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Mar 4, 2022, 26 tweets

O garotinho que foi sequestrado, assassinado e teve o corpo enterrado debaixo de um berço.

O caso Ives Ota:

Ives Ota nasceu em 2 de Junho de 1989, em São Paulo, filho de Masataka Ota e Keiko Ota. Quando o crime ocorreu, Ives tinha apenas 8 anos e morava na vl. Carrão, zona sudeste de São Paulo.

Em 29 de Agosto de 1997, Ives estava em casa com seu primo e sua babá quando estes ouviram alguém bater na porta alegando ser um entregador de flores. Ele perguntou sobre Margarete, prima de Ives.

Quando a babá abriu a porta, o homem armado a rendeu, trancando a moça e o primo de Ives no banheiro. Em seguida, o criminoso tentou simular um assalto e, na fuga, acabou levando Ives.

Quando os pais chegaram, já no final da noite (por volta de 19h15m), Keiko, ao perceber uma grande movimentação policial, acreditou que havia acontecido algo com a vizinha. Vanessa, que é a filha mais velha do casal, ao ver os dois chegarem, informa que Ives foi sequestrado.

Ives era descrito como um garoto bom e doce, que se preocupava muito com os seus responsáveis. Seu pai Masataka nasceu no Japão e chegou ao Brasil com apenas 2 anos de idade, junto aos seus pais e mais cinco irmãos.

Em matérias, o pai de Ives sempre foi descrito como uma pessoa que já nasceu com o espírito do empreendedorismo e que isso se acentuou quando ele conheceu sua namorada e então esposa Keiko.

Masataka era um dos, senão o pioneiro em trazer as lojas de “1,99” para o Brasil. Foi um investimento que deu tão certo que, em 1997, eles já contavam com 14 redes e queriam chegar a 100. Devido ao sucesso, acabaram atraindo muita inveja.

Antes do sequestro, Masataka já havia sido assaltado enquanto voltava pra casa e, devido a isso, pensou que seria melhor se mudarem para um apartamento,pois assim seria mais seguro para a família. No fim, a mudança foi adiada por falta de tempo.

A polícia foi acionada no mesmo dia. Após 24h, o distrito da área acionou a divisão Antissequestro de São Paulo. Os policiais já esperavam um telefonema de resgate, então decidiram tomar algumas medidas.

De início, colocaram um detetive oriental junto à família para instrui-los. Foi quando ocorreu o telefonema para que, caso houvesse algum sequestrador de olho na casa, eles pensariam que se tratava de apenas mais um membro da família.

A primeira ligação aconteceu um dia após o sequestro. Eles queriam, inicialmente, a quantia de US$800mil, porém, à medida que os dias foram passando, os sequestradores diminuíram a quantia requerida.

Os pais foram instruídos a pedirem alguma informação a qual provasse que o menino ainda estava vivo. Os sequestradores passavam informação por telefone, mas não exatamente aquilo que era perguntado ou pedido.

Mesmo assim, eram respostas que davam a entender que ou o menino passou tais dados pra ele ou que se tratava de alguém bem próximo à família.

Os policiais chegaram nos criminosos através do rastreamento da ligação. Na ocasião, foram direcionados até a vl. Guarani que ficava próximo ao local. A chamada vinha de um telefone público.

Eles montaram uma equipe para que ficassem vigiando o orelhão usado e as proximidade. Foi assim que conseguiram encontrar Silvio, fazendo a ligação em cima de uma moto ligada. De imediato os policiais o dominaram.

No interrogatório, descobriu-se que seu nome na verdade era Adelino. Inicialmente, ele se recusou a falar e se declarava inocente, porém os detetives tinham seu retrato falado e ele fora reconhecido pela babá.

Após um tempo, o criminoso decidiu confessar: disse que sua função era apenas sequestrar o garoto e depois entregá-lo para Paulo e Sérgio - ambos policiais na época que também trabalhavam como segurança nas lojas de Masataka.

Com essa informação, a polícia conseguiu revistar a casa dos três envolvidos em busca de Ives. No começo eles não acharam nada, mas, após uma segunda busca, acharam o corpo na casa de Silvio.

Estava enterrado em uma cova rasa embaixo do berço em que dormia a filha do motoboy, no quarto do casal. Ives foi morto após reconhecer um dos sequestradores, Paulo, que trabalhava há 8 anos com a família Ota.

Eles ofereceram um achocolatado que continha comprimidos de Bromazepam. Isso fez com que a vítima dormisse. Adelino então cavou um buraco no próprio quarto e, após enterrá-lo, disparou duas vezes no rosto da vítima .

O julgamento aconteceu em Junho de 1998. Silvio foi condenado a 46 anos e 1 mês de prisão por sequestro, homicídio e falsificação de identidade e ideológica. Paulo e Sérgio foram condenados a 43 anos e 2 meses de prisão por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.

Ainda na prisão, após descobrirem que Silvio tinha envolvimento no caso de Ives, ele foi espancado e abusado sexualmente na cadeia. Os três cumprem pena em regime semi aberto desde 2005. Os ex-policias se formaram em bacharel em direito.

Eles ainda pediram para que Masataka lhes entregasse o diploma, mas o casal se recusou a comparecer ao evento. Após um ano da morte de Ives, o casal teve outra filha, Ises, que eles consideram como uma reencarnação de seu próprio filho falecido.

Após o acontecido em 1998, os pais do menino fundaram o instituto Ives Ota, que recebe doações para crianças carentes, além da praça Ives Ota, localizada na Vl. Gilda, Santo André. Após os acontecimentos, ambos mantiveram uma via bem ativa na política.

Em 24 de Fevereiro de 2021, Masataka veio a óbito, aos 64 anos, vítima de um câncer de pulmão e ossos. Sua esposa Keiko ainda mantém suas atividades na política como deputada.

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