"Inspirado em um antigo mapa de Arthur Ramos, um importante antropólogo brasileiro (e um dos primeiros a se dedicar a estudar o negro) o mapa apresentado é uma simplificação de um período muito complexo, que foi a escravidão no Brasil,+
e das influências de diferentes grupos africanos.
É importante ressaltar que TODAS as regiões foram influenciadas tanto por sudaneses quanto por bantos. O mapa apenas destaca uma predominância.+
(que em alguns casos pode ser relativa, a exemplo do Maranhão, que recebeu um grande número tanto de povos bantos como 'sudaneses'). O mesmo aconteceu no Rio Grande do sul, tanto os 'minas' como os povos de Angola e Congo tiveram uma grande importância.+
A interiorização dos negros no mapa se deve em grande parte ao Ciclo do Ouro que trouxe muitos africanos para irem trabalhar nas minas de ouro no interior do Brasil (hoje atual Goiás, Tocantins, Minas Gerais e Mato Grosso).+
BANTOS
O termo 'Banto' refere-se a um amplo conjunto de povos e culturas da África Central, sendo originado do grupo linguístico banto, que engloba diversas línguas africanas com características comuns.+
O domínio de Portugal na Guiné, Angola, na atual República Democrática do Congo e o fluxo posterior de Moçambique facilitaram a exportação em massa desses africanos para o Brasil.+
Entre 1580 e 1850, aproximadamente 75% dos africanos escravizados trazidos para o Brasil eram de origem banta.+
Essa migração forçada resultou na incorporação significativa de características culturais bantas na formação do povo brasileiro, influenciando profundamente a música, as danças, os jogos e as lendas do país.+
SUDANESES
O termo 'sudanês' refere-se a grupos da África Ocidental, como os iorubás da Nigéria, os jejes (Ewe-Fon) do Daomé e os Fanti-Ashanti da Costa do Ouro.+
Estes povos, trazidos ao Brasil principalmente durante o final do século XVIII e início do XIX, influenciaram profundamente a cultura urbana do Nordeste e Sudeste, especialmente em Salvador, Recife e São Luís.+
A cultura sudanesa trouxe consigo complexas tradições religiosas e sociais. A influência do islamismo entre os povos fulas, mandingas e haussás também deixou marcas em comunidades como a dos Malês, no Brasil, que protagonizaram a Revolta dos Malês em 1835,+
uma insurreição de escravizados islâmicos na Bahia.
A herança cultural sudanesa se faz sentir especialmente no candomblé nagô, nos toques e ritmos dos atabaques e na formação das primeiras irmandades religiosas e sociedades secretas de africanos em solo brasileiro".+
Via: Cultura Nordestina
Fonte: "Diáspora Negra no Brasil", Linda M. Heywood
"O Negro Brasileiro", Arthur Ramos
"Dicionário do Folclore Brasileiro", Luís da Câmara Cascudo.
"Menosprezada pela história, herança banto é um pilar central da formação do Brasil", Laura Pereira Lima, Jornal da USP, 25 jul. 2023; jornal.usp.br/diversidade/me…
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A Influência Indígena na Colonização Portuguesa do Brasil
"Do índio adotou logo o colono numerosos hábitos, abandonando os da Europa. Estacio de Sá, desembarcando no Rio de Janeiro, em 1565, fez os "tujupares, que são umas tendas ou choupanas de palha, para morarem"+
Fortificou-se como o índio, nas cercas de pau a pique. Substituiu o trigo pela mandioca. Aprendeu a moquear a carne, para conservá-la. Não quis outra cama além da rede, que era para os tupis o único traste.+
A rede ("banguê") é também a sua morada. A rede ("serpentina") é também o seu veículo. No trabalho do campo imitou o índio, derrubando e queimando, para a plantação, e cobiçando sempre terras novas, numa ocupação progressiva do solo.+
"Poderiam chegar ao sacerdócio os meninos gentios das primeiras escolas do Jesuíticas do Brasil? Em teoria, podiam. O pensamento inicial de Nóbrega foi esse, de os associar à glória de pregadores do Evangelho.+
Manuel da Nobrega chefe da primeira missão jesuítica ao Brasil, tinha planos de recrutar alguns filhos dos indios para serem enviados para Europa e se formarem no sacerdócio.+
Eles seriam escolhidos entre os melhores das Aconfrarias dos meninos, formadas pelos jesuítas com crianças indígenas. Em 1552, Nobrega diz já ter dois meninos que já sabiam ler, escrever, cantar e que eram bons pregadores,+
Toda vez que o Brasil tenta copiar ou trazer alguma idiotice anglo-americana e/ou europeia ocidental, consegue fazer pior.
A situação agora é o não reconhecimento do mestiço e do índio. Não existe mais a América. É só Europa e África.+
O governo que reclama de "fake news" faz uma postagem falsa numa rede social e "todo mundo" acredita.
Joaquim Cândido Soares de Meireles (1797-1868) foi um médico cirurgião-mor da Marinha Imperial. Foi fundador, idealizador e primeiro presidente da Academia Imperial de Medicina (hoje Academia Nacional de Medicina) e Patrono do Serviço de Saúde da Marinha do Brasil.+
Em 1816 Soares de Meirelles fez os Cursos Preparatórios no Seminário São José, tendo sido aluno do seu tio, Padre João Baptista Soares de Meirelles, Latinista de prestígio.+
Formou-se cirurgião em 1822, no Curso Academia Médico-Cirúrgica que funcionava no Hospital Militar do Morro do Castelo.+
O Jarê é uma religião endêmica da Chapada Diamantina [Bahia]. É considerado um candomblé menos oxtodoxo, pois suas práticas envolvem sincretismos com o catolicismo rural, práticas xamânicas indígenas e espiritismo kardecista.+
O jarê foi liderado pelas nagôs, etnia à qual pertenciam senhoras africanas escravizadas e alforriadas trazidas para a região. Foi através de uma síntese particular que aglutinou o espiritismo kardecista e as influências africanas e indígenas,+
representadas pelos índios Cariris e Maracás com suas performances xamânicas, que o jarê conseguiu se perpetuar até os dias de hoje, pioneiramente por esforços orais. Embora se presuma a existência de casas do culto ainda no final do século XIX e no início do século XX,+