Dentre os itens destruídos pelos bolsonaristas durante a invasão ao Palácio do Planalto, encontra-se uma obra-prima do Barroco francês: o relógio de pêndulo fabricado pelo relojoeiro Balthazar Martinot no século XVII.
1/9
Oriundo de uma afamada dinastia de fabricantes de relógios, Martinot se consagrou como um dos mais célebres mestres relojoeiros do século XVII. Em 1660, passou a servir à corte do monarca francês Luís XIV, o "Rei Sol", ostentando o cargo de "Relojoeiro do Conselho do Rei".
2/9
Trabalhando em conjunto com os mais destacados ourives e entalhadores da corte francesa, Martinot produziu uma série de relógios de alta qualidade e enorme refinamento artístico, que logo se tornaram objeto de cobiça das cortes europeias.
3/9
O fascínio dos relógios de Martinot sobreviveu ao teste do tempo. Os exemplares remanescentes integram hoje os acervos dos mais importantes museus do mundo, incluindo o Museu do Louvre em Paris e o Victoria and Albert Museum de Londres.
4/9
Um dos exemplares de Martinot foi doado pela França ao príncipe-regente de Portugal, Dom João VI. A peça era considerada tão valiosa que a família real portuguesa a trouxe consigo para o Brasil em 1808, quando abandonou Portugal, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte.
5/9
A peça permaneceu no Brasil após o retorno de Dom João VI a Portugal. Após a independência, decorou os gabinetes de Pedro I, Pedro II e dos governos republicanos após 1889. Com a construção de Brasília, passou a integrar o patrimônio do Palácio do Planalto.
6/9
O relógio de Martinot do Palácio do Planalto era a única obra do autor conservada nas coleções públicas do Brasil. A peça era assinada e sua caixa foi confeccionada por André-Charles Boulle, o mais renomado mestre de marchetaria da corte de Luís XIV.
7/9
O Martinot de Brasília era considerado uma peça única. Conhece-se apenas outro mecanismo de fatura semelhante, conservado no Palácio de Versalhes. O relógio francês, entretanto, tem apenas metade da altura do congênere que existia no Brasil.
8/9
O relógio que decorava o gabinete presidencial foi restaurado em 2012, durante a gestão de Dilma Rousseff.
A peça foi totalmente destruída durante a invasão ao palácio. A caixa foi quebrada, os ponteiros e números foram arrancados e a estátua de Netuno no topo foi subtraída.
9/9
Share this Scrolly Tale with your friends.
A Scrolly Tale is a new way to read Twitter threads with a more visually immersive experience.
Discover more beautiful Scrolly Tales like this.