Convencionou-se a contar uma história mentirosa sobre o pó de arroz da torcida tricolor, que não procede. Ela foi relembrada, hoje, por causa da campanha #TimeDeTodos. Aqui, esclarecêreis-vos a verdade.
Em 1914, rolou um Fluminense x América. Coincidentemente, dia 13 de maio, aniversário da assinatura da Lei Áurea. Pelo Flu, jogava Carlos Alberto, que chegou das Laranjeiras vindo do time rubro. Ele era negro. Longe de ser o primeiro negro do Fluminense, mas era negro. Foto dele:
Primeiro, um parêntesis: o pó de arroz era usado, na época, para fins estéticos ou dermatológicos, por gente de toda etnia e gênero. Muitos homens da década de 1910, por exemplo, costumavam se empoar após fazer a barba.
Enfim, Carlos Alberto tinha o hábito de passar pó de arroz.
A torcida do América, enraivecida pela saída do jogador, decidiu pegar no pé dele. E os torcedores do Fluminense, por sua vez, decidam adotar o recém-chegado atleta. Transformaram o que era para ser uma ofensa em um símbolo do clube.
Alguns times mentem que foram os primeiros a terem negros jogando por suas equipes — mesmo que antes de existirem como associações de futebol, estes já fossem adotados por clubes como Flu, Bangu e Andaraí.
Foto da equipe Tricolor em 1910:
Mas o maior passo para a inclusão de todas etnias foi sob a liderança do Flu, com passagem para o profissionalismo em 1933. Afinal, era impossível competir com o “amadorismo marrom”, no qual times pagavam informalmente seus jogadores, enquanto se mantendo sob as regras vigentes.
Até a próxima, tricolores que me seguem!
Atualização: achado do tricolor F Passareli, com entrevista do primeiro goleiro da história da Seleção Brasileira, Marcos Carneiro de Mendonça, contando sobre a origem do pó de arroz. Obrigado pela adição, guerreiro!
O Bolsonaro falou que acusam ele de querer um golpe desde 2019.
E, embora ainda em 1999 ele tenha dito ao vivo na TV que queria uma intervenção e guerra civil…
Eu diria que eu consigo PROVAR que o ex-presidente queria um golpe desde, pelo menos, 2020.
Duvida? Vamos ao fio👇🏼
15/03/2020: Contrariando as recomendações do próprio ministro da Saúde, Bolsonaro prestigia um protesto a favor do Governo – e com teor antidemocrático –, sem máscara e promovendo aglomeração. Tinha até faixa pedindo AI-5. E o país entrava em quarentena.
24/03/2020: Em pronunciamento na TV, famoso por ter sido aquele que definiu a Covid-19 como “gripezinha”, o presidente questionou as medidas de isolamento social adotadas por governadores e atacou a imprensa. Foi a virada sobre a pandemia. Será relevante:
Já está demonstrado que o Bolsonaro tentou dar um golpe. E o papel do Braga Netto também.
Vamos fazer uma cronologia apenas com alguns fatos:
07/12/2022: Bolsonaro apresenta um decreto golpista aos três comandantes das Forças Armadas.
09/12/2022: Bolsonaro se encontra com o comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter). O general Estevam Cals Theofilo ofereceu as tropas para o golpe.
Naquela mesma data, Jair discursou em público para apoiadores: “Quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês!”
14/12/2022 (data provável): Em segunda reunião, um novo decreto golpista foi apresentado. Decretava estado de defesa. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica se recusaram a participar da aventura; o comandante da Marina estava disposto a tentar um golpe ao lado do presidente.
Bom artigo do @CaracasChron explica por que falsificar atas eleitorais venezuelanas é uma tarefa muito difícil – e que qualquer falsificação seria facilmente identificável.
Isso para não dizer que é IMPOSSÍVEL uma boa falsificação dessas atas todas.
– Atas têm um "hash" no topo, um código de 32 dígitos que criptografa as informações da votação.
Cada ata também é assinada fisicamente por testemunhas e possui uma "assinatura digital" diferente do hash na parte inferior. Isso garante a integridade e autenticidade do documento.
(Lembrando que uma ata é o documento impresso quando a mesa fecha e o resultado é transmitido, mostrando todos os resultados dali)
– Fazer a máquina gerar uma nova ata seria impossível, dizem, porque exige uma senha compartilhada entre CNE e os partidos. Sem partido, sem chave.
O PL 1904/24 é também uma isca da direita pra esquerda:
O que os direitistas mais querem é que a oportunidade seja usada pra defender o aborto sob qualquer hipótese, esta sim uma pauta muito impopular no Brasil.
Por isso, a narrativa “PL do Estuprador” tem funcionando tão bem.
Mas, em termos de debate público, é importante nos cuidarmos pra que sigamos nessa – independentemente dos argumentos.
O Código Penal já prevê uma pena pro crime de aborto, mas mesmo assim querem uma lei equiparando a prática do procedimento, após 22 semanas, a um HOMICÍDIO.
E sim, é comum que crianças, com o corpo ainda em desenvolvimento, demorem mais para descobrirem a gravidez;
É verdade que vítimas de violência sexual, justamente por muitas vezes estarem cercadas pelo seu agressor – ou seus agressores – podem demorar para recorrer à ajuda;
Dar ministérios pro União Brasil, pro PP, tem adiantado de quê? Nada. O presidencialismo de coalizão morreu. As vitórias do Governo foram aquelas com pressão do mercado para rolarem também.
Estou num momento pessimista. Não tem articulação semanal do Lula que resolva o problema.
Tenho pensado inclusive que o Planalto podia começar a pensar seriamente em um Governo mais reativo se andarem ainda mais com as pautas reacionárias.
Tirar esses partidos do Ministério, colocar pessoas notáveis, e comprar uma briga pública com o Legislativo, dando nome aos bois.
Os caras vão emplacar um monte de CPIs contra o governo? Deixava clara a chantagem, a reação de quem quer emenda, e deixa os caras chupando o dedo. Brigar contra o “sistema” podia até render alguma popularidade no fim da linha. E pelo menos teria gente competente nos ministérios.