Esse é o símbolo da Frente de Ferro, organização paramilitar antinazista alemã que existiu durante a República de Weimar. Hoje, é usado por diversos coletivos antifascistas ao redor do planeta. Esse símbolo foi banido dos estádios de futebol dos EUA por ser considerado “político”
Nesta temporada, a Major League Soccer criou um novo código de conduta para os seus estádios, que impede demonstrações políticas. Porém, aí é que entra a discussão: para muitos, esse símbolo não é político, ele é apenas um símbolo contra perseguição e a favor dos direitos humanos
O que é um símbolo político? A linha é tênue e pode ser definida de forma arbitrária. Por exemplo, a MLS diz que uma bandeira LGBT como essa é permitida pelo seu novo código de conduta.
Mas e esse boné? Alguém seria proibido de entrar no estádio portando isso? A liga não sabe dizer. Em tese, é tão político quanto qualquer outro símbolo.
A região noroeste do país, quase no Canadá, é tradicionalmente progressista. A torcida do Portland Timbers, por exemplo, sempre utilizou o símbolo da Frente de Ferro em suas bandeiras, para se posicionar como uma torcida inclusiva e antifascista, e considera a medida um acinte.
(Essa é a torcida que, em 2017, levou faixas ao estádio dizendo: “escolha um lado. O nosso é contra o racismo”)
(os torcedores de Portland também produziram uma faixa com os dizeres “Now is the Time”, em referência à música de mesmo nome da banda The Specials, cuja letra diz: “se você tem um amigo racista, essa é a hora de acabar com essa amizade”)
Até porque a MLS é a liga que produziu camisa de treino para todos os seus clubes com essa estampa de camuflagem, em homenagem declarada às Forças Armadas dos Estados Unidos. Isso não seria também um ato político?
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O Rio Sena é limpo o suficiente para receber várias das provas olímpicas?
Na quarta, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, cumpriu a promessa de que seria uma das primeiras a nadar no rio pra provar que ele estava despoluído.
Nadar no Sena era proibido há mais de 100 anos.
Nas Olimpíadas, o rio que corta Paris será usado em modalidades como a maratona aquática e a prova de natação do triatlo.
Só que ele era muito poluído, e havia um imenso ceticismo quanto à capacidade dos organizadores e autoridades locais de torná-lo limpo.
Daí a promessa.
Além de Hidalgo, o presidente Emmanuel Macron havia prometido nadar também.
Testes muito recentes indicavam alta presença da bactéria E. coli, sugerindo contaminação fecal. Ou seja, um temor grande de que atletas olímpicos que se prepararam por anos iam nadar em meio a fezes.
Espanha, Argentina, Nova Zelândia, Costa do Marfim e Catar: os campeões continentais de futebol em 2024.
Mas campeã mundial? Só uma foi coroada neste ano. Estamos falando da Lapônia.
A Lapônia, que corresponde a uma porção de território no norte da Escandinávia, venceu a Copa do Mundo feminina da CONIFA, destinada a países de independência não reconhecida ou povos sem território.
O povo sámi, indígena da região, defende as cores da Lapônia.
Antes chamados de lapões, termo agora considerado pejorativo, os sámi estão espalhados por Noruega, Suécia, Rússia e Finlândia. Eles são unidos por fortes tradições culturais.
Falam um dos idiomas mais antigos do mundo, apesar dele estar restrito a pequenas comunidades.
Na verdade, não: o mundo ainda não é tão divertido a ponto do futebol ser usado pra resolver questões geopolíticas.
Mesmo que vença a Inglaterra hoje, a Espanha continuará reivindicando o pequeno território britânico ao sul da Península Ibérica.
Uma pontinha em baixo da Península Ibérica, Gibraltar tem só 34 mil habitantes. Em seu pedaço mais a sul, a distância marítima entre Europa e África é de 13 km.
Os pioneiros em construir ali foram os Almôadas, um califado que controlou boa parte da atual Espanha no século XIII.
Com a Reconquista Católica, a Espanha incorporou Gibraltar ao seu território.
Até que, em 1700, o Rei Carlos II da Espanha morreu sem deixar herdeiros. O país ainda era poderoso, apesar de não tanto como outrora, mas entraria em séria decadência.
Se Lamine Yamal chegou ao mundo no ano de lançamento do 1º iPhone, Jesús Navas nasceu um dia depois do lançamento do 1º Microsoft Windows.
Aos 38 anos, o jogador de origem roma (cigana) superou questões de saúde mental e se converteu num símbolo da geração de ouro da Espanha.
Diagnosticado com ansiedade desde jovem, Navas foi promovido aos 18 anos à equipe principal do Sevilla, o que teria agravado seu quadro pela rapidez como tudo se deu.
Em 2005, desistiu de disputar um Mundial sub-20 com a Espanha. Pouco depois, teve uma crise durante um treino.
Saiu correndo do campo e foi parar num terreno anexo, sentado sozinho. Teve de abandonar a concentração do Sevilla e foi levado pela família.
Sentia pressão ao ter que dar entrevistas e necessitava dos familiares e amigos no entorno, o que era impossível em viagens mais longas.
Sensação após marcar golaço contra a França na semifinal da Euro, Lamine Yamal costuma celebrar em campo fazendo com as mãos os números 304, dígitos que identificam o código postal de Mataró, município catalão onde cresceu.
Com só 16 anos, ele carrega com orgulho suas origens.
Primeiro, por uma questão óbvia: por sua pele escura e sendo filho de pai marroquino e mãe equato-guineense, ele tem a identidade espanhola constantemente questionada.
Segundo que, apesar de a Catalunha ser uma das regiões mais ricas da Espanha, em Mataró, costuma ser diferente.
Yamal veio do bairro de Rocafonda, em que metade da população está sob risco de pobreza, segundo o Instituto Nacional de Estatística da Espanha. O bairro operário foi criado nos anos 60 pra receber migrantes de regiões espanholas mais pobres, como Andaluzia, Murcia e Extremadura.
O jogo é entre Inglaterra e Países Baixos, mas não estranhe se um pequeno país insular a mais de 7.000 km de onde ocorrerá a partida tiver sua bandeira exibida em campo.
Aos 22 anos, Cole Palmer usa na sua chuteira a bandeira inglesa ao lado da bandeira de São Cristóvão e Névis.
Após a 2ª Guerra Mundial, precisando de mão de obra pra reconstruir o país, o Reino Unido facilitou a entrada de migrantes das suas colônias no Caribe.
Surgia a "geração Windrush", assim chamada em homenagem ao mais famoso navio que trouxe-os na viagem pelo Atlântico.
Os Palmers, de São Cristóvão e Névis, estavam entre essas famílias.
Sterry, avô de Cole, contou ao Daily Mail que seus pais migraram pra Inglaterra em 1955, quando ele tinha 2 anos, deixando-o com a avó em Basseterre, capital são-cristovense.