Thread by @LucaLaprovitera

Tudo que eu quero e preciso falar não cabe em um Tweet e não sou doido para pagar o verificado só para ganhar uns caracteres, então vou de old school e fazer uma thread. Os problemas do @FortalezaEC em 2025 não começaram em 2025, mas acabaram explodindo nele. Vamos por tópicos:

-CATEGORIA DE BASE
Apenas 2 jogadores estrearam profissionalmente nos últimos 10 anos e completaram mais de 20 jogos: o goleiro Max Walef e agora o zagueiro Gustavo Mancha. Diferente de Max que chegou ao clube em 2009 e só em 2015 estreou, Mancha passou só 8 meses na base.

Historicamente a base sempre foi um trunfo do Fortaleza. Mesquita, Cícero Capacete, Sérgio Monte, Louro, Alexandre, Pedro Basílio, Rôner, Lucinho, Expedito, Caetano, Eliézer, Alberto, Erandir, Clodoaldo, Osvaldo, dentre outros foram vitais em títulos, campanhas e conquistas.

Mesmo nomes como Junior Pipoca, Carlos Henrique, Cleiton Cearense, Carlinhos, Coelho, Válter, Teles, Eusebio, Leandro, Bismarck, Ari, Adailton, Douglas, Rogério, Guto, Edinho, Walfrido, Erivelton, Max Oliveira, Max Walef e Romarinho, a base sempre supriu o profissional.

Das principais revelações dos últimos anos, quase nenhuma ou nenhuma foi formada aqui. Hércules sequer jogou na nossa base, Igor Torres, Habraão, Lucca Prior e Alix Vinícius não jogaram ou sequer fizeram 6 jogos no sub-20. Kervin até sul-americana já tinha jogado.

Dos 68 jogadores relacionados a jogos do sub-20 em 2025, 21 já jogaram profissionalmente em algum outro clube, mais de 1³. Isso significa jogadores de base mais caros, mais propensos a salários profissionais e mais fatiados em caso de venda futura.

DISTANCIAMENTO TIME-TORCIDA
Uma das piores coisas deixadas pela Era Ceni foi o absoluto segredo sobre tudo. Não se sabia relacionados, lesionados mesmo que grave só no dia do jogo, treinos para torcida ou até mesmo imprensa, quase nunca, tudo isso em nome do profissionalismo.

Com o tempo isso foi aumentando, gerou-se uma bolha, aliado a um clube que com o passar dos anos e com resultados esportivos foi-se proibindo a crítica, que apontar mudanças e correções era jogar contra, era ser corneteiro, era atrapalhar, ao ponto do constrangimento.

O distanciamento foi se aumentando, atletas, diretoria e torcida, a relação se tornou artificial e no grande baque dessa Era, a final da Sul-Americana e a manutenção do eleito algoz pelo torcedor, Pedro Augusto por quase 2 anos, o que goj quebrado nunca mais se consertou.

As decisões foram ficando mais estranhas, mais secretas, seja do caso Lucero, a negociações com jogadores, seja disputas internas entre Alex e Bruno, seja nas vontades dos comandantes deturpadas para blindar dirigentes. A principal eu elejo o contrato com a Volt.

No fim de 2016, o Fortaleza em parceria com a Bomache lança a Leão 1918, a primeira marca própria do Nordeste e a segunda do país. Por mais de 6 anos, a marca deu um sentido de pertencimento ao torcedor. Eram camisas feitas pelo clube, era algo nosso, feito por nós.

Com a chegada da Volt, esse castelo começou a ruir. Material ruim, de baixa qualidade, produtos bem mais caros e camisas totalmente distorcidas da história e realidade do clube, como a homenagem aos anos 90, os piores de nossa história com isso. Mas não parou por aí....

A injustificável manutenção da tal Cruz de Santiago e o novamente citando por continuarei daqui, o financeiro impactado.

FINANCEIRO
"Reclama, mas faz teu sócio. Cobra, mas faz teu sócio." - uma das falas mais célebres do CEO Marcelo Paz é essa, em um tom meio que de cobrança. Entre 2015 e 2017, o sócio torcedor tinha páginas próprias no Twitter e no Instagram voltados a dúvidas, divulgações e etc.

Nessas páginas eram divulgadas promoções e parcerias. O sócio desde 2018 sobe de preço a cada ano, porém atingiu um teto e não souberam subir. Lembro em 2019 de comentar com o Diretor de Marketing, Marcel Pinheiro a ideia de ampliar o clube de vantagens e montar um cashback.

Em defesa do Marcel, na época ele gostou da ideia, mas disse que pelo menos o cashback podia demorar pela dificuldade de implementar e os custos, já que na época estávamos só a cerca de 18 meses longe da C. Recentemente depois de anos o clube discretamente divulgou ambos.

Sei que isso passa por muita gente, mas esperaram 3 Libertadores, 3 Sul-americanas, 7 Séries A para isso? Com a água batendo na bunda e com divulgação discretíssima? Hoje ir em um estádio é carissimo, sócio, lanche (se lanche), transporte/estacionamento, é pesado.

Dependendo do dia da semana sai mais em conta uma família de 4 pessoas ir no cinema do que uma pessoa ir sozinha pri estádio. A cobrança, produtos caros, estádio caro onde quando como nesse domingo a torcida vaia e fazer é aumentar o som para abafar desgastam o relacionamento.

TIME EXPERIENTE
Em 2019, buscando experiência na equipe, o Fortaleza busca a contrato do atacante de 37 anos Wellington Paulista, em 2023 querendo ganhar corpo e rodagem trouxeram o ponta de 32 anos Marinho. Antes nomes pontuais, em 2024 foi se tornando padrão.

Em 2025, o time chegou a entrar em campo com 10 jogadores com 30 anos ou mais, ja foi a equipe com maior faixa etária da Série A, se em 2024 quando se tornou uma política mais evidente o time sofreu com isso, um ano depois e envelhecendo ainda mais o time foi um desastre.

COBRANÇA
Por anos o torcedor foi cobrado para ser sócio, ir pro estádio, comprar produtos oficiais e assim o fez, tudo em nome do consentimento e resultados esportivos. O fato que o 2° maqueava os erros para o 1°. Mas os erros sempre lá estiveram e eles iam desmoronar.

Como um castelo de cartas, quando numa cai, o castelo todo desmorona. Depois de tanto cobrarem, está na hora de serem cobrados, de falarem, de dar explicações. Para falar da demissão de Alex Satiago, justa ou não, rapidamente apareceram vários, mas agora nada.

Está na hora dos que realmente fazem o Fortaleza, escolhidos e eleitos, como diretorias da SAF e associação. Seus presidentes e CEO aparecerem, nada de Boeck ou Papellin como testas de ferro para caírem neles os erros não só dos próprios mas de quem realmente manda.

DESESPERO
Um passivo de empréstimos que em um ano subiu de 67 para 220 milhões, elenco caro, velho e sem mercado, uma SAF em acionista, com grupo gestor com valor de jogador de Série A e deslumbrada, se quer empresa será cobrada como tal. N

No mundo corporativo, se funcionários não entregam resultados, é rua e hoje a SAF e seus gestores não estão entregando resultados.

Peço desculpas porque relendo vi alguns (vários) erros de digitação. Creio que dá para entender, mas novamente peço desculpas. Meia-noite, com sono, com raiva e gripado e escrevendo na porra de um celular é difícil.