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Feb 9, 2022, 21 tweets

Rose Pizem, a garotinha que ninguém queria:

Rose Pizem nasceu no ano de 2004, em Paris, França. Seus pais, a francesa Marie-Charlotte Renault e o israelita Benjamin Pizem, ainda não tinham 20 anos de idade. Quando Rose completou seu primeiro ano de vida, a família decidiu viajar a Israel para conhecer o pai de Benjamin.

Benjamin foi criado pela mãe na França e mal conhecia o pai. Ocorre que, quando Marie conheceu o sogro, Ronny Ron, ela logo se apaixonou. Então, após meses em Israel, Benjamin retornou à Paris com Rose, enquanto Marie ficou e Israel e estabeleceu uma relação com Ronny.

À época, uma amiga de Marie, Roxane, afirmou que algo havia mudado após conhecer o pai de seu (ex)marido. "Foi como se ela não fosse a mesma pessoa. Ela começou a dizer coisas sem sentido". A moça sugeriu que a amiga estaria enfeitiçada, “sob a influência de um guru".

Após sua esposa o deixar pelo seu pai, Benjamin teve dificuldades em criar e sustentar Rose, que frequentemente tinha de passar dias vivendo em instituições destinadas a cuidados de menores. Em certo ponto, ela teve de ser hospitalizada após um espancamento.

Além da surra, ela também estava sendo negligenciada pelo pai. Por tais razões, a mãe de Rose decidiu entrar com um pedido judicial para obter a guarda judicial da menina. A custódia da criança foi concedida para Marie em dezembro de 2007.

Quando Rose chegou em Netanya, Israel, sua mãe e seu avô já possuíam duas filhas: uma de 2 anos e outra recém-nascida. Marie era dona de casa, enquanto Ronny trabalhava como taxista. Embora esperassem uma convivência harmônica, a vida familiar tornou-se caótica.

Logo ficou aparente que Rose foi, no mínimo, negligenciada pelo pai. Com quase 4 anos, ela ainda não sabia ir ao banheiro sozinha e batia sua cabeça na parede com constância. Além disso, como não falava hebreu – e mal compreendia francês – não conseguiu se aproximar da família.

Em pouco tempo, o casal passou a procurar instituições que pudessem ficar com a menina. Sem sucesso, deixaram Rose com a mãe de Ronny, Vivien Yaakov. Embora ela cuidasse bem da criança, conforme atestaram seus vizinhos, Vivien demandou que encontrassem um lar permanente para ela.

No dia 12 de maio, após muita insistência de Vivien, Ronny levou Rose de volta à casa da mãe. Contudo, a situação não melhorou. Em pouco tempo, Marie estava disposta a fazer qualquer coisa para se livrar da filha, conforme afirmou numa carta que enviou ao marido.

Escrevendo sobre a filha, ela declarou que “ela está matando minha felicidade, eu não sou boa com ela, não quero me ver mal, que você me veja mal, que os bebês digam que eu sou má. [...] Prefiro parar com tudo isso!... que ela saia da minha vida. O que vamos fazer?”, indagou.

Concluiu a carta acentuando que “eu não quero que ela quebre nossa estabilidade, nossas garotas, nossa família”. Ronny ficou encarregado de “lidar com o problema”, mas não conseguiu encontrar nenhuma opção que os interessassem para a filha de sua nora/companheira.

Então, traçaram um plano para se desfazer da criança – que, àquele ponto, era vista frequentemente chorando nas escadarias do edifício onde morava. Em vez de a registrar numa instituição adequada, o casal decidiu colocar o corpo de Rose numa mala e o jogar num rio.

Depois de cerca de três meses desde que Ronny havia levado Rose de volta à sua residência, sua bisavó passou a se preocupar com o bem-estar da menina, de quem não ouvia desde ela deixar sua casa, visto que temia o comportamento agressivo de seu filho.

Por essa razão, ela passou um tempo investigando sozinha, até enviar uma carta para o Conselho Nacional da Criança israelense. A mensagem foi repassada para o serviço de bem-estar social de Netanya que, por sua vez, reproduziu o conteúdo para a polícia israelita.

Quando as investigações iniciaram, em agosto de 2008, Ronny e Marie foram continuamente interrogados, até que determinaram a possível localização da menina. Traçaram seu paradeiro e, em setembro, encontraram uma mala no rio Yarkon, em Tel Aviv. Lá, Rose foi encontrada – morta.

Ronny alegou às autoridades que Vivien era responsável pelo desaparecimento; entretanto, a hipótese foi rapidamente descartada. Seus advogados alegaram outra versão: Ronny teria assassinado a menina após um ataque de raiva; contudo, essa também não era a verdade.

Durante o julgamento, as defesas de cada um dos réus, tentaram coordenar versões que procurava desmentir as evidências apresentadas e, quando inevitável, passar a culpa do ato somente para Ronny, que já havia admitido ser responsável pela morte.

Entretanto, o sentenciamento foi claro: embora tivessem um relacionamento abusivo, tanto emocional quanto fisicamente, quem tinha controle sobre a situação da filha – e mandou que ela fosse morta – era Marie. Seu comportamento em relação a filha corroborou essa tese.

As imagens da primeira interrogação de Marie revelaram que, além de ela não demonstrar nenhum remorso ou tristeza quanto à morte da filha, ela descreveu Rose de forma humilhante, imitou trejeitos da filha e expressou sentimentos de ódio e aversão por ela.

Além disso, ela afirmou que a filha pela qual lutou judicialmente para obter a guarda não era sua filha no coração dela, como era o caso das filhas que teve com Ronny. Em junho de 2011, o julgamento foi concluído, e ambos foram condenados à prisão perpétua.

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