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Aug 8, 2021, 8 tweets

Em 2004, dias após vibrar com as Olimpíadas de Atenas, o mundo prendeu a respiração quando crianças de uma escola na Ossétia do Norte, na Rússia, foram sequestradas.

334 pessoas morreram, mais da metade crianças.

Em Tóquio, 2 alunos daquela escola viraram medalhistas olímpicos

Em 1° de setembro de 2004, 3 dias após o fim dos Jogos Olímpicos, a Escola Primária Número 1 da cidade de Beslan foi invadida por terroristas chechenos.

Eles exigiam a retirada das tropas russas da Chechênia e o reconhecimento da independência da região.

A invasão da escola foi parte de um conflito entre Rússia e Chechênia, república de maioria islâmica, que vinha desde 1999.

Depois de 3 dias de sequestro, forças de segurança russas invadiram a escola e o confronto terminou num massacre.

Um dos sobreviventes foi Artur Naifonov

Ele tinha 7 anos. Sua mãe, Svetlana, morreu tentando salvá-lo.

Naifonov cresceu, se tornou atleta profissional de luta livre e, em Tóquio, conquistou o bronze na categoria de 86 kg.

“Provavelmente, algo estava destinado a ele nesta vida”, disse seu treinador, Totraz Archegov.

Outro aluno daquela escola primária era Zaurbek Sidakov, que deu a sorte de não ter chegado a entrar na escola naquele dia, quando tinha 8 anos de idade.

Ex-colega de classe de Naifonov, ele conquistou em Tóquio o ouro na categoria de 74 kg, também na luta livre.

Em 2019, quando conquistou o título na Copa do Mundo do esporte, ele falou sobre o massacre, 15 anos depois do ocorrido:

“Palavras e histórias não podem transmitir o que os pais e seus filhos sentiram: pequenos, inocentes de nada.”

“Decidi que, se eu conseguisse uma grande conquista, dedicaria a todos que sofreram em Beslan. Eu consegui, então mantive minha palavra.”

Em Tóquio, Sidakov levantou sua medalha de ouro e apontou-a para o céu.

Não sabemos o que ele disse nesse momento. Mas podemos imaginar.

Agradecimentos ao @joaovictor_ire, que trouxe essa história fantástica à nossa atenção.

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