O furacão #Laura chegou causando destruição. É o furacão mais intenso até agora da temporada de ciclones tropicais do Atlântico em 2020, que atinge principalmente os EUA, o México e o Caribe. Mas você sabe como eles se formam? Sou @_camillacosta e conto mais nesse 🧶
Para começar é bom saber que quando falamos de, furacões, ciclones e tufões estamos falando basicamente da mesma coisa: ciclones tropicais. Eles recebem nomes diferentes porque ocorrem em regiões diferentes do planeta. Essa é sua distribuição:
Em quase 60% das vezes, os furacões que chegam até o Caribe, EUA e México começam como ondas tropicais, áreas de baixa pressão atmosférica que se formam na costa leste da África e viajam empurradas pelos ventos alísios.
Quando estão no oceano Atlântico, as ondas tropicais podem acabar encontrando outras condições que possibilitam a formação dos ciclones tropicais, ou furacões. Normalmente, isso só acontece em latitudes específicas, entre os paralelos 10ºN e 30ºN.
Esses ingredientes se combinam numa espécie de balé de calor, vento e umidade, que formam aquela tempestade que vemos nas fotos impressionantes da Nasa. O furacão formado fica assim:
Mas o fenômeno passa por outros estágios, a depender da velocidade dos ventos. É por isso que, no noticiário, você vai ouvir que a Depressão tropical "Fulana" se transformou em Tempestade tropical. E talvez, horas ou dias depois, se torne um furacão.
E depois que vira furacão, geralmente é classificado também segundo a velocidade dos seus ventos em categorias, para medir seu poder de destruição. Para os ciclones tropicais do Atlântico, usamos a escala Saffir-Simpson.
Só que desde 2010, a escala Saffir-Simpson passou a considerar somente os ventos. Não considera outros fatores que são os que causam a maior parte dos danos e da perda de vidas, como as inundações e as marés de tempestade, que são provocadas pelos furacões.
"Não necessariamente a destruição ou o perigo associados a um ciclone tropical correspondem a sua categoria. Por exemplo, um ciclone de categoria maior não tem por que ter mais chuva", disse para nós o meteorologista Jorge Hidalgo, do Serviço Meteorológico Nacional do México.
Mas por que México, Caribe e EUA recebem mais furacões? Uma das razões é que ali a temperatura do oceano fica quente por mais tempo no ano. Mas há uma combinação de fatores que inclui as grandes correntes de vento que circulam no planeta, a rotação da terra e os anticiclones
Os anticiclones são áreas de alta pressão, que funcionam como um certo obstáculo e podem influenciar a trajetória dos furacões no Atlântico. É o caso do anticiclone das Bermudas-Açores. A posição dele pode direcionar mais furacões ao Caribe, ao Golfo do México à Flórida.
E por que praticamente não temos furacões na América do Sul? Resumidamente, porque não há as mesmas condições para a formação de um ciclone tropical. São fatores que vão desde a percepção da rotação da Terra próximo à linha do Equador até a temperatura das águas no Atlântico Sul.
Isso não quer dizer que nenhum tipo de ciclone aconteça. A América do Sul volta e meia tem ciclones extratropicais, por exemplo, que são formados em latitudes médias e têm núcleos frios. Foi o caso do "Ciclone-bomba" que ocorreu no sul do Brasil esse ano: bbc.in/2YHaJ7F
Mas o único furacão mesmo registrado por aqui foi o Catarina, que atingiu o Estado de Santa Catarina em 2004. Ele também começou como um ciclone extratropical, mas adquiriu características de ciclone tropical, ou seja, furacão, com o passar dos dias.
O Catarina chegou ao que, na época, era a categoria 2 na escala Saffir-Simpson. Com a reformulação de 2012, ele hoje seria considerado categoria 3. Ao menos 11 pessoas morreram, mais de 500 ficaram feridas e mais de 30 mil ficaram desabrigadas.
Mas calma. Esse é, sim, considerado um fenômeno raro por essas bandas. Mas se você quer saber se ele poderia se tornar mais frequente por causa das mudanças climáticas... leia nossa reportagem! bbc.com/portuguese/int…
E obrigada por ter seguido nosso fio até aqui. Continue acompanhando a bbcbrasil.com!
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