Há 80 anos, em 17 de fevereiro de 1942, nascia o revolucionário estadunidense Huey Newton, líder dos Panteras Negras.
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Huey Percy Newton nasceu em Monroe, na Luisiana, uma cidade marcada por um longo histórico de linchamentos e violência contra negros. Mudou-se com sua família para Oakland, na Califórnia, onde concluiu o estudo básico em uma escola pública.
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Cursou direito na Universidade da Califórnia, transferindo depois para o Merritt College, onde iniciou sua militância. Filiou-se à Associação Afro-Americana e liderou uma campanha pela introdução do primeiro curso de história afro-americana no currículo do Merritt College.
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Durante a graduação, estudou Marx, Lenin, Fanon e Mao, tornando-se defensor do socialismo. Em 1966, ao lado de Bobby Seale, Newton fundou o Partido dos Panteras Negras, organização revolucionária que defendia a autogestão e o direito à autodefesa dos afro-americanos.
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Ajudou a estabelecer as diretrizes do partido, que incluíam o direito a moradia, emprego e educação e o uso (ou ameaça de uso) da violência revolucionária quando necessário para garantir os direitos fundamentais dos cidadãos negros.
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Fundindo o ideário do movimento Black Power ao ímpeto revolucionário de Malcolm X, os Panteras Negras se tornaram um dos movimentos sociais mais ativos e influentes dos anos 60 e 70.
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A principal marca do partido era o forte trabalho de base, calcado na organização política das comunidades afro-americanas, na mobilização das massas e na criação de programas sociais, desde escolas comunitárias até programa de alimentação matinal para crianças carentes.
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Os Panteras Negras também criaram patrulhas armadas para coibir abusos da polícia e de supremacistas brancos. Em outubro de 1967, durante uma patrulha pelos bairros negros de Oakland, Newton foi abordado pelos policiais John Frey e Herbert Heanes.
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A abordagem evoluiu para um tumulto e culminou em um tiroteio. Newton e Heanes ficaram feridos e Frey morreu durante a ação. Detido desde a morte do policial, Newton foi condenado por homicídio culposo em setembro de 1968, recebendo uma sentença de até 15 anos de prisão.
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Os Panteras Negras iniciaram um movimento pela libertação de Newton, obtendo apoio de diversas organizações nacionais e estrangeiras e realizando marchas com milhares de manifestantes.
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Em maio de 1970, Newton foi libertado da prisão após a corte da Califórnia determinar um novo julgamento e a promotoria retirar as acusações. Logo após sua libertação, Newton visitou a China ao lado dos correligionários Elaine Brown e Robert Bay.
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Durante a viagem, travou contato com autoridades do Vietnã e Coreia do Norte. Em 1973, publicou sua autobiografia ("Suicídio Revolucionário"). Graduou-se em direito em 1974. Nesse mesmo ano, foi acusado de assassinar uma prostituta de 17 anos chamada Kathleen Smith.
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Procurado pelo FBI, Newton fugiu para Cuba, onde permaneceu exilado por 3 anos e rebateu as acusações como um esforço de desqualificação dos Panteras Negras. Retornou aos Estados Unidos em 1977 para responder as acusações, sendo absolvido por falta de provas.
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Doutorou-se em filosofia pela Universidade da Califórnia em 1980, apresentando a tese "Guerra contra os Panteras: um estudo de repressão na América", versando sobre as ações de repressão, infiltração, sabotagem e incriminação conduzida pelo governo dos Estados Unidos...
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…contra os Panteras Negras, caracterizados pelo diretor do FBI, J. Edgar Hoover, como "a maior ameaça à segurança interna do país". A tese também aborda assassinatos de ativistas como Fred Hampton, Bunchy Carter e John Huggins e o racismo institucional do judiciário.
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Em 1982, Newton dissolveu o Partido dos Panteras Negras após ser acusado de peculato e desvio de verbas estatais, motivo pelo qual foi condenado a seis meses de prisão. As acusações seriam retiradas seis anos depois, em março de 1989.
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Em 22 de agosto de 1989, Newton foi assassinado a tiros por Tyrone Robinson, um traficante que estava em liberdade condicional. Robinson alegou ter agido em legítima defesa, mas nenhuma arma foi encontrada com Newton. O crime permanece como uma incógnita até hoje.
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A polícia alegou se tratar de crime comum, causado por desavenças pessoais, mas muitos membros do movimento negro defendem que o assassinato de Newton teria sido mais um assassinato político encoberto pelo governo dos Estados Unidos.
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