contratação com um nome fictício no lugar do seu!
A PM do RJ agiu da forma como precisava agir. Tecnicamente, pode-se dizer que foi um sucesso, uma vez que nenhum refém saiu ferido. A PM está sim, de parabéns por isso.
No entanto, não devemos olhar para o desfecho desse evento e encarar como uma vitória digna de comemoração.
A ação do sequestrador foi um de uma grande violência. Mas o desfecho foi violento também. Foi contra o sequestrador... mas não é menos violento por isso.
Devemos nos sentir aliviados por pessoas sequestradas não terem sido feridas.
Mas comemorar esse desfecho seria uma celebração da violência como solução para se resolver o problema da... violência.
Não estou dizendo que o sniper não deveria ter atirado. Não estou dizendo que deveria se buscar outra alternativa.