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Apr 13, 2021, 12 tweets

Salve Dona Ivone Lara!

Dia 13 de abril - 99 anos de Dona Ivone Lara e dia da mulher sambista.

Esse ano começamos a comemorar os 100 anos de uma das maiores artistas brasileiras. 🧶

Nascida em 1922, mas com seu registro alterado para ser um ano mais velha, a confusão de um ano de diferença é devido a registro falso da cantora para que ela pudesse entrar no internato onde estudou.

Ivone nasceu com a música no seio de sua família. Os pais participavam de ranchos do carnaval carioca. Após ficar órfã, foi morar com o tio, com quem aprendeu a tocar cavaquinho. Além da família, aprendeu acordes ainda com Lucília Villa-Lobos, esposa do famoso maestro.

Sua vida seguiu atrelada ao samba quando casou-se com o filho do fundador da Prazer da Serrinha. Depois, seu primo, mestre Fuleiro, ajudou na fundação do Império Serrano. Com o sucesso da agremiação, a matriarca migrou para o Reizinho de Madureira, onde ficou definitivamente.

Não se contentando com o papel de pastora, Dona Ivone quis dar voz às suas próprias canções. No início da carreira, chegou a apresentar suas obras com a assinatura do primo Fuleiro

1965, ano do quarto-centenário do Rio de Janeiro. Um ano histórico para Dona Ivone e o gênero samba-enredo, a sambista se tornou a primeira compositora de samba-enredo numa escola grande, assinando ao lado de Silas de Oliveira e Bacalhau o antológico "5 Bailes da História do Rio"

Na vida civil, Ivone se formou enfermeira e assistente social, atuando ativamente na área; especializada em terapia ocupacional, trabalhou ao lado de Nise da Silveira, referência do tratamento psiquiátrico humanizado na história brasileira.

A jornada dupla fez com que ela despontasse tarde no cenário musical. Foi só em 1978, após aposentar-se das clínicas, que Dona Ivone conseguiu gravar seu primeiro CD solo, aos 56 anos. Contabilizam-se mais de cem canções escritas pela dama do samba.

Além da ala de compositores, Ivone Lara também integrou a ala das matriarcas da Serrinha. Desfilando a frente das baianas da escola por diversos anos. Em 1983, quando o Império cantou "Mãe baiana mãe", a cantora foi destaque do desfile.

Poucos nomes do samba têm o privilégio de ter seu legado reconhecido em vida; a Dama do Samba foi uma delas. Logo após a marca de noventa anos de vida, sua trajetória embalou o enredo do Império Serrano em 2012.

Com uma trajetória singular, Dona Ivone escreveu seu nome na história da cultura e da arte brasileira. Hoje, se torna um totem de nossa vida cultural por seu legado tão grande e singular. Uma guerreira e pioneira mulher, matriarca e artista genial.

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