Homem mata namorada após ela ser abusada sexualmente pelo cunhado do namorado. A família dele disse que ele "confundiu" o estupro com traição.
Isabela Miranda de Oliveira, universitária de 19 anos, namorava William Felipe de Oliveira Alves, 21. No dia 03 de março de 2019, o casal foi a um churrasco numa chácara em Franco da Rocha (SP). Durante o evento, ela ingeriu um alto volume de bebidas alcóolicas e passou mal.
Para que se recuperasse da embriaguez, suas amigas a levaram para dormir num quarto da casa. Contudo, enquanto dormia, o namorado da irmã de William, Leonardo da Silva, 23, adentrou o local e abusou sexualmente de Isabela. Pouco tempo depois, seu namorado testemunhou o estupro.
William, que foi ao quarto para ver como a namorada estava, se enfureceu ao ver a cena, pensando que se tratava de uma relação consensual. Então, ele espancou Isabela e Leonardo. Eventualmente, sua irmã, namorada do estuprador, também apareceu para auxiliar na surra.
Segundo testemunhas, Isabela permaneceu inconsciente durante o espancamento. Em certo ponto, um dos presentes a socorreu, a levando para um banheiro e trancando cômodo. No entanto, William ateou fogo em pedaços de plástico e os empurrou por debaixo da porta do banheiro.
Em razão disso, os dois tiveram de deixar o local correndo. Contudo, apenas o rapaz que a ajudou conseguiu escapar: enquanto Isabela, já acordada, corria, William jogou um colchão em chamas por cima dela. Ela foi esmagada e sofreu queimaduras em 80% do corpo.
A polícia e o corpo de bombeiros foram chamados e Isabela foi socorrida ainda viva. Ela resistiu por mais alguns dias antes de sucumbir na madrugada do dia 07 daquele mês, três dias antes do que seria seu aniversário de 20 anos, por falência múltipla dos órgãos.
“Morreu um pedaço nosso com ela. Vai ser muito difícil a gente juntar os caquinho que tá. Espatifou demais”, afirmou Luana de Oliveira, tia de Isabela. William, que namorou a vítima por cerca de um ano, foi preso em flagrante e indiciado por feminicídio com emprego de meio cruel.
Em setembro de 2019, William foi condenado, em primeira instância, a 21 anos e 7 meses de prisão. Leonardo, por sua vez, embora tenha afirmado que não sabia como acabou deitado nu sobre uma pessoa inconsciente e embriagada, foi julgado por estupro de vulnerável.
Leonardo foi condenado a 14 anos de prisão. "Achei pouco tempo por toda a barbárie que fizeram com ela. Pelo menos, houve justiça e até que não demorou. Um crime desses não pode ficar impune”, ponderou Luana, tia de Isabela.
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