60 ANOS DE OSWALDO JARDIM! - A THREAD
Há exatas seis décadas, nascia Oswaldo Jardim no dia 28/08. E para homenagear esse carnavalesco tão importante pra folia, preparamos uma semana inteira de homenagens.
Segue o fio!
Conhecido como "Rei da Espuma" o carnavalesco construiu um forte imaginário na festa, na contra-mão das linguagens dominantes. O apelido não é à toa. A preferência pelo material rendeu a Oswaldo esse título, mas o carnavalesco foi muito mais do que um rótulo clichê.
Oswaldo construiu um jardim de ideias inteligentes, marcado por soluções particulares, que deram o tom de sua personalidade artística. O abuso do multicolorido tropical e de uma estética menos acadêmica, com referências à cultura de massa, foi marca principal da sua carreira.
Oswaldo cursou Cenografia na Unirio e trabalhou como assistente de Arlindo Rodrigues na TV Manchete até chegar no carnaval em 1985, na Estácio de Sá. O enredo era "Prata da noite" em homenagem a Grande Otelo.
Três anos depois, chegou ao Império Serrano. O desfile "Jorge Amado, Axé Brasil" homenageou o legado do escritor baiano. A apresentação em homenagem ao escritor Jorge Amado acabou ofuscada por vir logo depois de Ratos e Urubus.
Mas, no visual multi-colorido e alegre do desfile, Oswaldo mostrou como marcaria sua personalidade ao utilizar a linguagem das escolas de samba ao seu modo. Ele se destacou pelo uso intenso de cores limpas e vibrantes.
Em 1991, chegou à Unidos da Tijuca, escola que encarnaria fortemente o visual jovial e pop do seu trabalho. Foram 5 desfiles assinados na azul e amarelo ao longo da década de 1990. O primeiro deles foi "Tá na Mesa, Brasil!".
Em 1992, passeou pela baía de Guanabara, ainda Tijuca. Um dos destaques estéticos do desfile foi a forragem das alegorias com o "papel água", que deu o visual “aquático” que pedia o enredo sobre a baía de Guanabara
Na Vila Isabel, Oswaldo foi responsável pelo belíssimo "Gbala, viagem ao tempo de criação", traduzindo a preocupação com o futuro do planeta no cenário pós Eco-92. O enredo se apoiou na mitologia iorubá para pensar no equilíbrio do homem e seu contato com a natureza. Atualíssimo!
Seguindo na azul e branco de Noel, o artista mergulhou nos 350 anos do bairro de Vila Isabel para o carnaval de 1994. O enredo sobre a história do bairro tinha tudo para seguir uma linha mais tradicional, mas ele se apoiou em momentos jocosos e bem-humorados.
Em 1995, voltou a Unidos da Tijuca com o enredo "Os nove bravos do Guarany" apostou mais uma vez numa estética leve para falar da obra de Carlos Gomes.
Já no fim da década, outro casamento marcante de Oswaldo ocorreu com a Mangueira.// Em 1996, à luz do sol, as alegorias elaboradas e ao mesmo tempo leves, por causa da espuma, chamaram a atenção do público. Principalmente a do sapo presente no segundo setor
No ano seguinte, o bom gosto cromático de Jardim voltou a ser destaque do desfile mangueirense sobre os Jogos Olímpicos. O desfile dosou o tradicional verde e rosa com momentos mais monocromáticos, alcançando o terceiro lugar.
Foi em 99 que o artista alcançou o seu melhor trabalho. O inesquecível "O Dono da Terra" da Unidos da Tijuca é considerado um dos maiores desfiles do Grupo de Acesso até hoje. O samba antológico, uma comunidade aguerrida e um artista inspirado deram à escola o título da Série A.
Em 2000, retornou a Vila Isabel para seu último desfile no grupo especial. Ainda sobre temática indígena: "Eu sou índio, Eu também sou imortal". Oswaldo se aposentou precocemente, antes de morrer em 2003.
Jardim aparece ainda hoje nas avenidas, mostrando seu legado e seu poder criativo de um estilo bem definido e criado com apuro e personalidade, tanto na simplicidade das fantasia e no uso da espuma quanto nas formas cartunescas, no uso das cores e as outras marcas do artista.
Para celebrar o legado e a obra desse artista, além de trazer seu nome para novas gerações, dedicaremos a semana que vem inteira a conteúdos inspirados na obra de Oswaldo. Serão fotos de seus desfiles, curiosidades e conteúdo em vídeo.
Alguns artistas do carnaval foram convidados para criar obras inéditas pro evento virtual, estão na lista Jorge Silveira, Guilherme Estevão, Thiago Avhis, Lucas Abelha, Rodrigo Cardoso, Osmar Filho e outros!
Na quinta-feira, dia 03/09, realizaremos a mesa virtual "O jardim tropical de Oswaldo: o legado de um artista", recebendo Jorge Silveira, Guilherme Estevão, Edu Gonçalves, Jack Vasconcelos e Thiago Avhis para debater sobre a trajetória do artista homenageado no nosso canal.
Fica ligado nos nossos canais e redes sociais, que tratemos muito conteúdo pra homenagear esse grande artista! Até o fim da semana que vem!
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