Pensar a História Profile picture
"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade". Karl Marx

Mar 10, 2022, 18 tweets

Um manifestante palestino desfralda a bandeira do Brasil diante de um grupo de soldados israelenses, durante um protesto em Bilin, na Cisjordânia, em 10 de dezembro de 2010. Alguns dias antes, o Brasil havia reconhecido o Estado da Palestina com as fronteiras de 1967.

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A política externa brasileira do governo Lula foi caracterizada por um esforço de diversificação das parcerias internacionais e pelo fortalecimento da cooperação Sul-Sul, visando constituir uma diplomacia "ativa e altiva", conforme definição do chanceler Celso Amorim.

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Impulsionado pelo bom desempenho de sua economia, o Brasil passou a exercer um maior protagonismo internacional, integrando-se a um movimento de atuação mais assertiva das potências emergentes em prol da reforma da ordem internacional,...

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...privilegiando o surgimento de novas formas de governança que desafiavam a hegemonia das potências ocidentais. É nesse contexto que surge, por exemplo, a coalizão dos BRICS e o plano de criação de um sistema global alternativo aos acordos de Bretton Woods.

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Como parte desse processo de expansão de sua influência e de criação de novas parcerias, o Brasil estreitou vínculos com os países do Oriente Médio. Já em 2003, o país propôs a criação da Cúpula América do Sul-Países Árabes, que propiciou o aumento do intercâmbio comercial.

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Lula visitou onze países do Oriente Médio, inaugurou três novas embaixadas na região e foi o primeiro líder sul-americano convidado a participar da Cúpula da Liga Árabe. O governo brasileiro também tentou dirimir as ameaças do Ocidente aos governos árabes não alinhados.

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Lula se reuniu por quatro vezes com o mandatário líbio Muammar Kadafi. Fechou acordos bilaterais e fez investimentos na Líbia por intermédio da Petrobras e atuou para impedir o isolamento internacional do país, integrando-o às pautas da Cúpula África-América do Sul.

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Em 2010, em oposição à pressão internacional articulada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, o governo brasileiro tentou mediar um conflito em torno do projeto nuclear iraniano e votou contra a resolução do Conselho de Segurança da ONU que impunha novas sanções ao Irã.

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O Brasil também adotou uma postura mais assertiva em relação ao conflito Israel-Palestina, abandonando a neutralidade retórica dos governos anteriores. Em 2004, Lula abriu um escritório de representação em Ramalá e assinou uma série de acordos de cooperação com a Palestina.

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Três anos depois, diplomatas brasileiros participaram da Conferência de Anápolis, dedicada à construção de um acordo de paz entre palestinos e israelenses.

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Em 2009, o governo brasileiro doou 25 milhões de reais para a Autoridade Nacional Palestina, destinados à reconstrução da Faixa de Gaza, severamente afetada pelos ataques de Israel ao Hamas entre os anos de 2008 e 2009.

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E em março de 2010, Lula tornou-se o primeiro presidente brasileiro a visitar a Palestina. Na ocasião, o mandatário brasileiro depositou flores no túmulo do líder palestino Yasser Arafat, provocando a ira dos parlamentares conservadores israelenses.

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Em contrapartida, governo brasileiro elevou o tom das críticas à Israel, condenando o bloqueio imposto contra o povo palestino.

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Em 3 de dezembro de 2010, atendendo a uma reivindicação histórica dos palestinos, Lula reconheceu oficialmente a existência do Estado Palestino com as fronteiras de 4 de junho de 1967, anteriores à Guerra dos Seis Dias travada entre Israel e os países árabes.

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O reconhecimento fortalece a reivindicação da Palestina sobre os territórios da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. A decisão foi formalizada em carta enviada ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas.

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O Brasil foi o segundo país sul-americano a reconhecer o Estado da Palestina com as fronteiras de 1967, precedido apenas pela Venezuela. A decisão brasileira ensejou um efeito dominó diplomático, encorajando a maioria dos países da região a seguirem a decisão.

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Nas semanas seguintes, Argentina, Bolívia, Equador, Guiana, Paraguai, Uruguai e Peru também reconheceram o Estado da Palestina com o desenho das fronteiras anterior à Guerra dos Seis Dias.

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O apoio brasileiro foi fundamental para avançar a causa do reconhecimento internacional do Estado da Palestina e o país sedia desde 2011 a primeira embaixada palestina inaugurada nas Américas.

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