Carissa Vieira Profile picture
Roteirista e curadora. Pesquiso negritude, mulheres e horror no audiovisual. Recifense perdida em São Paulo. Exausta carissavieira@gmail.com (ela/dela)

Aug 15, 2021, 8 tweets

Pra quem se interessa em estereótipos dentro do cinema, está aí um muito comum, o da "mulher na geladeira".

Pra entender melhor, segue o fio ⬇️

Ele sempre acontece quando uma personagem é morta, mutilada ou sofre grande violência apenas para o desenvolvimento de um personagem homem dentro da narrativa.

A escrita Gail Simone cunhou o termo após ler a HQ 54 do Lanterna Verde, onde a namorada do herói é morta e literalmente colocada dentro da geladeira. Quando o herói chega em casa encontra a personagem e isso o motiva em sua jornada.

Geralmente uma "mulher na geladeira" morre perto do início da história e isso se torna o "incidente" que motiva o protagonista - homem - na sua jornada e até mesmo evolução

Em vários filmes a personagem também morre antes da história começar.
Então quando conhecemos o protagonista ele já está em sua jornada de vingança contra a violência que sua esposa, namorada, irmã, amiga sofreu

Muita gente acha que quando se reclama da "mulher na geladeira" é porque não queremos mais narrativas que tragam mulheres mortas. E não é isso!
O problema é que dentro dessas histórias as violências contra as mulheres possuem como função o desenvolvimento de personagens homens

E como já falei aqui algumas vezes, violência contra mulher não é um recurso narrativo que deveria ser usado de maneira banal. E o que essas histórias fazem é exatamente isso.

Para entender melhor sobre esse tropo narrativo, tem esse vídeo aqui ⬇️

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