ANARQUISMO: Uma Thread com Materiais Introdutórios.
Não é de hoje que me vêm pedidos de recomendação de textos sobre Anarquismo, sua teoria e sua história. A seguinte thread estará fixada em meu perfil e será suscitada quando necessário. Aqui constarão links de artigos e PDFs.
PARA COMEÇAR:
Caso queiram ir além das minhas indicações, deixo os seguintes sites abaixo, que são de onde tiro material:
Biblioteca Anarquista -
Instituto da Teoria e História Anarquista -
https://t.co/C1rgro6uRg
Gostaria de dizer, antes de tudo, que o estudo mais atualizado sobre o Anarquismo chama-se “Bandeira Negra: Rediscutindo o Anarquismo”, de Felipe Corrêa (@correa1868), uma profunda revisão da historiografia anarquista até então (…)
escrita, na qual devemos nos nortear se quisermos ter qualquer discussão séria sobre Anarquismo. Entretanto, por ser um estudo acadêmico, um texto longo, cheio de referências, que pode parecer enfadonho a quem ler, não estará indicado aqui a caráter de introdução, mas para (…)
pontuar minha posição neste debate historiográfico. E tudo que aqui for indicado, será com a intenção de direcioná-los ao conteúdo do texto frente a este mesmo debate historiográfico do modo mais confortável possível.
"Anarquismo: uma introdução ideológica e histórica”, de Rafael Viana (@rafaelviana1936)
Neste pequeno artigo, diz-se o que é ou não Anarquismo e como ele é constituído historicamente, na intenção apresentar e negar as críticas que recaem sobre ele.
“A miséria do apoliticismo e as raízes de esquerda do anarquismo”, de Rafael Viana
Seguindo a mesma linha, neste artigo nós temos que o Anarquismo é constituído enquanto movimento socialista e tentar dissociá-lo da esquerda é na verdade afastar-se dele.
“Anarquismo - Teoria e História”, de Felipe Corrêa e Rafael Viana
Neste texto, tem-se um debate historiográfico, contextualizando o Anarquismo a partir de sete teses que se complementam e dão a ele uma coesão histórica e ideológica.
"O individualismo stirneriano no movimento anarquista", de Luís Fabbri.
Neste texto, Fabbri irá discutir a matriz coletivista do Anarquismo e como o individualismo é essencialmente burguês e desagregador no seio do movimento anarquista. marxists.org/portugues/fabb…
"O marxismo e a ideia da ditadura", Luís Fabbri.
Neste texto, Fabbri vai explicar os afastamentos e aproximações que o Marxismo tem do Anarquismo, porque os anarquistas rejeitam a ideia de um Estado Proletário e a dimensão antiautoritária do Anarquismo.
"Anarquismo e Comunismo “Científico”, de Luís Fabbri (em contraposição a Nikolai Bukharin)
Neste texto, temos um debate efetivo entre um marxista e um anarquista. Primeiro, o texto de Bukharin contra o Anarquismo, seguido da resposta de Fabbri. bibliotecaanarquista.org/library/luigi-…
"Anarquismo Social ou Anarquismo de Estilo de Vida: Um abismo intransponível", de Murray Bookchin
Este texto é uma crítica feroz de Bookchin contra desvios individualistas e culturalistas, apelando para um Anarquismo que se comunique às massas. bibliotecaanarquista.org/library/murray…
"A Plataforma Organizacional da União Geral dos Anarquistas", de Piotr Arshinov, Nestor Makhno e Coletivo Dielo Truda
Este texto é um apelo quanto a necessidade dos anarquistas de comporem uma rígida e displicanada organização de massas, em larga escala. bibliotecaanarquista.org/library/dielo-…
"Especifismo: A Práxis Anarquista de Construir Movimentos Sociais e Organizações Revolucionárias”, de Adam Weaver
O autor contextualiza o que é a tradição organizacional especifista, nascida no contexto da ditadura uruguaia e como ela se reproduz hoje. bibliotecaanarquista.org/library/adam-w…
“A Organização Específica Anarquista” -
É um trecho do livro “Anarquismo Social” da FARJ (@anarquismorj), organizado em PDF pela OASL (@OASL_sp) como módulo do seu de seu programa de formação, o texto visa explicar cómo funciona a organização especifista
"A água e o óleo: Anarquismo e o Sindicalismo de Intenção Revolucionária frente ao ativismo anticlassista e pós-estruturalista", de Kauan Willian (@kakobelmont)
“Os Escritos Revolucionários”, de Henrique Malatesta.
Uma coletânea de artigos escritos em diversos momentos, este clássico do pensamento anarquista expõe as proposições de Malatesta quanto a teoria anarquista, a necessidade de organização e muito mais.
CLÁSSICO ABSOLUTO do Anarquismo, esta coletânea de artigos do Kropotkin expõe suas proposições sobre o rumo da Revolução anarquista, o que ela deve fazer e como deve se portar frente a reação para que sobreviva.
Somam-se 13 indicações de textos (se não contar cada artigo d‘Os Escritos Revolucionários e A Conquista do Pão, que podem ser lidos individualmente) para a introdução, junto ao grande livro de Felipe Corrêa, para quem intencionar se aventurar na teoria ácrata.
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Definir o Estado meramente como “aparelho de repressão de uma classe sobre a outra” não é incorreto, mas é limitado. É uma explicação parcial da operação e da natureza do Estado. O Estado existe para, além da repressão e enquanto produto da luta de classes, adensar os interesses+
daS classeS dominantes. E opera sobre uma lógica de conquista: ampliar a base de súditos, ampliar os impostos recolhidos e ampliar os exércitos. Estados grandes, pequenos, reacionários ou burgueses — não importa. Eles existem para se perpetuar. E o Estado somente pode operar +
quando governado por uma minoria: se todos, desde a base, estivessem inseridos nos organismos de decisão do Estado, isto não seria mais Estado, mas uma Anarquia. É então que se concentra os aparelhos do Estado na mão de uma minoria, a mais privilegiada dentre as classes +
Não sei quanto aos outros, mas eu enquanto anarquista vejo a sociedade pós-revolucionária como um conjunto de comunas agrárias, autossuficientes na medida do possível, e automatizadas a ponto de seus moradores não precisarem trabalhar nem 40 horas *mensais*. Uma sociedade de+
poetas e cientistas, onde todos são instruídos, obrigatoriamente, até o Ensino Superior, onde o camponês é, ele próprio, quem pesquisa as técnicas que dobrarão sua produção de excedentes. E ele é também quem escreverá sonetos sobre a beleza de suas jabuticabas, laranjas, maçãs +
etc. etc. É também uma sociedade industrial, mas com uma indústria descentralizada, pouco poluente e focada somente na produção necessária ao desenvolvimento do homem, sem mais carros, usinas de carvão ou extração de petróleo. Bondinhos cortam as artérias, enquanto as ruas +
Os anarquistas precisam olhar para a Revolução Ucraniana e Espanhola e aprender a importância da organização militar. A Revolução é uma guerra. E a guerra não pode parar até o mundo capitular aos pés dos revolucionários. Uma vez tomado um território, como, por exemplo, a Espanha+
a Revolução não cessa aí. Todas as máquinas devem estar ainda produzindo como em situação de guerra. Todas as máquinas, inclusive as do inconsciente — devem estar produzindo o desejo de guerra.
“Vencemos a guerra na Espanha? Então precisamos formar uma linha defensiva na +
fronteira com a França duas vezes maior que a linha Maginot, devemos cercar Portugal de milícias e fornecer armas, munições, tanques e aviões aos guerrilheiros. Devemos invadir Portugal e fundar a Confederação Ibérica”. Ao fim da tomada de Portugal, se a Alemanha está +
O Anarquismo não é nem nunca foi apolítico e sequer contra qualquer organização. E se lhe o parece assim, é em razão de seu iletramento. O Anarquismo tem sua estruturação ideológica dada na Associação Internacional dos Trabalhadores, da qual participava Bakunin, Reclus, Cafiero.+
O Anarquismo tem preceitos muito bem definidos: Federalismo, Autogestão, Internacionalismo. Prega a organização sindical e atuação das massas a fim de provocar a Revolução Social e estabelecer uma confederação de comunas autônomas. O Anarquismo é socialista, RADICALMENTE político
Vão ler! Vão ler, inferno!
Anarquismo: Teoria e História (Felipe Corrêa)
Bandeira Negra: Rediscutindo o Anarquismo (idem)
Anarquismo: Uma Introdução Ideológica e Histórica (Rafael Viana)
Estatutos Secretos da Aliança (Bakunin; Aliancistas) +
Um exemplo prático: se você pergunta hoje a um anarquista qual a origem do Anarquismo, ele certamente lhe falará de Proudhon. Os mais malucos falarão de William Godwin e até de Lao Tsé. Errado! Errado! O que tem a ver Proudhon, Godwin e Lao Tsé com os movimentos revolucionários +
mexicano, espanhol e ucraniano? O que tem a ver com o sindicalismo revolucionário praticado nas Américas dos anos 10 aos anos 30? Absolutamente nada! Vejam: Proudhon se declara anarquista, mas nem por isso funda nenhum Anarquismo. Isso porque aquilo que vem a se chamar +
Anarquismo é uma aglutinação de teorias do movimento proletário da segunda parte do século XIX, que se alinha teoricamente no partido revolucionário chamado de Aliança da Democracia Socialista, presidida por Bakunin. A ADS que se dissolve e seus quadros se integram na +