Votaria em Margareth Thatcher, FHC, Amoedo, contra minhas convicções ideológicas para não eleger quem propõe destruir a ideologia do outro. Votaria em Temer, Collor, Cunha ou qualquer corrupto que possa ser combatido pelas instituições para não eleger quem ameaça as instituições.
Votaria no Trump, Marine Le Pen, Enéas ou qualquer candidato com viés autoritário que não faça apologia à tortura nem diga que vai fuzilar o adversário.
Votaria no Tiririca, na Xuxa, no macaco Tião ou qualquer candidato vazio e despreparado contra um candidato fascista. ...
Qualquer um é melhor do que ele. Haddad é muito melhor do que ele. #EleNão#Haddad13
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Plano real: mais reflexão e menos comemoração
Três pontos merecem atenção: 1) Não houve milagre algum, vários países latino americanos estabilizaram no mesmo período histórico, por um motivo simples: disponibilidade de divisas externas.
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A Argentina, o México, Uruguai, Chile estabilizaram no fim dos 1980 e inicio dos 1990.
A verdade é que o plano real falharia se fosse aplicado em meados dos 1980, pois a estabilização dependia de divisas estrangeiras para sustentar a ancora cambial.
2/
2) A estabilização da inflação teve um alto custo. Os juros estratosféricos implicaram em um alto custo fiscal e moldou uma economia rentista. O câmbio excessivamente valorizado transformou a estruturura produtiva e desindustrializou o país.
Setores do governo Lula sinalizam com:
i) desvinculação da aposentaria do salário mínimo.
ii) revisão dos mínimos constitucionais de saúde e educação
Essas mudanças não cabem no programa de Lula mas são pontos chave da Ponte para o Futuro e dos discursos do Paulo Guedes. 🧶
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O documento Ponte para o Futuro, propunha uma “reconstituição” do Estado e mudanças estruturais.
Era a plataforma da campanha peculiar que Temer fazia para ocupar a presidência pelo caminho, digamos, pouco usual. Sem rodeios: era a agenda econômica do golpe. 2/
O ajuste de curto prazo de 2015 não foi suficiente. Era preciso ir além - de acordo com essa nova agenda econômica, a Constituição de 1988 e sua generosidade social eram o problema a ser enfrentado.
Estava lá o fim da indexação do mínimo com os benefícios sociais. 3/
A narrativa jurídica da lava jato foi reescrita, mas a econômica continua dominada por factoides liberais.
Ontem por causa do caso Mantega/Vale, a mídia seguiu repetindo que em 2014 havia uma grave crise econômica.
Isso é falso e mostro no fio
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2014 foi um ano de desaceleração. O crescimento do PIB foi de 0,5%. O crescimento começou e terminou no campo positivo, tendo queda da taxa no segundo trimestre e um crescimento próximo de zero (-0,1%) no terceiro trimestre. (serie de trimestre contra trimestre imed. anterior)
2/
Mas uma crise nao se define só por crescimento.
a taxa de desemprego era a menor da série histórica do IBGE. Outros indicadores sociais como a taxa de pobreza, a desigualdade e o rendimento médio do trabalho melhoram em 2014. 3/
Saiu!
um livro de introdução à economia com uma visão de esquerda, acessível para não economistas, que trata da realidade brasileira e desmonta mitos econômicos do debate publico. 1/5
O livro também traz tópicos teóricos, analisa a historia da economia internacional sob o capitalismo e traz a nossa visão sobre a economia brasileira recente... 2/
O plano real é caracterizado como um novo modelo de inserção externa da economia brasileira pautado pelo liberalismo, e a crise de 2015 e 2016, como resultado do choque recessivo que transforma uma desaceleração em recessão. 3/
1/ O teto de crescimento do gasto primário 2,5% é muito inferior ao crescimento real médio do gasto no governos Lula 1 e 2 (5,2% ao ano) e Dilma (3,5%) e mesmo FHC. Esse crescimento do gasto primário permitiu a expansão dos ...
serviços públicos, programas sociais, seguridade e o investimento publico.
2/ Considerada a atual previsão de crescimento e carga tributaria, o teto de 2,5% nao deve ser atingido no governo Lula. Ou seja, o gasto cresce menos a nao ser que o governo aumente a carga tributaria.
3/ A relação gasto/Pib pode cair se não houver aumento de carga tributaria, ou um crescimento do PIB não desejado (negativo ou próximo de zero). Ou seja, a regra não garante a sustentação do patamar de gasto/PIB e o tamanho do Estado na economia pode diminuir.
O debate sobre juros e Banco central tá contaminado por uma lógica pró-mercado que não vê diferença entre as expectativas do mercado financeiro e a do atacadista do Ceasa na hora de reajustar preço.
O que Lula faz é desafiar essa lógica..
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A lógica pró-mercado vê como contraproducente qualquer crítica do presidente ou ministro ao BC: ruídos que aumentam juros futuros e inflação. Como se o feirante do Ceasa usasse os indicadores financeiros para antecipar aumentos de preços e o BC reagisse com + juros.
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Uma lógica descolada da realidade que ignora os determinantes de custo da inflação. Que não quer apenas blindar o BC na lei, mas constranger ministros e o proprio presidente que ouse fazer críticas. Que limita o debate a quem compartilha do mesmo credo. 3/