🚨BOMBA: CAPANGA DE FAZENDEIRO TRANSMITE TORTURA AO VIVO
Contratado para medir fazenda em área pública, vítima foi torturada com outros três camponeses. A INTERNET VIA SATÉLITE STARLINK, DO BILIONÁRIO ELON MUSK, foi usada por milicianos para comunicar em tempo real uma sessão de tortura ao suposto mandante em Boca do Acre, no Amazonas. O crime aconteceu em 29 de fevereiro deste ano.
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As vítimas foram o agrimensor Bruno Alceu Bonfim Tabuti e outros três camponeses. Tabuti denunciou a violência à Polícia Civil e ao grupo de prevenção e combate à tortura do Ministério Público do Acre.
Desde que Elon Musk iniciou seu plano de expansão no Brasil, várias denúncias mostram que a Starlink tem sido usada por criminosos, inclusive para driblar a fiscalização ambiental do governo. O Ibama já encontrou 90 destes aparelhos em operação em garimpos ilegais em um ano.
baseado em dados públicos, aponta que ao menos 32 eram da Starlink, provedora de internet via satélite do empresário Elon Musk. Agentes do Ibama estimam, no entanto, que quase todos os garimpos ilegais aderiram à internet da empresa no último ano. O órgão recolheu antenas ou roteadores da Starlink em 20 áreas de mineração ilegal de abril de 2023 a março de 2024, em quatro estados.
A empresa de internet via satélite de Musk domina a região amazônica, com antenas em 90% dos municípios. Boa parte delas em fronteiras e regiões remotas, onde não há serviço de banda larga, e em áreas onde já foram apreendidos ouro, armas e munições em operações da Polícia Federal e do Ibama.
E o problema não é só no Brasil: o uso da internet da Starlink por quadrilhas também levanta preocupação em países em conflitos na África e na Ásia.
A concessão para a empresa operar no Brasil havia sido liberada em uma reunião extraordinária da Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, em janeiro daquele ano. Os projetos para as escolas e para o monitoramento ambiental não saíram do papel. Seu uso por criminosos, sim.
O caso de Tabuti ilustra o problema. O agrimensor havia sido contratado por assentados no Acampamento Marielle Franco, que fica dentro de uma área em disputa em uma fazenda em Boca do Acre. O fazendeiro Sidney Sanches Zamora Filho(lado direito da foto) afirma que os acampados são os responsáveis por uma área desmatada, que já rendeu à fazenda uma multa do Ibama. Os acampados negam, e chamaram Tabuti para desmontar a versão do fazendeiro. O agrimensor foi contratado para demonstrar que a área desmatada não tinha relação com as ações dos moradores, e seriam de responsabilidade do pecuarista. Quando chegou ao local para realizar o trabalho, o grupo foi interceptado por homens armados não identificados.
Procurado, o advogado Marcelo Feitosa Zamora, que defende o fazendeiro, afirmou que seu cliente desconhece esses fatos e negou que eles tenham pistoleiros ou milicianos a seu serviço.
Segundo Feitosa Zamora, a segurança da fazenda é feita por uma empresa privada e os proprietários não sabem quais os armamentos usados. “Ao que sabemos, a empresa disponibiliza apenas dois vigilantes para fazer a proteção dos funcionários”, afirma.
Leia, a seguir, o depoimento de Tabuti.
ESTÁVAMOS INDO PEGAR AS COORDENADAS de uma série de desmatamentos que os sem-terra haviam denunciado em dezembro e janeiro. Muitas famílias dentro do Acampamento Marielle Franco trabalham com o extrativismo de castanha. É uma atividade sazonal, apenas nesses dois meses por ano.
Na época da coleta, os trabalhadores viram muitas árvores derrubadas e madeira já serrada. Principalmente Canelão e Castanheira, uma espécie ameaçada de extinção cujo corte é proibido.
A gente queria mostrar aos órgãos ambientais que havia desmatamento, sim, e que os responsáveis pela derrubada das árvores não tinham nada a ver com o acampamento. A localização exata foi um pedido dos próprios fiscais para quem a denúncia foi feita.
Nós quatro estávamos caminhando em um ramal entre duas áreas de pasto da Fazenda Palotina quando fomos abordados por cinco homens armados com pistolas e escopetas calibre 12. Eles estavam vestidos com roupas camufladas, toucas e coletes à prova de balas.
Vinham em um carro de passeio e um quadriciclo. Dava para perceber a antena da Starlink no carro. Trabalho muito na zona rural e é bem comum vermos este tipo de equipamento nos veículos. A antena dá para ver de fora e a bateria fica dentro do carro.
‘Eles devem ter saído com o equipamento de internet apenas para mostrar ao vivo que o serviço estava sendo feito.’
Eles nos renderam, colocaram todo mundo de joelhos e começaram a agredir com socos, chutes e golpes de facão, no rosto, na cabeça, nas costas e nas nádegas. Pegaram os nossos documentos, anotaram nomes, perguntaram os endereços e fotografaram os rostos de cada um. Mandaram a gente ficar com a cabeça no chão e seguiram com as agressões.
Minutos depois, eles usaram o serviço da Starlink para fazer uma videochamada. Na transmissão, um dos agressores perguntou: “É assim que o senhor quer que faça, doutor Sidnei?” Não conseguimos ouvir a resposta, nem temos condições de saber se a chamada foi para o pai, Sidnei Sanches Zamora, ou para o filho.
Também não dá para saber onde os mandantes estavam durante a agressão. Mas eles devem ter saído com o equipamento de internet apenas para mostrar ao vivo que o serviço estava sendo feito. A conversa durou poucos minutos.
Eles dispararam tiros na horizontal em direção à floresta e nos perguntavam quem havia mandado a gente ir lá. Já tínhamos visto aquele veículo outras vezes, o que reforça a ligação dos pistoleiros com o fazendeiro. Em dezembro, quando o Zamora Filho chegou a dar tiros durante uma discussão dentro do assentamento, o pai dele falou que eles teriam de chamar o “Bope”.
Pelo que sabemos, não existe um batalhão com este nome no Amazonas nem no Acre. O uso da expressão parece ser uma alusão ao Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro, que virou símbolo de violência policial depois da exibição do filme “Tropa de Elite”.
A ligação deles com o pessoal da fazenda também ficou evidente assim que nos abordaram, pouco antes da transmissão. A gente estava rendido no chão quando passou um trator que trabalhava lá. Os jagunços conversaram com o tratorista antes de iniciar a sessão de tortura, como se nada estivesse acontecendo. A gente não conseguiu ouvir sobre o que eles conversavam.
Além de nos agredirem, os jagunços atiraram contra a mala em que carrego meu equipamento de trabalho. Depois, eles ainda usaram um terçado para destruir tudo o que encontraram na mala. Enquanto golpeava, um deles ainda me provocava: “Não quer salvar seu equipamento?” Como se eu pudesse pôr as mãos na frente do terçado para evitar a quebra dos aparelhos sem que ela fosse decepada.
Eles destruíram uma coletora de dados para GPS RTK e um GPS Garmin Montana 750i. Em valor de nota, os dois somados custam em torno de R$ 16 mil. Mas o meu prejuízo financeiro é bem maior. Não estou conseguindo trabalhar como agrimensor desde então. Não sei se vou conseguir voltar neste ano.
'DISPAROS DE ADVERTÊNCIA'
Fazendeiro em conflito com sem-terras tem clube de tiro fantasma na Amazônia. OS NEGÓCIOS DO PECUARISTA paulistano Sidney Sanches Zamora Filho (foto) na divisa entre o Amazonas e o Acre chamam a atenção pela diversidade. Empresas de pneus, serviços agrícolas, pecuária e holding financeira. Dois deles estão intrinsecamente ligados: de um lado, a Fazenda Palotina, onde há quase uma década se desenrola um conflito com agricultores sem-terra; de outro, o Clube de Tiro Tita, uma entidade fundada em 2022 que só existe no papel.
Hoje, 200 camponeses vivem no Acampamento Marielle Franco, que ocupa uma área de litígio na Fazenda Palotina. Eles acusam Zamora Filho e seu pai, Sidnei, de ter a seu serviço um grupo armado envolvido em ameaças e ataques violentos. A fazenda foi palco de conflitos sangrentos nos últimos meses. A disputa envolve também a própria legalidade da Fazenda Palotina, apontada pelos acampados como terra pública. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, afirma que a área ocupada pertence na verdade à União. Uma correição no cartório de Lábrea, onde o imóvel está registrado, aponta que pelo menos duas folhas do registro da fazenda sumiram. O presidente do Incra no estado, Denis Silva(foto), afirma que os fazendeiros não apresentaram qualquer escritura que comprove com segurança a propriedade.
O pecuarista negou qualquer irregularidade e chegou a conseguir decisões judiciais de reintegração de posse da propriedade. Mas elas foram suspensas após a União manifestar interesse na área e o caso, que era da justiça estadual, ser federalizado. Hoje, a terra está em processo de regularização fundiária.
O clube de tiro do pecuarista, registrado em 2022 no auge do boom de clubes de tiro após a liberação de Jair Bolsonaro, tem entre suas atividades previstas o comércio de armas e munições, o ensino e a prática esportiva e treinamento em desenvolvimento pessoal. No entanto, não há atletas federados, participação em competições ou qualquer outra atividade que possa caracterizar um clube de prática esportiva. O endereço registrado da empresa é um ramal da rodovia BR-364, em Rio Branco, onde também não há qualquer sinal de sua existência. Nenhuma placa, estande aberto ao público ou mesmo uma loja. “A gente ouve centenas de tiros de fuzil e de pistolas e não sabe de onde vêm nem qual é o alvo”, me disse Haroldo Martins, um dos líderes do acampamento Marielle Franco.
Mapa: Rodolfo Almeida para o Intercept Brasil
Martins afirma que o pecuarista e seus seguranças chegam a fazer exercícios de tiro dentro da fazenda, em uma área próxima à ocupada pelos sem-terra, para intimidá-los. E que seguranças ostensivamente armados costumam circular fazendo ameaças aos moradores. o advogado Marcelo Feitosa Zamora, primo e representante legal de Zamora Filho, confirma que o clube de tiro não existe de fato. Segundo ele, o fazendeiro criou um projeto para abrir seu próprio estande de tiro que não avançou. Ele também confirmou que Sidney Filho realizou “disparos de advertência” em meados de fevereiro de 2024, “quando se deparou com aproximadamente 20 invasores”. “O fato foi apurado pela Polícia Federal e não houve nenhuma irregularidade”, diz o advogado.
O advogado afirma que seu cliente é filiado a clubes de tiro do Acre, São Paulo e Rio Grande do Sul e pratica o esporte como hobby. “É colecionador e atirador esportivo amador, tendo participado de algumas competições, mas sem ter empenho profissional e treinamento diário”, disse. Feitosa disse que, por “motivos de segurança”, não iria listar as armas de seu cliente e onde elas ficariam guardadas.
o número de clubes de tiro na Amazônia explodiu durante o governo de Jair Bolsonaro, especialmente em áreas de conflito. Encontramos vários clubes que só existiam no papel, geralmente ligados a fazendeiros, que se aproveitaram das facilidades criadas na época para o acesso a armas e munições.
Zamora filho é um defensor entusiasmado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao Resenha Podcast, transmitida em 2022, ele defendeu de forma o porte de armas, dizendo ser contra as pessoas terem uma arma só. “Eu tenho um monte delas, todas registradas”, afirmou. Também disse ser fanático por Bolsonaro, então candidato à reeleição, pela defesa que o ex-presidente fazia do direito de legítima defesa, algo que considerava muito “vago” no Brasil. Como outros armamentistas, Zamora Filho tinha o hábito de usar suas redes sociais para ostentar fotos com armas. Em uma delas, ele posa com um fuzil, ao lado de uma mulher carregando uma pistola.
Segundo camponeses, ataques tiveram participação da polícia
A família Zamora afirma ser dona da área onde está o acampamento Marielle Franco, criado em 2016. Hoje, vivem lá cerca de 200 famílias de agricultores e extrativistas. A área de 18 mil hectares fica dentro da gleba Novo Natal, de 40 mil hectares. Os conflitos e as tentativas de expulsar os camponeses se agravaram nos últimos anos, especialmente depois de decisões de reintegração de posse favoráveis aos fazendeiros terem sido revogadas.
No mesmo podcast em que defendeu o uso de armas, Zamora Filho citou, sem detalhes, a ocupação na fazenda e acusou os ocupantes de desmatar na reserva legal da propriedade.
Mas o embargo na Fazenda Palotina por destruição da floresta data de 2003, mais de uma década antes do início do conflito. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, o embargo continua válido até hoje porque a área degradada, de mais de mil hectares, jamais foi recuperada.
Foi então que aconteceu o episódio mais grave de violência. Tabuti contou que seguia para fazer seu trabalho ao lado de três moradores do acampamento, por volta de meio-dia, quando foi abordado por cinco homens armados com pistolas e escopetas calibre 12, que estavam em um carro de passeio e um quadriciclo. Os criminosos, segundo ele, estavam com roupas camufladas, toucas e coletes à prova de balas. O trabalhador diz que os agressores os mantiveram ajoelhados por mais de meia hora, e os torturaram com socos, chutes e golpes de facão no rosto e no corpo. Eles teriam fotografado as vítimas e anotado seus nomes, dados pessoais e endereços.
Segundo Tabuti, os agressores também deram dois tiros na mala do profissional e destruíram seu equipamento a golpes de facão. Eles teriam dito que só não mataram as vítimas para que contassem à comunidade o que havia acontecido.
Nenhum dos criminosos foi identificado até o momento. A suspeita inclui a atuação de policiais militares do Acre fora de sua jurisdição e com equipamentos públicos na defesa da propriedade. O Ministério Público Federal pediu a instauração de uma investigação para averiguar a atuação de policiais como jagunços da propriedade. Uma investigação sobre o assunto também foi iniciada pelo Ministério Público do Estado do Acre.
A Secretaria de Comunicação do Acre e a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas não responderam aos pedidos de informações enviados pelo Intercept.
O advogado de defesa do pecuarista afirma não ter conhecimento sobre a ação que fez os homens reféns. Ele relata que o único conflito armado que houve em fevereiro de 2024 foi quando Zamora Filho efetuou disparos para o alto quando encontrou 20 dos acampados em um dos ramais de acesso à propriedade.
Feitosa Zamora diz que a segurança da fazenda atualmente é feita por uma empresa privada terceirizada e que não tem informações sobre as armas usadas nem sobre treinamentos feitos dentro da propriedade. Ele afirmou que a fazenda não tem policiais da ativa e ou ex-policiais em sua equipe.
Segundo ele, o delegado federal Mauro Spósito atuou para a família como advogado em alguns casos. Spósito foi superintendente da PF no Amazonas durante oito anos e é investigado como suspeito de chefiar o grupo de policiais que seriam responsáveis pela segurança da fazenda.
“Quem conta com ‘jagunço’ certamente não permitiria o avanço da invasão ilegal e tampouco estaria em um litígio judicial que perdura oito anos. Essas narrativas são falsas e desprovidas de qualquer prova, configurando calúnia. Os invasores visam obter apoio político e de autoridades com essas narrativas falsas”, me disse o advogado do pecuarista.
Fazenda é apontada como terra pública pelos assentados
Os Zamora já conseguiram decisões favoráveis de reintegração de posse no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. As decisões, no entanto, estão suspensas desde março.
Um dos motivos é a manifestação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, que afirma que a área ocupada pertence na verdade à União. A entrada do Governo Federal na disputa territorial tira o caso da Justiça do Estado do Amazonas e leva para a Justiça Federal, o que anula decisões anteriores.
O envio para a Justiça Federal foi decidido apesar dos recursos da defesa do pecuarista contra a medida. O advogado Feitosa Zamora afirma que o Incra havia reconhecido a legalidade da fazenda em três oportunidades anteriores e acusa o órgão de agir de forma “ilegal”. A pedido do Superior Tribunal de Justiça, a situação passou a ser acompanhada pelo corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Amazonas. O desembargador Jomar Fernandes está averiguando o processo e a atuação do cartório de Lábrea no caso – há denúncias inclusive de sumiço de documentos, e a tabeliã responsável pelo cartório foi afastada no início de abril pelo prazo de 90 dias.
Feitosa Zamora reclamou que o desembargador visitou os acampados e não se reuniu com os donos da fazenda. Também atacou o fato de ele ter feito a visita ao local acompanhado pelo diretor de Governança Fundiária do Incra, o ex-senador João Pedro Gonçalves da Costa, que é do PT. Em meio às denúncias, o único preso é Paulo Sérgio Costa de Araújo, um dos líderes do acampamento. Ele é acusado de ter ameaçado Zamora Filho, conforme mostra um vídeo gravado pelo próprio pecuarista. Nele, o sem-terra mostra estar armado com uma espingarda de caça quando discute com o fazendeiro.
Pecuarista é apoiado por políticos
O pecuarista tem arregimentado o apoio de políticos do Amazonas e do Acre para defender a propriedade. Em dezembro de 2023, o deputado estadual do Acre Emerson Jarude, do Novo, manifestou sua solidariedade a ele. Zamora pai e o filho(foto) haviam participado, em 2021, de uma audiência com o então ministro da Justiça, Anderson Torres, e o então Secretário Nacional de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia. O encontro foi articulado pelos senadores Marcos Rogério, do PL de Rondônia, e Alan Rick do União Brasil do Acre, na época deputado federal.
Segundo investigações da polícia e da CPI da Terra, de 2005, os milicianos rurais eram ligados a Luiz Antônio Nabhan Garcia, fazendeiro da região e presidente da UDR, a União Democrática Ruralista. Hoje, ele é secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura – em outras palavras, o responsável demarcações de terras e a reforma agrária.
Assim que assumiu o cargo, Nabhan seguiu a cartilha do governo e chamou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, de “organização criminosa”. Diz que não negociará com os sem-terra. E defendeu a revisão dos assentamentos de 350 mil famílias nas últimas três décadas e o fim das escolas rurais do movimento, responsáveis pelo ensino a 200 mil crianças e adolescentes. “Fabriquinhas de ditadores”, classificou.
Devem passar por sua mesa a distribuição – ou não – de terras e a produção nos assentamentos – ao quais ele se refere como “favelas rurais”. Além da verborragia, que o aproxima de Bolsonaro, Nabhan também tem um histórico com “jagunços”, milicianos armados usados para proteger terras de possíveis invasores, na conflituosa região do Portal do Paranapanema, no oeste paulista.
Carabinas, pistolas, fuzis e munição
A ligação de Nabhan Garcia com a violência na região está documentada e detalhada na tese de livre-docência do historiador Adalmir Leonídio, defendida na Esalq-USP em 2010. O Pontal do Paranapanema tem um longo histórico de crise fundiária, mas foi no início do governo Lula que a tensão entre os fazendeiros e o MST se acentuou.
“Os grandes fazendeiros se mobilizavam para evitar a reforma agrária”, diz Leonídio. Alguns integrantes do grupo, segundo a reportagem do Jornal Nacional, eram “jagunços e pistoleiros trazidos do Mato Grosso”. Já o Estadão noticiou que a milícia, capaz de operar com fuzis AR-15, praticava “tiro ao alvo”. Foi um escândalo. A Polícia Federal reagiu e o Senado também, com a abertura de uma CPI para investigar as milícias rurais da região.
A manchete é sobre o MST, mas quem aparece na foto são os fazendeiros armados para enfrentarem os sem-terra.
Dias depois, o fazendeiro Manoel Domingues Paes Neto foi preso em flagrante pela Polícia Federal por porte ilegal de armas.Sua família é amiga de Nabhan e dona de uma fazenda próxima à dele, em Sandovalina. Foram apreendidas com Paes Neto carabinas, pistolas, fuzis e munição. Segundo ele, parte do armamento pertencia a Nabhan. E os capangas eram bombeiros e policiais militares, aposentados e da ativa, a grande maioria do Mato Grosso do Sul.
Segundo o depoimento de Paes Neto, a reportagem havia sido gravada em uma das fazendas de Nabhan Garcia, a São Manoel. O fazendeiro também contou que foi convidado por Nabhan, junto com o pai, para participar da foto; ambos declinaram, pois já eram investigados por outros crimes. E mais: disse que o próprio Nabhan García aparecia na foto junto aos milicianos – ele seria o quinto da esquerda para a direita, com o rosto coberto, como os outros, usando um boné da Mercedes-Benz.
‘Sem poder pôr os filhos para estudar, muitas famílias deixam o local’.
Os assentados afirmam que chegaram a construir uma escola com a promessa de que a Prefeitura de Boca do Acre enviaria professores – o que, dizem, não foi cumprido. Sem educadores, a escola permanece fechada.
Os filhos dos sem-terra também estariam sendo impedidos de estudar na escola municipal que fica dentro da fazenda para atender os filhos dos funcionários. Também não são atendidos pelo transporte escolar para frequentar outras escolas.
“Sem poder pôr os filhos para estudar, muitas famílias deixam o local. Algumas delas temem até perder benefícios assistenciais porque os filhos aqui ficam fora da escola”, diz.
Feitosa Zamora nega que seu cliente tenha pressionado a prefeitura para impedir o acesso das crianças à escola. Procuradas por email, a Prefeitura de Boca do Acre e a Secretaria Municipal de Educação não responderam aos pedidos de entrevista.
🚨VEJA: Marcos do Val, o senador do grampo contra Moraes, e a farsa de um brasileiro na SWAT . Senador ganhou fama no Brasil como "instrutor da SWAT", se elegeu na onda bolsonarista em 2018, no entanto dossiê de soldados dos Estados Unidos denuncia uso indevido da instituição por Do Val, que nunca foi policial
Ele já foi fardado duas vezes ao programa de Jô Soares, no SBT e na Globo. Convidado de Danilo Gentili, compareceu ao estúdio com o colete que tem um imenso SWAT escrito no peito, além da palavra “instructor” em inglês.
Além disso, pendurou bem visível o símbolo de sua empresa, o CATI, e fez merchan da Action X, que se apresenta como a principal fornecedora de equipamentos para a prática de airsoft, jogo em que são disparados projéteis fake, de plástico.
🚨GRAVÍSSIMO: “ELES IAM ME MATAR': O DEPOIMENTO DO EX-COBRADOR QUE ACUSA MAGNO MALTA DE MANDAR PRENDÊ-LO E TORTURÁ-LO. O relato de Luiz Alves de Lima, que passou nove meses preso e perdeu a visão e a guarda da filha após ser acusado injustamente de pedofilia pelo senador.
DITADURA
BOLSONARISMO MATA
EM ABRIL DE 2009, Magno Malta, do PR, estava em seu primeiro mandato no Senado pelo Espírito Santo e era presidente da CPI da Pedofilia. Luiz Alves de Lima era cobrador de ônibus em Vitória, e sua filha tratava, em um hospital público, uma infecção por oxiúro, parasita que pode provocar coceira e irritação vaginal. Um médico suspeitou de abuso sexual e chamou o Conselho Tutelar. Luiz e a esposa foram presos preventivamente no mesmo dia.
Luiz diz que foi interrogado por Magno Malta, que apareceu na delegacia para surfar no suposto caso de pedofilia, e que depois sofreu sessões de tortura no presídio a mando do senador. A esposa foi solta 42 dias depois. Luiz saiu da prisão em liberdade provisória após nove meses, já em 2010, deixando a cadeia cego do olho direito e com menos de 25% da visão do olho esquerdo por causa dos espancamentos que sofreu por meses seguidos. Hoje, para conseguir dormir e evitar “ficar na paranoia”, precisa de medicação. Evangélico, desiludiu-se com a igreja e afirma que sua religião “é eu e Deus”.
🚨URGENTE: Pessoal preciso muito da ajuda de vocês, um seguidor de Nova Serrana - Mg me enviou e dói ver o que estão fazendo com a mãe natureza, dói ver o quanto os animais estão sofrendo. É preciso parar , é preciso dar um BASTA em tudo isso!
🚨IMPORTANTE: Google pagou mais de meio milhão de reais em anúncios no Facebook contra PL das Fake News
Desde abril, empresa gastou mais de R$ 670 mil em propaganda contra o PL 2630, segundo dados da Meta.
LULA É O MELHOR
Matéria de 2023
O Google foi o maior anunciante político nas redes do Facebook e Instagram no início do mês de maio no Brasil. Segundo a Agência Pública apurou, o Google gastou mais de R$ 470 mil em anúncios contra o PL 2630, o chamado PL das Fake News, no Facebook e Instagram entre 30 de abril e 6 de maio. Ao todo, desde abril, o Google pagou mais de R$ 670 mil em anúncios, todos eles de postagens contrárias ao PL.
As campanhas funcionam da seguinte forma: o Google paga para a Meta — a empresa que é dona das redes Facebook e Instagram — para que postagens sejam impulsionadas como propaganda e tenham maior alcance. Ou seja, esses conteúdos aparecem com maior frequência e chegam a mais pessoas que usam as redes sociais.
💣💥BOMBA: PF consegue imagens inéditas de joias ilegais de Bolsonaro comercializadas em Miami. As imagens, os documentos e as entrevistas coletadas nos EUA apontam, ainda, a participação de uma nova pessoa na operação clandestina; inquérito está na fase final.
Bolsonaro ficou com joias avaliadas em R$ 500 mil após fim de mandato
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A Polícia Federal conseguiu imagens inéditas e entrevistas que confirmam detalhes sobre a venda e recompra ilegais das joias que compunham o chamado "kit ouro branco" que Jair Bolsonaro se apropriou irregularmente, quando era chefe de Estado.
As imagens, os documentos e as entrevistas apontam, ainda, a participação de uma nova pessoa na operação clandestina.
🚨VEJA: PL da Rede Globo? Entenda a nova fake news bolsonarista
Estimulados por Eduardo Bolsonaro, parlamentares da extrema direita atacam PL que protege conteúdo nacional e diversidade nos streamings
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LULA TRABALHA
BOLSONARO MORREU
como se sabe, não se pode confiar em nada do que vem da extrema direita brasileira, visto que, em 99% das vezes trata-se de fake news e desinformação, como é o caso em torno do PL 8889/2017, que visa regulamentar o serviço de streaming no Brasil e promover o conteúdo nacional e a diversidade social na oferta.
Incentivar minorias sociais? Não pode
Segundo uma publicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nas redes sociais, o PL 8889/17 é problemático porque "incentiva minorias" e tem por objetivo "doutrinar as pessoas com conteúdo de esquerda".