Pensar a História Profile picture
"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade". Karl Marx

Mar 8, 2022, 14 tweets

Crianças ao lado de uma cerca feita com invólucros de bombas em uma região rural do Laos. Nenhuma nação foi tão bombardeada na história quanto o Laos. Entre 1964 e 1973, os Estados Unidos jogaram mais de 2 milhões de toneladas de bombas sobre o país.

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Durante a Guerra do Vietnã, o movimento revolucionário comunista Pathet Lao auxiliou os combatentes do Vietnã do Norte, permitindo que adentrassem no Laos para movimentar guerrilheiros e suprimentos através da chamada "Trilha Ho Chi Minh".

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A trilha foi essencial para a articulação da resistência vietnamita aos ataques estadunidenses. Em represália, o Laos foi brutalmente atacado pelos Estados Unidos com bombardeios que visavam cortar a linha de abastecimento do Viet Mihn e destruir o Pathet Lao.

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Os ataques foram planejados durante o governo de Dwight D. Eisenhower e levados a cabo por John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon. Ao longo de quase uma década, a Força Aérea dos Estados Unidos despejou mais de 2 milhões de toneladas de explosivos sobre o país.

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Caíram mais bombas sobre o Laos durante a Guerra do Vietnã do que em todo os os países do mundo juntos na Segunda Guerra Mundial. As operações eram secretas — o país foi atacado sem uma declaração formal de guerra.

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Frotas inteiras de bombardeiros AC-130 e B-52 foram mobilizadas para as campanhas. Em média, o país foi atingido por uma campanha de bombardeio a cada oito minutos, 24 horas por dias, ao longo de nove anos.

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Os bombardeios destruíram quase todas as cidades do Laos e mataram 200.000 civis — ou 10% de toda a população do país. Mais de 400.000 laosianos ficaram feridos ou mutilados e 750.000 pessoas foram obrigadas a deixar o país.

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Os resultados do bombardeio afetam profundamente o Laos até os dias de hoje. Desde o fim do conflito, mais de 50 mil laosianos foram mortos ou mutilados por explosões de bombas de fragmentação lançadas nos anos 60 e 70.

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Estima-se que 30% das mais de 270 milhões de bombas lançadas sobre o Laos não explodiram no impacto — isso é, o país ainda tem 80 milhões de bombas ativas espalhadas por seu território.

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Mais de 37% de todas as terras agrícolas do país permanecem inutilizáveis em função das munições não detonadas, causando impacto enorme na economia, já que 70% da população depende da agricultura de subsistência.

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O Laos lidera os rankings mundiais de mutilações e acidentes fatais com explosivos até hoje. O país detém apenas 0,09% da população global, mas responde por metade de todos os acidentes com bombas e minas terrestres no mundo.

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As bombas são tão comuns que a população rural usa os invólucros dos explosivos para fazer cercas ou até mesmo pilares de cabanas. Os bombardeios não foram os únicos ataques dos Estados Unidos contra o Laos.

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Em 1960, a CIA conduziu a Operação Momentum, que financiou, treinou e armou uma milícia anticomunista ligada à minoria Hmong para combater o Pathet Lao. Também financiou o cultivo de papoula e o tráfico de narcóticos opiáceos para apoiar financeiramente os Hmongs.

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Foram gastos 500 milhões de dólares para criar e manter as milícias. Os Estados Unidos também cogitaram bombardear o Laos com armas nucleares e conduzir uma intervenção militar terrestre com 60 mil soldados, mas recuaram por receio da reação da União Soviética.

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