Quais são os grandes "enredos afros" do carnaval?
Dos pioneiros temas da Revolução Salgueirense até o canto livre de Angola, separamos desfiles de três agremiações que sempre souberam evocar a força da cultura negra.
Você sabe o que são enredos “afros”?
Essa denominação genérica trata dos temas que mergulham nas raízes das escolas, focando suas narrativas e sua estética na cultura africana e sua mitologia, seja através das religiões afro-brasileiras ou por meio de personagens negros.
Salgueiro 1960
O grande pioneiro de enredos com uma linguagem visual africano, o Salgueiro construiu narrativas revolucionárias na década de 1960. O marco inicial foi a história do místico quilombo comandado por Zumbi, que uniu um enredo inovador a um visual geométrico moderno.
Salgueiro 1971
Em 1971, ao produzir “Festa para um rei negro”, a escola ainda deu uma importante contribuição para imaginar o visual plástico envolvido num “enredo afro”. As estampas geométricas se tornaram definitivas na festa ao materializar os temas nessa linha.
Beija-Flor 1978
A maior campeã da Sapucaí é uma das grandes narradoras de histórias negras. Em 1978, a Beija-Flor narrou a cosmologia nagô e a força das religiões afro-brasileiras, valorizando o povo preto da Baixada Fluminense em destaque nas suas alegorias.
Beija-Flor 2001
Em 2001, tal qual o Salgueiro dos anos 60, a escola trouxe à tona uma personagem desconhecida do grande público. De rainha à escravizada, a saga de Agotime foi contada através de uma comunidade incorporada.
Beija-Flor 2007
Em 2007, a Beija-Flor fez um dos grandes cortejos desse século, mergulhando na relação entre as várias Áfricas e a diáspora no atlântico que redefiniu a história do continente e moldou à formação do Brasil com a imensa contribuição negra para nossa cultura.
Vila Isabel 1988
Valeu, Zumbi! No seu histórico campeonato de 88, a Vila Isabel realizou uma grande Kizomba que marcou o centenário da abolição formal da escravatura. Um verdadeiro desfile-ritual que congregou todas as raças numa catarse coletiva na Avenida.
Vila Isabel 2012
Mais de 20 anos depois, a Vila incorporou outra vez kizomba unindo o Brasil à Angola. A estética inspirada de Rosa Magalhães deu o tom de mais uma apresentação inesquecível da azul e branco, com um show da Swingueira de Noel com paradinhas no ritmo do kuduro.
Quer saber mais sobre quais são o chamados enredos de temática afro e a construção do visual desses cortejos?
A segunda aula do curso "Arte+Carnaval: movimentos artísticos e escolas de samba" vai investigar melhor a construção visual de grandes narrativas afro-brasileiras.
As aulas de Leonardo Antan vão mergulhar na estética das escolas de samba em diálogo com conceitos e obras da história da arte brasileira, mesclando desfiles e artistas de vários períodos, de Rosa Magalhães a Abdias Nascimento, passando por Fernando Pamplona e Rubem Valentim.
Serão oferecidas quatro aulas com duas horas de duração cada uma, entre os dias 16/08 a 25/08, às 19h30. Todas as aulas serão gravadas e ficarão disponíveis para serem assistidas depois.
Inscrições pelo Sympla. Saiba mais: sympla.com.br/curso-artecarn…
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