O príncipe Mohammad bin Salman, que comanda hoje a Arábia Saudita, fez pressão pessoal no primeiro-ministro Boris Johnson para que a compra do Newcastle United fosse aprovada pela Premier League.
Ele ameaçou inclusive as relações entre os dois países caso o negócio não saísse.
A revelação foi feita pelo jornal Daily Mail, que teve acesso às mensagens entre os dois líderes de governo.
A situação ilustra bem como a compra do Newcastle não seria uma simples transação futebolística, mas sim uma movimentação de "sportswashing" do próprio Estado saudita.
Esse é o nome que se dá à prática de usar a credibilidade do esporte para “lavar a reputação” de um regime autoritário.
É o que veremos inclusive agora na semifinal da Champions League, por exemplo, entre PSG (Catar) e Manchester City (Emirados Árabes Unidos).
MbS gosta de parecer um líder modernizador na Arábia Saudita, mas a realidade diz o contrário: além do assassinato de jornalistas como Jamal Khashoggi, esquartejado na embaixada da Turquia em 2018, há problemas como a intervenção saudita no Iêmen e o apartheid contra mulheres.
Após a pressão, Boris Johnson escalou membros do governo para pressionarem a Premier League em busca de justificativas pra não aprovar a compra do Newcastle.
Os sauditas dizem que o fundo de investimentos que compraria o clube não seria liderado por MbS, mas não parece ser real.
O negócio continua travado na justiça britânica. Se aprovado, pode ser o que falta para a Premier League virar um torneio entre ditaduras, cada uma com seu clube.
A torcida do Newcastle torce pra que a venda se concretize, e explicamos aqui por quê:
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