As pessoas não têm muita dimensão da influência que esse 4 de junho de 1989, dia do Massacre da Praça da Paz Celestial, tem nos rumos da história.
Vou ilustrar o que aconteceu na sequência disso, inspirado pela coragem desses manifestantes:
Em agosto, mais de 2 milhões de pessoas de Estônia, Letônia e Lituânia formaram uma corrente humana de 675 quilômetros, passando por Tallinn, Riga e Vilnius, numa manifestação contra a URSS conhecida como o Caminho do Báltico.
Os três países conseguiram a independência.
Entre outubro e novembro, manifestações populares derrubaram o Partido Comunista da Bulgária, dando início a eleições livres no país.
Em novembro, seria a vez do Muro de Berlim cair, decretando o fim da Alemanha Oriental e a reunificação alemã.
Também em novembro, a pacífica Revolução de Veludo encerraria os 41 anos de controle comunista na então Tchecoslováquia, que seria repartida em duas: a República Tcheca e a Eslováquia.
Em dezembro, seria a vez da Romênia enfrentar uma revolução violenta, que culminaria na execução do ditador comunista Nicolae Ceauşescu e de sua esposa, Elena, no dia do Natal.
Em janeiro de 1990, protestos e greves de fome também marcariam o início da queda de quase 70 anos da República Popular da Mongólia.
Até abril de 1991, revoluções varreram diferentes regiões do globo, derrubando partidos comunistas e promovendo as primeiras eleições parlamentares livres em décadas.
Foi o caso, entre outros, da Polônia, da Ucrânia, da Hungria, da Albânia, da Iugoslávia e da própria URSS.
Em cada canto desses, os manifestantes se inspiraram na coragem do Tank Man, o Rebelde Desconhecido, que enfrentou uma sequência de tanques militares sozinho - além dos outros tantos chineses que deram a vida nessa data.
É por isso que o dia de hoje irrita tanto. Não foi em vão.
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