Podcast sobre esporte, política, cultura, história e sociedade / Estamos em todos os tocadores e redes sociais / Contato: copaalemdacopa@gmail.com
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Dec 10 • 12 tweets • 5 min read
Símbolos e cores são importantes, tanto para times de futebol quanto para países.
Uma das primeiras mudanças dessa nova Síria que se constrói após a queda de Bashar al-Assad foi promovida pela federação de futebol do país:
A troca de cores, saindo o vermelho e entrando o verde.
Com o fim do Império Otomano na 1ª Guerra, a Síria ficou sob controle francês.
Em 1930, os franceses conduziram a criação de uma Constituição pro país, que determinava uma bandeira nacional com três faixas, uma verde, uma branca e uma preta, além de três estrelas vermelhas.
Nov 27 • 10 tweets • 4 min read
As apostas em esportes se tornaram um problema tão grave na Inglaterra que o parlamento precisou agir e aprovar uma regulamentação. Assim, apostas acima de 100 libras passaram a ser proibidas.
Isso aconteceu em 1664.
O críquete começou a crescer durante o século XVII, e em 1664 estava estabelecido como uma diversão das massas.
Também havia grande popularidade do jogo na corte do Rei Charles II, alcançando nobres que chegavam até a montar seus próprios times.
Nov 14 • 12 tweets • 5 min read
O Sudão não é um gigante do futebol africano, mas com apenas um ponto nos próximos dois jogos, sua seleção pode se classificar pra Copa Africana de Nações e alcançar um objetivo maior:
Jogar luz na guerra civil que tomou o país desde 2023 e que costuma ser ignorada nas notícias.
Aviso: o post a seguir contém relatos sobre violência sexual.
Oct 18 • 10 tweets • 4 min read
No último domingo, em jogo pela terceira divisão de Montenegro, o Njegos perdia para o Zeta por 19 a 0 quando seus jogadores colapsaram em campo e a partida foi abandonada.
De acordo com um político local, os atletas do Njegos foram vítimas de envenenamento por plutônio.
O curioso é que dez jogadores do Njegos colapsaram ao mesmo tempo, aos 25 minutos do segundo tempo.
Eles foram levados a um hospital local, com alguns precisando do auxílio de um helicóptero para irem a uma UTI.
Oct 17 • 10 tweets • 4 min read
"Me perdoem por ter um passaporte alemão", brincou Thomas Tuchel na entrevista coletiva em que foi anunciado como o novo técnico da seleção da Inglaterra.
Era uma piada, mas sua contratação parece mesmo representar uma derrota inglesa e uma vitória alemã em vários aspectos.
Primeiro, no esporte. "Deveria importar se o técnico da seleção inglesa é um inglês?", questiona Barney Ronay, editor de esportes do jornal The Guardian.
Ele diz que não, mas torcedores e parte da imprensa estão insatisfeitos: "dia obscuro pra Inglaterra", publicou o Daily Mail.
Oct 15 • 10 tweets • 4 min read
"Ici c'est Paris!", canta a torcida do PSG no Parque dos Príncipes.
É uma afirmação pra um local que, por décadas, pareceu isolado do futebol.
Mas isso pode estar prestes a acabar: após o PSG, o Paris FC deve ser o novo clube da moda, numa cidade que entende do assunto.
Segundo reportou o jornal L'Équipe na semana passada, o Paris FC está próximo de ser adquirido por Bernard Arnault, um dos empresários mais ricos do planeta, e a Red Bull, que há anos investe em futebol.
Hoje na 2ª divisão, o Paris FC lidera o torneio e espera subir esse ano.
Aug 27 • 12 tweets • 5 min read
Em março, Emmanuel Macron reuniu em um jantar grandes empresários franceses, o emir do Catar e o atacante Kylian Mbappé.
No cardápio, embora um cessar-fogo em Gaza fosse o prato principal, estava servida também a questão dos direitos de transmissão do campeonato francês.
Embora fora da agenda oficial, a permanência de Mbappé na França sempre foi tratada por Macron como um assunto de Estado.
Craque francês mais midiático desde Zidane, ele era a garantia da permanência do interesse do Catar em seus negócios no futebol francês, onde é dono do PSG.
Aug 14 • 11 tweets • 5 min read
Um mural em homenagem a oposto Paola Egonu, campeã olímpica com a Itália e eleita a melhor jogadora do torneio, foi vandalizado em Roma, em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano.
O desenho, feito pela artista Laika, teve a cor de pele de Egonu trocada de negra pra branca.
O mural representava Egonu em ação com a medalha de ouro no peito. Na bola do desenho, lia-se uma mensagem pelo fim do racismo, da xenofobia, do ódio e da ignorância.
Essa bola também foi pintada, tirando a mensagem política.
A obra se chamava "italianità" (italianidade).
Aug 8 • 10 tweets • 4 min read
Surgido no seio da cultura hip-hop nos EUA, o breaking fará sua estreia como esporte olímpico em Paris.
É um grande passo pra uma dança urbana com origem nos bailes do Bronx, em Nova York, expressão da comunidade negra.
Mas alguns temem a transformação da sua arte em esporte.
Apelidado "pai do hip-hop", o DJ Kool Herc fazia sucesso nas festas do Bronx na década de 70.
Ao perceber que as pessoas dançavam mais nas "quebras" das músicas, quando só se ouvia a percussão, ele passou a ampliar essas quebras usando dois toca-discos. Nascia aí o breaking.
Aug 8 • 12 tweets • 5 min read
Nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Cuba registrou sua melhor performance a história: 14 ouros, 6 pratas e 11 bronzes, com a quinta colocação no quadro de medalhas.
Às vésperas do fim dos Jogos de Paris, os cubanos só têm dois ouros. O que aconteceu?
Após a Revolução Cubana, em 1959, o esporte foi estabelecido como um dos pilares da sociedade. Houve integração direta com o sistema educacional público.
O modelo cubano foi inspirado no soviético, com escolas especializadas no desenvolvimento de atletas de elite.
Aug 8 • 10 tweets • 4 min read
"Yeah, boyeeeeee!"
O rapper Flavor Flav, um dos fundadores do Public Enemy, tem seus grandes relógios pendurados no pescoço como marca registrada. Mas pode trocá-los em breve por uma medalha.
Ele está em Paris como torcedor número 1 do time de polo aquático feminino dos EUA.
Em maio, Maggie Steffens, capitã do time feminino dos EUA na modalidade, fez um post no Instagram sobre a dificuldade dela e de suas suas colegas de terem visibilidade e patrocínio para competir nas Olimpíadas.
Isso mesmo com os EUA sendo atuais tricampeões olímpicos.
Aug 7 • 12 tweets • 5 min read
Os EUA deixaram atletas pegos no doping continuarem competindo, mesmo contra as regras da Agência Mundial Antidoping (WADA), para que pudessem servir como "agentes infiltrados" e recolher informações sobre outros que estivessem trapaceando.
EUA e WADA estão numa queda de braço.
Os EUA acusam a WADA de proteger nadadores chineses que também foram pegos no doping e ameaçam investigar a agência por conta própria, desdobramento de uma lei aprovada recentemente.
Joel Embiid nasceu em Camarões, onde viveu até os 16 anos de idade. Tem ascendência francesa e chegou a escrever uma carta para Emmanuel Macron sobre o quanto gostaria de representar a França nos Jogos Olímpicos.
Mas hoje, enfrenta o Brasil no basquete vestindo a camisa dos EUA.
Foi só aos 15 anos que Embiid descobriu o basquete: movido pelo seu impressionante por físico, já tinha o sonho de ser atleta, mas o vôlei era a sua escolha inicial.
Descoberto por Luc Mbah a Moute, camaronês que atuava na NBA, Embiid foi para os EUA buscar a sorte no basquete.
Aug 5 • 12 tweets • 4 min read
A imagem de Rebeca Andrade no topo do pódio sendo reverenciada por Simone Biles e Jordan Chiles é uma das mais marcantes de Paris 2024.
Não apenas pela coroação da brasileira, mas também por registrar o primeiro pódio olímpico todo negro da história da ginástica artística.
A ginástica moderna surge no contexto da busca por corpos jovens e saudáveis para defender as nações no século XIX na Europa.
"O pai da ginástica", Friedrich Ludwig Jahn, a criou buscando melhorar o físico dos prussianos após sucessivas derrotas para Napoleão.
Aug 4 • 10 tweets • 4 min read
A boxeadora Cindy Ngamba não pode lutar por Camarões, onde nasceu, porque lá a homossexualidade é crime.
Também não pode lutar pela Grã-Bretanha, onde mora há 15 anos, porque nunca obteve cidadania.
Mas acaba de ganhar a 1ª medalha da história do time olímpico de refugiados.
Ngamba foi pra Europa ainda criança com a família, em busca de uma vida melhor.
Ela hoje tem 25 anos, mas ainda não obteve direito ao passaporte britânico, e há no país há uma crescente retórica política contra a imigração.
Por ser lésbica, também teme ter de voltar a Camarões.
Aug 3 • 11 tweets • 5 min read
Centro da maior polêmica de Paris 2024 até o momento, o boxe corre sério risco de ficar de fora de Los Angeles 2028.
O motivo é a queda de braço entre o COI e a Associação Internacional de Boxe, atualmente presidida por Umar Kremlev, um russo ligado a Vladimir Putin.
Kremlev foi eleito presidente da AIB em 2020. Fechou um patrocínio com a Gazprom, estatal russa do ramo de energia, e transferiu a sede da federação da Suíça para Moscou.
O COI passou a ficar muito preocupado com a proximidade entre a AIB e a Rússia.
Aug 1 • 8 tweets • 4 min read
Em Tóquio, pela primeira vez uma mulher trans competiu nos Jogos Olímpicos: a levantadora de peso neozelandesa Laurel Hubbard. Ela não completou nenhum levantamento e ficou em último lugar.
Desde então, o regulamento sobre a participação de mulheres trans nos Jogos foi apertado.
O COI transferiu para a confederação de cada esporte a decisão sobre como lidar com atletas trans.
Atletismo, ciclismo, natação e rugby, por exemplo, banem a participação de quem completou a puberdade antes de transicionar.
Aug 1 • 10 tweets • 5 min read
Adriana Ruano era ginasta e sonhava com Londres 2012. Uma lesão a impediu de seguir.
Não desistiu: mudou pro tiro esportivo e se classificou pra Tóquio 2020. Foi a última colocada.
De novo não desistiu. Em 2024, ela acaba de ganhar o 1º ouro olímpico da história da Guatemala.
Essa história começa, na verdade, ainda antes.
Quando criança, ela fazia ballet e sua professora disse à mãe de Ruano que talvez fosse prudente inscrevê-la na ginástica, já que ela parecia gostar mais de acrobacias do que de dança.
Logo, alcançou a seleção nacional do seu país.
Jul 31 • 10 tweets • 4 min read
Teahupo'o, o paraíso que hospeda o surfe nos Jogos Olímpicos, tem um nome não tão paradisíaco: parede de cabeças.
É um lugar que alia sua incrível beleza natural com histórias de mortes e sofrimento que cruzam os séculos.
O próprio nome vem de uma lenda sangrenta: um rei local, em represália ao assassinato de seu pai, passou a coletar as cabeças dos guerreiros do povo rival e montar uma parede com elas.
Essa lenda, alguns garantem, ainda proporciona uma aura mística a Teahupo'o.
Jul 31 • 12 tweets • 5 min read
Uma selfie com atletas das Coreias do Sul e do Norte posando juntos no pódio do tênis de mesa ganhou o mundo.
"E o celular ainda é Samsung", celebrou o jornal sul-coreano JoongAng Ilbo.
É mais um marco da Olimpíada de Paris e ajuda a provar que o esporte tem papel diplomático.
Aconteceu na quarta, na competição de duplas mistas, em que os sul-coreanos Lim Jong-hoon e Shin Yu-bin ficaram com o bronze e os norte-coreanos Jong-sik Ri e Kum-yong Kim levaram a prata.
O ouro ficou com os chineses Wang Chuqin e Sun Yingsha, que também participaram da foto.
Jul 31 • 10 tweets • 4 min read
Duas boxeadoras que tiveram suas medalhas no mundial da modalidade confiscadas por não passarem em testes de feminilidade estão lutando normalmente em Paris.
Elas vêm sofrendo diversos ataques nas redes sociais. Até a escritora JK Rowling opinou contra as atletas.
Lin Yu-ting, do Taipé Chinês, ganhou medalha de bronze no Mundial de Boxe de Nova Deli, em 2023, mas em seguida foi desclassificada por não ter passado no teste de feminilidade.
Imani Khelif, da Argélia, foi desclassificada da mesma competição pouco antes de lutar pelo ouro.