Há 116 anos, em 6 de julho de 1907, nascia a pintora mexicana Frida Kahlo. Expoente da arte moderna latino-americana, Frida se destacou por seu estilo original, mesclando elementos da cultura popular, do surrealismo e das vanguardas artísticas mexicanas.
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Frida nasceu em Coyoacán, hoje um distrito da Cidade do México, como uma das quatro filhas do imigrante alemão Guillermo Kahlo e da mestiça mexicana Matilde Calderón. Aos treze anos, Frida contraiu poliomielite.
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A doença — primeira de uma série de infortúnios que enfrentaria no decorrer da vida — causou uma lesão permanente em sua perna direita. Em 1922, Frida ingressou na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México, onde frequentou aulas de desenho e modelagem.
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Três anos depois, estudou gravura no ateliê de Fernando Fernandez e ingressou na faculdade de medicina. Durante seus estudos, teve contato com as teorias socialistas e juntou-se ao grupo de esquerda Los Cachuchas. Posteriormente, ingressou na Liga dos Jovens Comunistas.
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Em 1925, aos 18 anos, Frida sofreu um grave acidente, após o ônibus em que viajava se chocar com um trem. O para-choque do veículo perfurou suas costas e fraturou sua pélvis. Passou meses internada, sendo submetida a inúmeras cirurgias e procedimentos de reconstrução.
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Frida passou a utilizar coletes ortopédicos que a acompanhariam pelo resto da vida e sua mobilidade foi severamente comprometida, forçando-a a ficar acamada por longos períodos. Crises de dores lancinantes tornaram-se frequentes e Frida teve de abandonar os estudos.
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Durante sua recuperação, dedicou-se à pintura, utilizando um cavalete adaptado à sua cama. Em 1928, Frida se filiou ao Partido Comunista Mexicano (PCM), onde conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se envolveu afetivamente. Os dois se casariam já no ano seguinte,...
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...dando início a um longo e conturbado relacionamento, marcado por brigas constantes e e uma profusão de casos extraconjugais. Rivera exerceu grande influência em sua arte, inspirando o emprego de amplas zonas de cor e na composição de influxo muralista.
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Frida, entretanto, desenvolveu um estilo único, mesclando elementos do modernismo mexicano, da arte popular, da pintura colonial e do surrealismo. Foi também fortemente influenciada pelo "Mexicayotl", o movimento estético moderno que buscava a valorização da cultura nativa.
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Em suas obras, abordava temas do folclore e da identidade nacional, questões de gênero, classe, etnia e religião, fatos do cotidiano e referências autobiográficas (expressas em seus numerosos autorretratos), sempre mesclando realismo e fantasia.
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Em 1930, Frida acompanhou Rivera em uma viagem aos EUA. Durante sua estadia no país, experimentou diferentes técnicas pictóricas e diversificou sua temática, então centrada na representação da cultura folclórica mexicana, passando a abordar o sofrimento, o medo e a dor.
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A abordagem refletia a fragilidade de seu estado emocional após outro trauma: Frida sempre nutriu o desejo de ser mãe, mas o acidente comprometeu sua capacidade de levar uma gestação até o final. Nos EUA, Frida engravidou pela 3ª vez e sofreu seu 3º aborto espontâneo.
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Após retornar ao México, Frida acomodou em sua casa o revolucionário russo Leon Trotsky , que estava exilado da URSS desde 1929, em meio às acirradas disputas políticas com Josef Stalin. Frida e Trotsky se envolveram amorosamente por um período de seis meses.
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A pintora mexicana, entretanto, sempre manifestou sua discordância em relação ao pensamento de Trotsky. Em 1953, anotou em seu diário: "Percebi o erro de Trostky desde que ele chegou ao México. Nunca fui uma trotskista."
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Ainda nos anos 30, Frida daria início a uma bem sucedida carreira artística internacional. Seu estilo singular despertou o interesse dos intelectuais estadunidenses e europeus. Em 1938, André Breton organizou sua 1ª exposição individual em Nova York.
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No ano seguinte, Frida expôs em Paris, em uma mostra viabilizada por Marcel Duchamp. Durante a exposição, o Museu do Louvre adquiriu uma de suas obras — "A Moldura" —, transformando Frida na primeira artista mexicana a estar representada no acervo da instituição.
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Na capital francesa, Frida fez amizade com Pablo Picasso, Joan Miró e outros ícones da Escola de Paris e provocou interesse dos estilistas, impressionados pelo "exotismo" do seu visual.
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A pintora, entretanto, teve uma impressão negativa sobre intelectualidade parisiense, que descreveu como frívola e pedante.
De volta ao México, terminou seu relacionamento com Rivera, após descobrir que o pintor estava tendo um caso com sua irmã, Cristina.
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Nos anos seguintes, Frida expôs seus trabalhos em uma série de mostras em museus estadunidenses, passando por Boston, Nova York e Filadélfia. Sua arte também ganhou maior visibilidade e apreço no México.
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Frida foi uma das fundadoras do Seminário da Cultura Mexicana — um grupo de 25 artistas contratados pelo Ministério da Educação Pública para traçar estratégias de divulgação da cultura mexicana, sendo responsável por coordenar exposições e conferências sobre arte.
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Também integrou exposições sobre arte mexicana e participou do "Salon de la Flor". Passou a lecionar arte na Escola La Esmeralda e também foi tema de uma exposição individual na Galeria de Arte Contemporânea da Cidade do México.
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Apesar do sucesso, Frida se recusou a submeter sua produção às exigências de seus clientes e recusava trabalhos cuja temática não estivesse alinhada às suas convicções pessoais. Reconciliada com Rivera, Frida tentou suicídio após descobrir outra traição do marido.
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A pintora também manteve romances extraconjugais com homens e mulheres, mas nunca estabeleceu outro relacionamento duradouro. Na década de 1940, Frida sofreu rápido declínio de seu estado físico, sendo acometida de severas dores na coluna que a impediam de ficar em pé.
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Em 1945, foi submetida a uma cirurgia de enxerto ósseo e suporte de aço para endireitar sua coluna, mas a intervenção não trouxe os resultados esperados. Pouco tempo depois, teve de amputar a perna direita, em função de uma gangrena.
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Deprimida, passou a sofrer com um estado constante de ansiedade e alcoolismo. Malgrado suas limitações físicas, seguiu politicamente ativa, chegando a participar de uma manifestação contra o golpe de Estado da Guatemala, perpetrado por mercenários financiados pela CIA.
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Faleceu em sua casa na Cidade do México em 13 de julho de 1954, aos 47 anos, vitimada por uma broncopneumonia.
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