Pra quem se interessa em estereótipos dentro do cinema, está aí um muito comum, o da "mulher na geladeira".
Pra entender melhor, segue o fio ⬇️
Ele sempre acontece quando uma personagem é morta, mutilada ou sofre grande violência apenas para o desenvolvimento de um personagem homem dentro da narrativa.
A escrita Gail Simone cunhou o termo após ler a HQ 54 do Lanterna Verde, onde a namorada do herói é morta e literalmente colocada dentro da geladeira. Quando o herói chega em casa encontra a personagem e isso o motiva em sua jornada.
Geralmente uma "mulher na geladeira" morre perto do início da história e isso se torna o "incidente" que motiva o protagonista - homem - na sua jornada e até mesmo evolução
Em vários filmes a personagem também morre antes da história começar.
Então quando conhecemos o protagonista ele já está em sua jornada de vingança contra a violência que sua esposa, namorada, irmã, amiga sofreu
Muita gente acha que quando se reclama da "mulher na geladeira" é porque não queremos mais narrativas que tragam mulheres mortas. E não é isso!
O problema é que dentro dessas histórias as violências contra as mulheres possuem como função o desenvolvimento de personagens homens
E como já falei aqui algumas vezes, violência contra mulher não é um recurso narrativo que deveria ser usado de maneira banal. E o que essas histórias fazem é exatamente isso.
Para entender melhor sobre esse tropo narrativo, tem esse vídeo aqui ⬇️
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Você sabe o que é "male gaze" e como ele é utilizado no audiovisual? Se não, segue o fio ⬇️
No último mês falei muito sobre male gaze nas outras redes e acho que é uma temática válida de trazer para o Twitter também. Até porque, curiosamente, mesmo que o termo não seja novo, ainda não é tão conhecido por muita gente
O termo "male gaze" surgiu no ensaio da Laura Mulvey “Prazer Visual e Cinema Narrativo”, publicado em 1975. Nesse ensaio ela propõe que existe uma assimetria de poder entre os gêneros dentro do cinema. Sendo o "olhar cinematográfico" construído para o homem cis e heterossexual