Márcia Jamille 🦊🔎 Profile picture
Arqueóloga especialista em Egito Antigo; Estou no Arqueologia pelo Mundo, Nerdologia e na HarperCollins. arqueologiapelomundo@gmail.com

Sep 17, 2020, 10 tweets

Caso você tenha assistido minha palestra "Onde está a tecnologia do passado" irá se recordar de um momento em que mostro de qual forma imagens de satélite têm auxiliado arqueólogos a descobrir sítios arqueologicos que foram saqueados. +

Pois bem, recentemente essa tecnologia foi utilizada por um paleontólogo chamado Alceu Ranzi. Ele estava observando algumas imagens de satélite e descobriu a destruição de um geoglifo que fica em uma fazenda do Acre.
Isso virou tema de vídeo:

#Geoglifos, falando de forma extremamente básica, são grandes imagens feitas no solo. Os mais famosos são as linhas de #Nazca, no Peru. E aqui no Brasil (imagem) temos vários exemplos de sítios arqueologicos do tipo, especialmente no Acre.
Fotos: Mauricio de Paiva

Pois bem, o sítio destruído em questão está localizado na fazenda Crixá, em Capixaba, no Acre. E de acordo com o levantamento a destruição do geoglifo ocorreu em 2019, embora tenha sido noticiado somente agora em 2020.
oeco.org.br/reportagens/tr…

E o dono da fazenda? Então, ele se chama Assuero Doca Veronez, que é o presidente a Federação da Agricultura e Agropecuária do Acre. Quando o caso foi noticiado ele deu uma declaração bem bizarra — no mínimo — para a @natgeobrasil.

O fazendeiro afirma que não mandou destruir o geoglifo e que a destruição foi culpa de um capataz e do tratorista. Segundo ele, os trabalhadores teriam sido avisados sobre a importância do sítio arqueológico, mas, o tratorista sem prestar atenção acabou aterrando as valas.

De propósito ou não, o trator passou exatamente por cima do geoglifo!!!

Naturalmente a destruição foi denunciada ao IPHAN e ao Ministério Público Federal. A Polícia Federal no Acre também está investigando.

Link da reportagem da National Geographic: nationalgeographicbrasil.com/historia/2020/…

Querem mais um detalhe problemático? De acordo com o levantamento do site Oeco em julho de 2019 já é possível identificar a degradação do geoglifo. Ao comparar com imagens de julho de 2018, a diferença é nítida. +

oeco.org.br/reportagens/tr…

Porém a assessoria do Iphan não soube informar se foi realizada uma vistoria anual em 2018 na fazenda e tampouco se já foi apurado, através de imagens de satélite, precisamente quando de fato teria ocorrido a destruição... Enfim...

Por fim, vejam ao meu vídeo "Geoglifo MILENAR do Acre Foi Destruído!" porque vocês irão entender na prática o que falei no vídeo "Onde Está A Tecnologia Do Passado?" 😊

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