Luiza Caires - jornalista de ciências Profile picture
Editora de Ciências do Jornal da USP #SciComm 🏳‍🌈 ela/a

Aug 14, 2020, 12 tweets

Quem aí já viu um arrependido que chora igual ao cara aqui embaixo?

O que a gente não sabia era que essas lágrimas não são tão diferentes das nossas!

E estudar lágrimas de répteis e aves pode ajudar a entender/tratar doenças nos olhos humanos. Segue o fio 👇 #ExistePesquisanoBR

Uma pesquisa liderada pela brasileira Arianne Oriá, da UFBA @ufbaempauta permitiu conhecer melhor a composição e características do "choro" de araras, gaviões, corujas, papagaio, tartarugas, jacarés (+)

Até agora, a ligação das lágrimas a emoções é algo conhecido somente em humanos. Mas todos os vertebrados têm um líquido que mantém os olhos limpos e nutridos, vital para a visão. Apesar disso esse fluido não tem recebido atenção nas pesquisas, exceto para alguns mamíferos (+)

Arianne Oriá e seus colaboradores trabalharam junto com veterinários centros de conservação e cuidado de animais silvestres e um criador comercial para coletar amostras de lágrimas de animais saudáveis ​​em cativeiro. (+)

Mas fica tranquilo que ninguém fez os bichos chorarem pra isso: os pesquisadores coletaram lágrimas como parte dos exames físicos normais dos animais, e o estudo foi limitado a animais que já eram mantidos como animais de estimação ou como parte de iniciativas de conservação (+)

[Aliás, sabia que boa parte dos animais em cativeiros e zoológicos foram resgatados do tráfico e criadouros clandestinos, e não poderiam ser reinseridos na natureza, pois não se adaptariam? Sim, o pessoal dos zoológicos não "aprisionou" esses animais como muita gente pensa] (+)

Mas voltando ao assunto do fio! Além das araras, gaviões, corujas e uma espécie de papagaio, além de tartarugas, jacarés e tartarugas marinhas, os autores também coletaram lágrimas de 10 voluntários humanos saudáveis. (+)

Os autores descobriram que todo tipo de lágrimas continha quantidades parecidas de eletrólitos, como sódio e cloreto. Lágrimas de pássaros e répteis tinham concentrações ligeiramente maiores.; e as de coruja e tartaruga marinha também tinham níveis maiores de uréia e proteína (+)

Eles também examinaram os cristais que se formaram quando o fluido lacrimal secou. Os pesquisadores podem usar esse padrão de cristalização para descobrir certos tipos de doenças oculares, além de outras variações entre os tipos de lágrimas. Olha que bonito: (+)

Os cristais mostraram mais variação. Os cristais lacrimais de tartarugas marinhas e jacarés se mostraram particularmente diferentes, provavelmente como uma adaptação aos seus ambientes aquáticos. (+)

Pesquisas futuras com outras espécies podem continuar a aumentar nosso entendimento dos tipos de lágrima e também ajudar a orientar melhores tratamentos para animais e humanos. Conhecimento que ajuda na compreensão da evolução/adaptação dessas espécies e na sua conservação (+)

Fio baseado release da revista "Frontiers in Veterinary Science".

Imagens da pesquisadora
Foto do zoo: Jose Cordeiro/SPTuris
Gifs apenas ilustrativos

Artigo científico disponível aqui:

frontiersin.org/articles/10.33…

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