Dragon Ball Super: Broly foi o pico da franquia em questões técnicas. É um filme espetacular, repleto de nomes talentosos e cenas impressionantes!
Bora relembrar mais sobre a produção dele?
Primeiramente, o aspecto que temos que mencionar é a troca do designer de personagens, que foi FUNDAMENTAL para o projeto. Tadayoshi Yamamuro foi sucedido por Naohiro Shintani, dando um ar completamente novo para a estética dos designs da franquia.
Shintani optou por uma abordagem mais limpa, com menos linhas e sombreamentos. Poderia mencionar como os designer de Yamamuro são problemáticos em si, mas esse não é o foco. O ponto é que o minimalismo de Shintani criou designs que davam grande liberdade aos animadores.
Shintani se destacou por ser um jovem talento dentro da Toei Animation, se mostrando um ótimo animador. Dar para Broly um toque jovem foi a escolha excelente, considerando que ele seria dirigido por alguém tão talentoso e ambicioso quanto Nagamine.
Falando nele, Tatsuya Nagamine foi o diretor escolhido para o filme. Tal escolha era mais do que justificada pelo quanto ele ajudou a melhorar o anime para TV de Dragon Ball Super, porém, Nagamine também apresenta um currículo rico na Toei. Um dos melhores diretores do estúdio.
Frames de impacto e "Umakoshi Eyes (quero ver quem conhece haha)" são marcas registradas de abordagens atuais e extravagantes que Nagamine adora. Dão um impacto bem característico de "fazer por gostar" no geral do filme. Um viés assim era algo que DBS precisava para se reinventar
Agora, vamos nos focar na animação do filme, que não é apenas boa, é EXCELENTE. São vários dos melhores nomes regulares da Toei Animation e freelancers se juntando em um projeto engajado por um excelente diretor e designs atrativos. O filme é empanturrado de cenas bem animadas.
Graças ao direcionamento de Nagamine e os designs e supervisão de Shintani, cada momento é fluido e expressivo. Cenas simples tem um esmero grande em seus movimentos.
Animador: Yukihiro Urata (浦田幸博)
Algo que marcou negativamente Super foi sua animação rígida, decorrente das limitações de seu cronograma e os designs de Yamamuro, deixando os principais destaques apenas para ação. Porém, Broly contempla várias cenas de atuação e gestos de personagens que são muito bem feitas.
O filme, em sua maior parte, é focado na ação, e essa ação começa de forma espetacular. Pois escolheram (sabiamente) uma das maiores estrelas do projeto para abrir com chave de ouro a ação principal do longa.
Esse é o momento de Yuya Takahashi (高橋優也)!
Antes de focar exatamente em Takahashi em si, é válido apontar novamente em como o design de Shintani foi uma dádiva para o filme, pois ele permite algo incrível: a liberdade de molda-lo conforme o estilo do animador da cena. Takahashi transpôs perfeitamente seu traço neles!
E sinceramente? Takahashi é um gênio. Sua coreografia é rápida e sua animação transmite grande peso nos golpes. Ele consegue mover personagens dando ênfase nas anatomias detalhadas e traços pesados.
Além de animar várias cenas em si, Takahashi também corrigiu cenas de outros animadores na posição de diretor de animação, que aprimorou o trabalho desses artistas. Atsushi Nikaido animou a cena abaixo, na qual as correções de Takahashi são bem visíveis.
Porém, o destaque dessa primeira parte da luta ainda fica para Ryo Onishi (大西亮). O animador simplesmente solou mais de 4 minutos de ação de alta qualidade. Onishi se mostrou o animador a melhor tirar proveito dos designs de Shintani, pelo seu estilo de animação flexível.
Para muitos, essa é a melhor cena em animação de toda a franquia Dragon Ball. Além disso, é com certeza o trabalho mais impressionante da carreira de Onishi. Um feito espetacular do animador!
Outro nome que mostrou grande proveito na base estética criada por Shintani foi Naoki Tate (舘直樹). Além de um trabalho sólido como diretor de animação, Tate teve total liberdade para mostrar seus dotes na animação de atuação, dando ênfase a pequenos movimentos e detalhes.
Gogeta Vs Broly então começa, com um show de vários animadores impressionantes. Naotoshi Shida (志田直俊) reafirma algo dito com Takahashi. Os designs de Shintani são bem limpos, mas perfeitos para a adição de detalhes pesados. O trabalho do animador aqui é excelente.
Falando em detalhes pesados, Chikashi Kubota (久保田誓) se tornaria o designer do próximo filme, dando uma "palinha" de como seria sua abordagem na cena que animou em Broly. Ele, assim como outros nomes, se destaca pelos desenhos complexos em conjunto de uma animação fluida.
E por falar em freelancers de peso, Yuki Hayashi (林祐己) chega para entregar uma das cenas mais carismáticas do filme em idiossincrasia. Todo o exagero pelas expressões, movimentos, efeitos e impactos dá um destaque único para sua cena.
O Kamehameha final foi animado por um dos maiores companheiros de Nagamine. Um animador freelancer que sempre esteve ajudando o diretor em diversos projetos. Um dos melhores veteranos da indústria: Yoshihiko Umakoshi (馬越嘉彦).
Uma cena incrível, carregada do estilo do animador
Dito tudo isso, fica claro que Dragon Ball Super Broly é um marco eterno na franquia, reunindo uma equipe tão poderosa que podemos considerar sua existência como um evento sakuga. O filme te marcou pessoalmente? Diz aí!
Os principais animes da temporada de Julho 2024 (verão) no quesito animação/produção/staff: a thread!
Bora comentar os destaques que vem por aí? 🧶👇
• Suicide Squad ISEKAI
Já lançaram 3 episódios no momento que esse guia foi lançado... e está muito bom! Diversas cenas com animações de alto nível, escolhas criativas e uma staff muito competente! Algumas mescla de cores e composição ainda ficam um tanto questionáveis, mas até então, vários momentos de alto nível.
Não tem muito erro, considerando o quão boa essa equipe é. Nossa staff conseguirá entregar um bom resultado se o cronograma tiver favorável, por deter vários nomes de qualidade na produção!
• Oshi no Ko S2
A equipe em geral é a mesma, com algumas mudanças positivas! Já comentei seu PV e expectativas. O projeto promete, novamente, entregar uma qualidade muito boa... mesmo em um cronograma complicado e estúdio sobrecarregado.
Monstros: A Maldição do Dragão, de Eiichiro Oda (One Piece) e com direção de Sunghoo Park, está disponível na Netflix!
Como esperado de Park, há muito a se dizer sobre a ação de excelente qualidade! (e algumas ressalvas estéticas) 🧶
Primeiramente, esse episódio é visivelmente dirigido por Park. Ele foi o diretor, storyboarder, roteirista, um dos supervisores de animação e um dos animadores, logo, seu estilo de fazer cenas de ação (veja o famoso "golpe contra a câmera" de Park aqui) é bem presente na produção.
Então sim, dá para realmente sentir que isso tem o dedo de Park em vários aspectos, o que é bom em seus pontos fortes e ruim em seus pontos fracos.
Jujutsu Kaisen #40 (S2 #16) é um festival de animações! Um esforço coletivo que proporcionou um dos melhores episódios de 2023!
Vamos aos destaques técnicos! 🧶
#JujutsuKaisen #呪術廻戦
Em minha última análise sobre a produção deste projeto, aleguei que o nível seria alto para esse novo episódio, e sim, isso aconteceu. Jujutsu Kaisen 2 #16 é espetacular, mas preciso explicar a razão disso.
O episódio foi dirigido por Itsuki Tsuchigami (土上いつき), que para fins de facilitar a minha vida, chamarei de Miso (seu nickname). Ele é um animador de alto nível que sempre apresentou grande qualidade em seu trabalho.
É doloroso ver como o pessoal envolvido em produções conturbadas acabam colocando a culpa das limitações do projeto em si. Temos o diretor do último episódio de Jujutsu Kaisen se chamando de "lixo", "pior animador" e se culpando pelo resultado da produção...
O pessoal que vem trabalhando nesse projeto está recebendo quase nenhum tempo e muitos deles estão estreando na função de direção, como é o caso de Sadamoto.
É realmente muito triste ver o quão absurda essa produção chegou e como ainda falta tanto a ser produzido, especialmente considerando que eles estão entregando os episódios tão próximos de suas transmissões.
Jujutsu Kaisen #38 (S2 #14) é o reflexo perfeito desse projeto conturbado produzido no estúdio Mappa.
Há várias ideias boas e pessoas talentosas no papel, porém, as condições atrozes ceifam o resultado final.
Vários pontos bons, mas diversos e infelizes deslizes... 🧶
Como sempre, o principal agravante desse projeto é seu péssimo gerenciamento por parte da empresa de animação que o assumiu, gerando um falta absurda de tempo e grandes gargalos na produção.
Novamente, esse episódio foi produzido até o último momento possível, tendo ficado pronto alguns dias atrás. Além disso, um dos membros da produção comentou que teve que produzir 250 cortes em 2 semanas, é muito trabalho para pouquíssimo tempo.