Com a promessa de que não se irá recandidatar, já podemos avaliar o que representou o "Costismo" para as contas do Estado
Como encontrou e como deixa António Costa o Estado [em bué de gráficos] visao.pt/exame/analise/…
A coisa mais engraçada nestes exercícios é olhar para os grandes agregados. O debate público é quase exclusivamente dominado pelo que acontece do lado da receita (impostos, impostos), mas o slogan das "contas certas" nasceu de um controlo férreo da despesa
É verdade que a carga fiscal tem renovado máximos, fruto da decisão de não inverter o "enorme aumento de impostos". Mas o mais interessante é olhar para a recomposição fiscal. Mais peso de IVA e contribuições, menos do IRS. Alguns movimentos engraçados entre os pequenos
A história é mais relevante do lado da despesa. As duas maiores rubricas são estes dois clássicos. Apesar da pressão nas pensões de velhice, os apoios sociais têm perdido peso. As despesas com pessoal estão mais estáveis, mas também perderam relevância
Juros e investimento públicos são as mais curiosas de analisar. Ambas deram uma enorme ajuda à consolidação orçamental. A primeira com uma grande descida (mesmo a recente pressão coloca-a longe dos valores de 2015), a segunda ao nunca ter disparado como o governo prometia nos OEs
Claro que não se pode falar de consolidação orçamental sem mencionar as *cativações*. O instrumento que salvou o Governo em 2016, mas que daí para a frente não teve uma relevância assim tão grande. O problema é mesmo a opacidade e centralização do instrumento
O resultado de controlo apertado da despesa praticamente nenhum alívio fiscal foi o já conhecido "primeiro excedente da democracia". Mesmo com o terramoto Covid, as contas voltaram a ajustar até um novo superavit este ano (com alguma ajuda recente da inflação)
O mandato começa com uma dívida de superior a 131% do PIB e terminará com ela perto dos 100%. Para o bem e para o mal, será o legado de António Costa
Dois bónus: uma comparação das funções do Estado entre Portugal e a zona euro em 2021 (ano ainda muito influenciado pela pandemia).
E, recuando ainda mais, uma versão animada da evolução das rubricas da despesa entre 1995 e 2022. Novamente, juros e investimento público são as mais interessantes para contar a história económica deste período com fases muito diferentes
Esta é só uma visão de helicóptero. O Governo foi sendo salvo pelo crescimento e inflação e importa fazer uma avaliação qualitativa desta gestão das contas, a começar pela degradação de áreas dos serviços públicos e a falta de alívio fiscal visao.pt/exame/analise/…
PS: o texto explora também o desempenho da economia. Havendo debate sobre os seus méritos - acima da média da UE, mas ultrapassada por vários países - estes anos provaram como é *muito* mais fácil consolidar em crescimento. A mudança mais impressionante: o emprego👇
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Como assim o Estado não tem limites *financeiros* para aquilo que pode gastar? Nos últimos meses talvez já tenham ouvido falar de MMT, a teoria económica minoritária-mas-cada-vez-mais-influente do momento. Acho que este não é um mau resumo do que defende visao.sapo.pt/exame/analise/…
Quando a @AOC falou de MMT há dois anos percebeu-se que ela estava a ganhar influência nalguns segmentos da esquerda americana businessinsider.com/alexandria-oca…
@AOC Mas foi a publicação de Deficit Myth no ano passado que acelerou o reconhecimento de debate sobre a teoria. A autora, Stephanie Kelton, era uma das economistas de topo dos democratas no Congresso e conselheira nas corridas presidenciais de Bernie Sanders publicaffairsbooks.com/titles/stephan…
Um novo estudo mostra aquilo que muitos já argumentavam: a ideia de que impostos mais baixos para os ricos ajuda a criar riqueza para os mais pobres não é verdadeira. “É seguro dizer que [a economia “trickle-down”] é um mito” visao.sapo.pt/exame/2021-04-…
*GRÁFICOS*
A evolução das taxas marginais de IRS em alguns dos países mais ricos do mundo
Junte-se isto às declarações de Yellen a pedir uma taxa mínima de IRC global e às negociações que vão avançando ao nível da OCDE. A política fiscal está de volta, baby
“Se se preocupa com desigualdade, um imposto sobre a riqueza deve estar no centro do que defende. Se não se preocupa, provavelmente continua a ser boa ideia” visao.sapo.pt/exame/analise/…
É o décimo aniversário do pedido de resgate português, anunciado por José Sócrates. O que mudou na forma como o Estado gasta o dinheiro? visao.sapo.pt/exame/macro/20…
É o menos interessante, mas é obrigatório começar por aqui. A evolução do saldo orçamental desde 2010, de um défice de dois dígitos até ao primeiro excedente da democracia
O debate em Portugal é sempre focado nos impostos, mas é fácil ver de onde veio o ajustamento nos últimos anos. À esquerda, a despesa pública. À direita, as receitas. O controlo dos gastos foi *a história* da redução do défice
O discurso que vai fazer:
"It is about making sure that governments have stable tax systems that raise sufficient revenue to invest in essential public goods and respond to crises, and that all citizens fairly share the burden of financing government." axios.com/janet-yellen-g…
“Together we can use a global minimum tax to make sure the global economy thrives based on a more level playing field in the taxation of multinational corporations, and spurs innovation, growth, and prosperity,” she will say.
Nada de muito novo. Toda a esquerda cresce e a habitual recomposição à direita de sondagem para sondagem. O PS não parece penalizado pelo janeiro terrível + confinamento, IL mesmo caindo parece ter saltado dos 2/3 para os 4/5% dn.pt/edicao-do-dia/…
Na avaliação dos líderes, aqueles 21% "não sabe/não responde" para Francisco Rodrigues dos Santos são tudo o que precisamos de saber sobre como está a correr