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Jun 30, 2021, 10 tweets

Já classificada, a Albiceleste venceu a Bolívia na última segunda (28) pela última rodada da Copa América. No começo do ano, completaram 20 anos do falecimento da boliviana Marcelina Meneses, que morreu nos trilhos do trem em Avellaneda, após sofrer insultos racistas e xenófobos.

No dia 10 de janeiro de 2001, Marcelina, de 30 anos, natural de Cochabamba, morreu nos trilhos da Linha Roca da antiga empresa Metropolitan Trains (TMR) quando ia ao médico do hospital Finochietto para fazer uma consulta do seu filho Josué, de um ano e meio, que também faleceu.

Marcelina migrou para a Argentina em busca de trabalho, onde queria arrecadar dinheiro e pagar a operação de sua filha. Durante a viagem, ela estava com seu filho nas costas e ao chegar na sua estação, pediu permissão para descer e escutou de um homem: "Merda boliviana".

Logo após, o homem continuou: "Volta para o teu país, negra" e "estes vêm aqui para fazer o nosso trabalho". Um segurança tentou intervir, porém, outro passageiro acrescentou “O que você defende, se são esses bolivianos que vêm tirar nosso trabalho. Como os paraguaios e peruanos”

Com mais passageiros ao redor de Marcelina e Josua, seu filho, as ofensas foram maiores e chegaram a cuspir em seu rosto. Segundo Julio César Giménez, a única testemunha no caso, foi questão de segundos para que Marcelina e seu bebê fossem empurrados para fora do trem.

A versão apresentada pela empresa alega que Marcelina caminhava pelo setor dos trilhos quando foi "atropelada" pelo trem, o que causou sua morte e de seu filho. Durante as investigações, Giménez relatou que sofreu pressão e tentativa de suborno da TMR para não testemunhar.

O promotor encarregado das investigações, Andrés Devoto, arquivou o caso e ninguém foi declarado culpado pelo assassinato. Em 2010, desempregado e doente devido a um acidente vascular cerebral, Julio César Giménez, a única testemunha do caso faleceu.

Após o assassinato de Marcelina, e seu bebê de um ano, no dia 10 de janeiro foi aprovada a Lei nº 4409/12, que declara a Cidade de Buenos Aires como o Dia da Mulher Migrante. Em Ezpeleta, lugar onde Marcelina morava, foi criado o "Centro Integral Marcelina Meneses".

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