Pensar a História Profile picture
"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade". Karl Marx

Mar 6, 2022, 12 tweets

Mulheres e crianças vietnamitas assassinadas por soldados estadunidenses durante o Massacre de My Lai. Vietnã, 16 de março de 1968. Fotografia de Ronald Haeberle.

1/11

"A ordem era pra matar tudo que se mexesse". Foram essas palavras usadas por um soldado estadunidense para justificar suas ações durante uma das atrocidades mais nefastas registradas durante a Guerra do Vietnã.

2/11

Em 16 de março de 1968, um pelotão com 120 soldados alocados na Companhia Charlie, unidade da 23ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos, invadiu o vilarejo de My Lai, no Vietnã do Sul.

3/11

Os estadunidenses foram enviados para averiguar a informação de que os civis estariam escondendo guerrilheiros comunistas. Os soldados não encontraram nenhum guerrilheiro no local, mas isso não impediu que descarregassem todo o seu ódio sobre os moradores do vilarejo.

4/11

O massacre durou quatro horas e resultou na morte de 504 civis desarmados - a imensa maioria idosos, mulheres e crianças, incluindo bebês de colo. Os militares estadunidenses começaram incendiando as casas do vilarejo, com famílias ainda dentro das residências.

5/11

Em seguida, partiram para uma longa sessão de estupros, torturas e execuções. Mulheres e crianças a partir de 6 anos de idade foram barbaramente estupradas e depois executadas com tiros na nuca. Idosos eram perfurados com baionetas e deixados para sangrar até a morte.

6/11

Os homens foram reunidos e levados para uma vala próxima, onde foram fuzilados. Os poucos civis que sobreviveram tiveram de fingir que estavam mortos, pois os invasores não queriam poupar absolutamente ninguém.

7/11

O massacre somente foi interrompido quando um piloto de um helicóptero de observação, Hugh Thompson, enojado pela ação de seus compatriotas, aterrissou sua aeronave entre os militares estadunidenses e os civis vietnamitas, impedindo-os de prosseguir.

8/11

Em seguida, Thompson alertou seus superiores. O governo dos EUA acobertou o massacre durante um ano, mas admitiu o ocorrido após o jornalista Seymour Hersh divulgar fotografias do episódio e detalhar os acontecimentos após conversas com militares presentes na ação.

9/11

A corte marcial investigou o massacre e produziu uma lista com 30 militares que participaram das atrocidades. Desses, apenas 14 foram formalmente acusados. Todos foram absolvidos pelas cortes marciais, com exceção do tenente William Calley, que comandou o massacre.

10/11

Calley foi sentenciado à prisão perpétua, mas apenas dois dias após a condenação recebeu o perdão do presidente Richard Nixon e acabou cumprindo uma pena alternativa de três anos de prisão domiciliar.

11/11

Alguns meses depois do massacre, ocorreram os Jogos Olímpicos do México. Os Estados Unidos estavam lá.

Share this Scrolly Tale with your friends.

A Scrolly Tale is a new way to read Twitter threads with a more visually immersive experience.
Discover more beautiful Scrolly Tales like this.

Keep scrolling