Thread by @JEFFarah

A matéria abaixo trata de um fundo do Nubank que deveria ser para RESERVA DE EMERGÊNCIA, rendia ligeiramente acima do CDI e despencou gerando revolta.

Minha TL está repleta de comentários relacionados. Então, que tal um 🧵 #SimplificaFarah sobre isso?
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oglobo.globo.com/blogs/capital/…

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O 1° conceito importante para entender o caso é o que significa RESERVA DE EMERGÊNCIA, que é uma reserva financeira que se faz para que possamos recorrer em momentos de aperto. É um dinheirinho que guardamos para recorrer quando ocorre um imprevisto e as contas não fecham.
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Como o nome indica, esse recurso é para ser usado somente em casos de emergência, pois quando não se tem uma reserva, pode ser necessário recorrer a empréstimos (com juros mais altos por não serem planejados), que poderão comprometer não só o presente como o seu futuro.
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Como uma situação de emergência é um momento de imprevisto, de surpresa, não sabemos quando precisaremos fazer uso desse dinheiro. Então, a RESERVA DE EMERGÊNCIA precisa estar disponível a qualquer momento. Portanto, a aplicação precisa ter liquidez imediata e baixo risco.
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Liquidez é a capacidade de transformar um bem em dinheiro sem perda de valor. Para facilitar pense num carro ou num apartamento.
Os que possuem liquidez mais altas são aqueles que conseguem ser vendidos rapidamente sem necessidade de baixar o preço para isso.
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Todo investimento possui risco. São considerados seguros aqueles cujo nível de risco é classificado como próximo ao do próprio país (risco soberano).
Ou seja, o risco do investidor não receber o recurso aplicado é semelhante ao do país quebrar
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Logo, um fundo que tenha como proposta servir como reserva de emergência precisa ter alta liquidez e baixo risco.
Na propaganda do Nubank, o fundo Nu Reserva Imediata, tratado na abertura desta thread, é identificado como sendo "opção para guardar uma reserva de emergência"
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Observando a composição da carteira (dez/22), temos mais de 60% composta por títulos públicos federais, comprados diretamente ou por meio de operações compromissadas e quase 27% por títulos privados.
No regulamento, há permissão de compra de até 50% de crédito privado.
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Entre esses papéis privados, parte era formado por títulos de dívida das Americanas que recentemente teve uma queda grande como mostra a matéria abaixo.
Vale ressaltar que não há ações da empresa ou de outra na carteira, por ser fundo de renda fixa.
einvestidor.estadao.com.br/investimentos/…
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Debentures são títulos de dívida emitidos por empresas. É um empréstimo que se faz com investidores. Para conseguir quem compre suas debentures, a empresa precisa pagar mais do que a remuneração obtida por esses investidores num banco, devido ao maior risco.
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Assim, papéis privados quando colocados em fundos tendem a gerar uma rentabilidade superior aos que tiverem apenas títulos públicos. Porém, a exposição ao risco também aumenta, embora isso não signifique que seja elevada. Apenas será superior ao risco soberano.
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Papéis privados de empresas de primeira linha, em geral, representam uma boa maneira de melhorar a rentabilidade sem aumentar significativamente a exposição ao risco.
Mas, tudo depende do objetivo que se tem com o investimento.
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Para formação de reserva de emergência, não aconselho a aquisição de papéis privados. Imagine que se tenha na carteira um papel que tenha a queda que teve as debentures das Americanas justamente no momento que ocorra uma situação de imprevisto?
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Por ser um fundo destinado à formação de reserva de emergência, entendo que o Nubank Reserva Imediata não deveria conter papel privado na carteira. O prospecto não esconde essa possibilidade, mas o nome e a propaganda induzem o investidor a um entendimento distinto.
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Por fim, uma dica: o rendimento de um fundo destinado à reserva de emergência deve ter rentabilidade máxima igual ao CDI. Render pouco acima demonstra que há um prêmio de risco em alguns papéis, o que poderá provocar eventual prejuízo justamente no momento de um imprevisto.