🧵 ZÉ CARLOS MATA MACHADO - MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA 🧵
Em 20 de março de 1946, nascia José Carlos Novaes da Mata Machado.
Militante da Ação Popular Marxista-Leninista (APML), Zé Carlos foi torturado e assassinado pela ditadura empresarial-militar, no DOI-Codi de Recife.
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Em outubro de 2023, sua morte completará 50 anos.
Nascido no Rio de Janeiro, Zé Carlos se mudou para Belo Horizonte ainda criança, com a sua família. Em 1964, ingressou no curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como primeiro colocado no vestibular.
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Zé Carlos foi presidente do Centro Acadêmico e vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), a partir de 1967.
Preso no Congresso da UNE de Ibiúna (SP), em 1968, passou oito meses nas celas do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), de Belo Horizonte.
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Dirigente nacional da APML, Zé Carlos se casou, em 1970, com Maria Madalena Prata Soares, sua companheira de luta na organização, com quem teve um filho, chamado Dorival, nascido em 1972.
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Em outubro de 1973, ciente do risco de captura, Zé Carlos providenciava refúgio quando viajou para São Paulo.
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Na capital paulista, forneceu apoio jurídico para companheiros da APML e se encontrou com dois cunhados e um amigo de família, que o levariam ao encontro de Madalena, em um sítio, no interior de Minas Gerais.
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Porém, os quatro foram presos na saída da cidade, no dia 19 de outubro de 1973, em ação planejada pelo delegado Fleury, do Departamento de Ordem Política e Social.
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Zé Carlos foi conduzido para o DOI-Codi de São Paulo. Os demais foram levados para o 12º Regimento de Infantaria, em Belo Horizonte, onde permaneceram incomunicáveis por algum tempo.
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Em 22 de outubro, Madalena e seu filho mais velho, Eduardo, foram presos no sítio onde esperavam por Zé Carlos. Dorival, o mais jovem, filho também de Zé Carlos, que vivia aos cuidados dos avós e da tia, em Belo Horizonte, também foi detido.
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Transferido para o DOI-Codi de Recife, Zé Carlos foi torturado pelos agentes da ditadura empresarial-militar e morto no dia 28 de outubro de 1973.
🎥 Depoimento de Rubens Lemos à TV Memória Popular
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Com o engajamento da família e a influência política do pai, Edgar Godoy da Mata Machado, o assassinato de Zé Carlos teve repercussão nacional, com a leitura da denúncia na Câmara e no Senado, pelos líderes da oposição, e até na mídia internacional.
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A publicização da morte e o trabalho dos advogados ajudou a pressionar para o que o corpo pudesse ser transportado para Belo Horizonte. O enterro ocorreu no dia 15 de novembro de 1973.
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A versão oficial da ditadura empresarial-militar, veiculada em jornais da época, dava conta que a morte teria ocorrido em um tiroteio provocado por outro militante. O objetivo era encobrir os assassinatos de Zé Carlos e Gildo Lacerda, além do desaparecimento de Paulo Stuart.
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A farsa ficou conhecida como “Teatro de Caxangá”, em referência à avenida de Recife.
Depoimentos de diversos ex-presos políticos desconstroem o “Teatro de Caxangá” e confirmam as torturas sofridas por Zé Carlos e Gildo e também seus assassinatos.
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As tentativas de avançar com um inquérito para apurar a morte de Zé Carlos falharam, tanto em Minas Gerais quanto em Pernambuco.
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Em 1992, seu cunhado Gilberto Prata Soares, que militou na mesma org, declarou à Comissão Parlamentar Externa sobre Mortos e Desaparecidos Políticos ter colaborado com o Centro de Informações do Exército (CIE), dando detalhes sobre Zé Carlos e outros militantes da APML.
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Zé Carlos e Madalena estavam sendo rastreados de desde março de 1973.
José Carlos Novaes da Mata Machado foi reconhecido como morto político pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), em janeiro de 1996.
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Seu caso foi exposto no Relatório da Comissão Nacional da Verdade e seu nome consta no 'Dossiê ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-1985)', organizado pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.
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O nome de José Carlos Mata Machado foi dado a uma rua em Belo Horizonte, no bairro das Indústrias, cuja antiga denominação homenageava um torturador estadunidense que colaborou com a ditadura empresarial-militar no Brasil.
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Na Faculdade de Direito da UFMG, onde Zé estudou, o espaço social de auto-organização dos estudantes tem o nome de Território Livre José Carlos Mata Machado.
Há também uma medalha concedida pelo CA da Faculdade de Direito e uma sala na reitoria da UFMG que levam seu nome.
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Veja mais sobre a trajetória de Zé no Arquivo Público de PE, no Memorial da Resistência de SP, no livro 'Zé', de Samarone Lima, e na reportagem da série 'Lembrar é Preciso' (UFMG), de Amélia Gomes e Gilberto Correa, reproduzida parcialmente neste fio:
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✊🏽 JOSÉ CARLOS NOVAES DA MATA MACHADO, PRESENTE! POR MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA!
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Os Estados Unidos, sua expansão colonial (genocídio indígena) e o seu regime de segregação inspiraram os principais ideólogos e líderes nazistas, incluindo o próprio Hitler, e até termos usados por eles.
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Com pretensões coloniais, Hitler considerava os Estados Unidos e o genocídio indígena na América do Norte como um exemplo perfeito de colonização.
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Não por acaso, o termo 'solução final', utilizado pelo nazismo para designar o genocídio perpetrado contra judeus, eslavos e outros grupos, havia sido empregado inicialmente nos Estados Unidos para designar os genocídios negro e indígena.
"Nós perguntamos: 'o que há de errado com seu país?'. Mas não dizemos: o rei da Bélgica criou a colônia escravagista, o governo da Bélgica manteve a colônia por mais 40 anos, a CIA assassinou o seu primeiro líder popular e instalou outra ditadura..."
Jeffrey Sachs.
"É interessante, nós perguntamos - ouvimos o ministro da República Democrática do Congo - 'o que há de errado com seu país?'. Bom, nós nem começamos dizendo: o rei da Bélgica criou a colonia escravagista durante 30 anos,..."
"O governo da Bélgica administrou a colônia escravagista por mais 40 anos, a CIA assassinou o seu primeiro líder popular, o Sr. Lumumba, e depois instalou outra ditadura pelos próximos 30 anos. E então a Glencore e outros agora sugam seu cobalto sem pagar impostos."
🧵 Em março de 1916, Ota Benga, um congolês que foi 'exibido' de forma cruel e desumana, no Zoológico do Bronx, em Nova York, se suicidou. 🧵
Sequestrado no Congo, em 1904, ele foi levado à força para os Estados Unidos e 'exibido' em uma jaula, junto com macacos.
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Da etnia Mbuti, Ota tinha os dentes lascados, com pontas afiadas, o que fazia parte dos costumes do seu povo.
De baixa estatura como a maioria de sua etnia, ele tinha esposa e dois filhos.
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Em um período em que o Congo era dizimado pelo sangrento regime colonial belga, responsável pelo genocídio de cerca de 10 milhões de pessoas, Ota foi capturado por traficantes de pessoas escravizadas, feito refém e vendido para um homem chamado Samuel Verner.
"A maioria dos países são ricos. Existem muito poucos países pobres neste mundo. As Filipinas, o Brasil, o México, o Cilhe etc são ricos. Esses países não são subdesenvolvidos. Eles são superexplorados."
Michael Parenti, cientista político e historiador, em 1986.
"O capitalismo não pode nunca 'ficar em casa'. Ele vai para o exterior. Então, uma das leis do movimento e do desenvolvimento capitalista é essa expansão inexorável. E isso significa expansão para - e expropriação do - 'terceiro mundo'."
"É um processo que vem acontecendo há cerca de 400 anos, perpetrado pelos portugueses, espanhóis, holandeses, belgas, franceses, ingleses, e mais recentemente, com maior sucesso e de forma mais impressionante, pelos estadunidenses."
Relatório da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) afirma que seus funcionários foram torturados por autoridades israelenses e forçados a fazer declarações falsas de que a UNRWA teria ligações com o Hamas e que seus membros teriam participado dos ataques de 7/10.
"O documento afirma que vários funcionários palestinos da UNRWA foram detidos pelo exército israelense e acrescenta que os maus-tratos e abusos que eles disseram ter sofrido incluíram espancamentos físicos graves, simulação de afogamento e ameaças de agressões a familiares."
De acordo com o relatório, "os membros da equipe da Agência foram sujeitos a ameaças e coerção por parte das autoridades israelenses enquanto estavam detidos e pressionados a fazer declarações falsas contra a Agência".
🧵 EDSON LUIZ - A DITADURA ASSASSINAVA ESTUDANTES SECUNDARISTAS - MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA 🧵
Em 24 de fevereiro de 1950, nascia Edson Luiz Lima Souto, estudante secundarista assassinado pela ditadura empresarial-militar, em 1968, gerando protestos em todo o Brasil.
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De origem humilde, Edson nasceu em Belém do Pará e se mudou para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida.
Ele passou a trabalhar como faxineiro e a estudar no Instituto Cooperativo de Ensino, onde funcionava o restaurante estudantil conhecido como Calabouço.
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Sem moradia, Edson teve que dormir em praças públicas e em cadeiras de engraxate ao chegar ao Rio de Janeiro.
Vivendo na cidade há apenas dois meses, Edson morava e dormia no próprio restaurante Calabouço, de acordo com reportagem do jornal O Globo.