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Jan 14, 2022, 30 tweets

A impressionante fuga da prisão de segurança máxima de Alcatraz e as teorias por trás dela.

Alcatraz é uma ilha localizada no meio da baía de São Francisco, Califórnia, que inicialmente era usada como base militar, entretanto, em 12 de outubro de 1933, tornou-se uma prisão de segurança máxima, sendo reinaugurada no ano seguinte. Ela era apelidada de “A Pedra”.

Também ficou conhecida como uma prisão impossível de se escapar, já que é uma ilha que fica no meio do mar, por isso, se alguém tentasse fugir, se afogaria, pois, as margens eram distantes. A prisão alojou alguns dos maiores criminosos norte-americanos, incluindo o Al Capone.

A história da fuga começa com dois irmãos: John e Clarence Anglin, que possuíam cerca de 31 anos na época. Ambos estavam cumprindo pena em Alcatraz por assaltarem um banco juntos. Os dois tinham um irmão chamado Alfred, que também era criminoso, mas nunca foi para Alcatraz.

Frank Morris, que tinha 36 anos, também foi um dos protagonistas da fuga, considerado o “cérebro” da operação. Quando criança, foi abandonado pelos pais e passou sua infância em lares adotivos, dos quais sempre fugiu. Aos 14 anos, cometeu seus primeiros delitos, como assalto.

A juventude de Frank foi em reformatórios, mas ele sempre conseguiu fugir. Quando mais velho, se especializou em assaltos, sendo sempre muito estratégico, sem uso de violência. Ele foi realocado em diversas prisões, mas sempre conseguiu escapar, até ser enviado para Alcatraz.

Allen West, de 33 anos, um dos criminosos que ajudaram a planejar a fuga, também entrava e saía de prisões desde sua adolescência. Antes de ir para Alcatraz em 1957, estava cumprindo pena por roubo de carros em Atlanta. Os quatro criminosos formaram amizade e logo tiveram ideias.

O que se tinha conhecimento para que o plano pudesse ser iniciado era que a prisão possuía vários dutos de ventilação, sendo sua maioria cobertos por concreto, porém Allen sabia que, no Bloco B, havia alguns que não estavam fechados, tornando-se uma vantagem para os criminosos.

Allen rapidamente tornou-se amigo da equipe de manutenção da prisão, visando conhecer melhor o espaço em que estavam e descobrir seus pontos fracos. Em 1961, ele, Frank e os irmãos Anglin pediram sua transferência para celas no Bloco B, o que foi aceito pelos superiores.

O primeiro passo do plano foi construir cabeças de manequim, feitas com sabão, concreto, cabelo humano — o qual provavelmente conseguiram com Clarence, um dos irmãos Anglin, pois ele trabalhava como barbeiro na prisão — e outros materiais. Elas serviriam para enganar os guardas.

O segundo passo era tentar escapar pelos dutos de ventilação, mas eles eram muito pequenos. Então, com alguns estudos, os criminosos perceberam que as paredes em volta dos vãos eram finas e poderiam ser quebradas aos poucos para que, assim, tivessem um buraco maior para passar.

Dia após dia, durante meses, os fugitivos fizeram pequenos furos nas paredes, que já eram danificadas pela umidade. Foram utilizadas colheres, uma broca improvisada a partir de um aspirador de pó e até mesmo uma moeda de 10 centavos para conseguirem quebrar a parede gradualmente.

Para que os guardas não escutassem o barulho provocado, eles revezavam as tarefas: enquanto um furava a parede, outro tocava algum instrumento em alto som para encobrir. Os buracos eram tapados com roupas e outros objetos, sendo possível esconder por ficarem perto do pé da cama.

Atrás da parede, havia um corredor de guardas raramente frequentado. Portanto, Allen começou a pintar paredes como profissão na prisão, o que o levou até uma pequena sala não utilizada. Ele convenceu os guardas a colocarem cobertores devido à tinta e lá fez a própria oficina.

Eles escondiam ferramentas e as cabeças de manequim. Em 11 de junho de 1962, dia da fuga, deveriam quebrar as paredes e se encontrar na oficina para, dali, escapar. Porém, Allen foi deixado para trás, pois sua parede não estava fraca o suficiente e ele não conseguiu quebrá-la.

Frank e os irmãos Anglin, que chegaram à oficina após atravessarem a parede e o corredor dos guardas, prosseguiram com o plano e passaram por um tubo de ventilação suficientemente grande que havia na pequena sala. O horário estimado foi às 22h30min do dia 11 para o dia 12.

Ao chegarem no teto, os três desceram pelos canos e finalmente ficaram cara a cara com o mar. Com coletes salva-vidas e um bote feito de 50 capas de chuva que construíram na oficina, o plano era remar até a Ilha Angel, dar um tempo e depois ir para São Francisco a fim de escapar.

Na manhã do dia 12, quando os guardas passaram para acordar os presos, os três não se levantaram. Um dos agentes decidiu entrar na cela de Frank para ver o que estava acontecendo e, ao cutucar, a cabeça de manequim rolou ao chão e quebrou. Imediatamente toda a prisão foi fechada.

Logo que as buscas começaram, a oficina foi descoberta e perceberam que os fugitivos não estavam mais na prisão. Além dos guardas, o FBI e a Guarda Costeira foram chamados, mas nunca conseguiram encontrá-los. Até hoje, não se sabe se puderam escapar com vida ou morreram no mar.

A primeira teoria afirma que o plano deu certo até eles entrarem no mar, entretanto, faleceram tentando chegar à ilha, pois, apesar de o trajeto não ser tão longo, a água era muito agitada e um bote caseiro como o deles não teria suportado, fazendo com que, assim, se afogassem.

Porém, atualmente, mergulhadores realizam esta travessia todos os anos e, apesar de relatarem ser difícil, provam ser possível. A teoria foi motivada pelo fato de que um remo e um saco com fotos dos irmãos Anglin, cartas e papéis com contatos foram encontrados próximos à ilha.

A polícia também concluiu que John, Clarence e Frank morreram, pois, aqueles itens deviam ter importância para eles, provavelmente não os deixariam para trás tão facilmente, além de verificar em vários lugares se os três compraram comida, passagens e afins, e nada ser encontrado

Já a segunda teoria diz que a fuga foi um sucesso. A mãe dos irmãos Anglin recebia flores e cartas com as iniciais e assinaturas deles todos os anos em seu aniversário. Um dos membros da família confessou em seu leito ao sobrinho de John e Clarence que ambos estavam vivos e bem.

Um amigo de infância dos irmãos Anglin também relatou que, em uma viagem ao Brasil, em 1965, numa cidade próxima ao Rio de Janeiro, ele encontrou com ambos e tiraram várias fotos. De acordo com ele, John e Clarence viviam em um rancho. O homem guardou segredo por 17 anos.

Allen, que acabou não conseguindo escapar, cooperou e contou todo o plano à polícia, fazendo com que sua pena fosse diminuída. Ele foi solto em 1967, porém, um ano depois foi preso novamente por roubo e faleceu em 1978. O caso da fuga se encerrou em 1979 por falta de novas pistas

Porém, em 2018, veio a público uma carta escrita e enviada supostamente por John Anglin à polícia de São Francisco em 2013, que dizia que seu irmão, Clarence, havia falecido em 2005 e Frank, em 2008. Por meio da correspondência, o homem tenta fazer um acordo com as autoridades.

A carta afirma que John estava com 83 anos e com câncer, e que se prometessem a ele no máximo 1 ano de prisão e medicamentos, revelaria sua localização exata. Também contou que viveu a maior parte da vida em Seattle e 8 anos na Dakota do Norte, estando atualmente na Califórnia.

A carta foi analisada, mas os resultados foram inconclusivos. Ao longo da história de Alcatraz, 23 pessoas tentando fugir foram capturadas, 6 mortas pelas autoridades, 4 morreram afogadas e 3 continuaram desaparecidas ao longo de 5 décadas, sendo estas, John, Clarence e Frank.

Em 1963, um ano após a fuga, a prisão foi fechada por falta de recursos, pois era muito mais viável para o governo que ela fosse reconstruída em terra firme. A Prisão de Alcatraz existe até hoje e é um ponto turístico visitado por mais de 1 milhão de pessoas todos os anos.

As celas de Frank Morris, John e Clarence Anglin são as principais atrações da visita, pois até hoje estão lá com os buracos nas paredes. Em 1979, foi até mesmo lançado um filme inspirado no caso, chamado: “Alcatraz, Fuga Impossível”, estrelado por Clint Eastwood.

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