Considerado o prisioneiro político mais jovem a ter sofrido tortura física durante a ditadura no Brasil, Carlos Alexandre Azevedo tinha apenas 1 ano e 8 meses quando foi trancafiado na sede do DEOPS, em São Paulo. Foi torturado com choques elétricos.
Seus pais, o jornalista Dermi Azevedo e a pedagoga Darcy Azevedo, eram acusados pelo regime de dar guarida a militantes de esquerda. O bebê foi capturado em janeiro de 1974, quando estava sob os cuidados de uma babá – o pai já estava preso e a mãe seria presa horas depois.
No DEOPS, o bebê ficou nas mãos da equipe do torturador Sérgio Fleury. Seria vítima de mais violência como forma de convencer os pais a confessarem os supostos crimes: passou mais de quinze horas sofrendo as sevícias da tortura.
O trauma trazido da infância deixou sequelas psicológicas que ele carregou pelo resto da vida – Carlos Alexandre voltou a ganhar destaque em 2010, quando o Estado finalmente o reconheceu como vítima da ditadura.
Na época, em entrevista à revista IstoÉ, ele revelou sofrer de fobia social, que trazia desde a infância. Preso aos antidepressivos e antipsicóticos, o mais jovem torturado do Brasil vivia recluso, sem amigos nem emprego.
Carlos Alexandre Azevedo suicidou-se em 2013, aos 40 anos de idade. “Hoje a ditadura militar concluiu a morte de Carlos, iniciada em tão tenra idade”, escreveu o Movimento Nacional de Direitos Humanos na ocasião.
Pessoal, perdi quase 500 seguidores no Instagram por conta desse post e um sobre o Ustra que eu fiz hoje. Por isso, se quiserem seguir meu trabalho por lá, agradeço:
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