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Feb 4, 2022, 9 tweets

A Eritreia é um dos países mais jovens do mundo: independente da Etiópia em 1993 após três décadas de guerra, tem o mesmo presidente desde então e é habitado por diversas etnias.

Em 2022, tem um único participante nas Olimpíadas de Inverno: Shannon Ogbnai Abeda.

Após a derrota do Exército Colonial Italiano em 1942, a Eritreia passou para a administração britânica. A ideia inicial era de um país independente, mas a Etiópia a anexou em 1962, levando à guerra de independência.

Mais de 200 mil pessoas morreram nos 30 anos de guerra.

Durante a guerra, muitos eritreus fugiram da região. Entre eles, os pais de Shannon Ogbnai Abeda.

Eles fugiram para o Canadá durante a década de 1980. Abeda nasceu em Alberta e conheceu o esqui com três anos de idade.

Ainda na juventude, Abeda decidiu que resgataria suas origens familiares e representaria a Eritreia no esporte.

Disputou as Olimpíadas de Inverno em 2018, já como o primeiro eritreu a fazê-lo. Carregou, é claro, a bandeira do país.

Nos história dos Jogos Olímpicos de Verão, a Eritrea tem uma medalha: bronze nos 10 mil metros, no atletismo, com Zersenay Tadese em Atenas 2004.

Um atleta de muito sucesso além das Olimpíadas, Tadese talvez seja um dos eritreus mais famosos do mundo.

Mas ter sucesso nas Olimpíadas de Verão faz muito mais sentido do que nas de Inverno para a Eritreia: o país é bastante quente e pouco propício para a prática de esportes como o esqui.

A chance é realmente com atletas como Abeda, criados em lugares muito, muito distantes.

As condições geográficas necessárias para a prática dos esportes de inverno faz dos Jogos de Inverno menos populares: apenas 91 países participam das Olimpíadas de Pequim. Em comparação, 206 estiveram em Tóquio 2020.

Desses, Haiti e Arábia Saudita são estreantes.

A Eritreia só não é estreante por causa de Shannon Ogbnai Abeda, que cresceu no Canadá, mas representa o país de sua família.

Histórias como a dele são as que fazem das Olimpíadas sempre tão interessantes: histórias de refugiados e de migrantes que podem levantar suas bandeiras.

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