Luiza Caires - jornalista de ciências Profile picture
Editora de Ciências do Jornal da USP #SciComm 🏳‍🌈 ela/a

Apr 29, 2021, 11 tweets

💏O que faz, num casal que vive junto, divide cama (e às vezes até sabonete da pia no banho), um ter covid e outro não? 🦠

🧬A genética pode não dar todas respostas, mas com certeza tem parte importante nisso

Os magos do genoma humano já estão correndo atrás de entender 👇🧶

Pesquisadores de USP, Unesp e Fleury identificaram genes do sistema imune que podem ajudar no entendimento.

Eles compararam 86 "casais discordantes". Termo que parece redundante, mas neste caso não diz respeito à briga sobre levar o lixo - e sim que só um desenvolveu a doença.

Os genes candidatos são conhecidos como MICA e MICB e pertencem ao chamdo 'complexo principal de histocompatibilidade', no cromossomo 6.

Essas moléculas já foram descritas em estudos anteriores e estão associadas ao estresse celular, em situações como câncer e infecções.

Os pesquisadores observaram, por modelos matemáticos que moléculas MICA estavam aumentadas e as MICB diminuídas nos indivíduos infectados. Por outro lado, as MICB estavam aumentadas nas pessoas resistentes.

Outro complexo estudado foi o LRC (complexo leucocitário humano). Análises mostraram que os genes LILRB1 e LILRB2 estavam 5X vezes mais expressos nas pessoas infectadas. Eles atuam como inibidores das Natural Killers (NK), um tipo de célula de defesa do nosso sistema imune inato.

Importante dizer que a maioria das doenças não está associada a um único gene, mas faz parte de um sistema complexo, e uma ou outra molécula pode colaborar para a resistência ou suscetibilidade à infecção, explica uma das autoras do estudo Maria Lucia Carnevale Marin, do Incor.

Coordenadora do @GenomaUSP e também autora do estudo, Mayana Zatz conta que decidiu estudar casais discordantes quando um casal conhecido relatou que ele foi infectado pelo novo coronavírus e a parceira não, apesar de compartilharem o mesmo quarto.

Intrigada, ela anunciou na imprensa que estava procurando pessoas na mesma situação para um estudo. Mais de 2 mil e-mails foram recebidos!

E os resultados preliminares surpreenderam os cientistas.

“Tivemos uma diferença muito grande de gênero. O grupo dos suscetíveis era composto de 53 homens e 33 mulheres; entre os resistentes, estavam 29 homens e 57 mulheres.”

Leia a matéria completa de Fabiana Mariz no Jornal da USP!
jornal.usp.br/ciencias/genes…

Artigo científico (versão não revisada):
medrxiv.org/content/10.110…

Em tempo: covid não pega pelo sabonete, assim como praticamente nenhuma doença (não vou falar 'nenhuma' porque né... vai saber hahaha).

Foi só uma brincadeira 😉

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