Esse é o símbolo da Frente de Ferro, organização paramilitar antinazista alemã que existiu durante a República de Weimar. Hoje, é usado por diversos coletivos antifascistas ao redor do planeta. Esse símbolo foi banido dos estádios de futebol dos EUA por ser considerado “político”
Nesta temporada, a Major League Soccer criou um novo código de conduta para os seus estádios, que impede demonstrações políticas. Porém, aí é que entra a discussão: para muitos, esse símbolo não é político, ele é apenas um símbolo contra perseguição e a favor dos direitos humanos
O que é um símbolo político? A linha é tênue e pode ser definida de forma arbitrária. Por exemplo, a MLS diz que uma bandeira LGBT como essa é permitida pelo seu novo código de conduta.
Mas e esse boné? Alguém seria proibido de entrar no estádio portando isso? A liga não sabe dizer. Em tese, é tão político quanto qualquer outro símbolo.
A região noroeste do país, quase no Canadá, é tradicionalmente progressista. A torcida do Portland Timbers, por exemplo, sempre utilizou o símbolo da Frente de Ferro em suas bandeiras, para se posicionar como uma torcida inclusiva e antifascista, e considera a medida um acinte.
(Essa é a torcida que, em 2017, levou faixas ao estádio dizendo: “escolha um lado. O nosso é contra o racismo”)
(os torcedores de Portland também produziram uma faixa com os dizeres “Now is the Time”, em referência à música de mesmo nome da banda The Specials, cuja letra diz: “se você tem um amigo racista, essa é a hora de acabar com essa amizade”)
Até porque a MLS é a liga que produziu camisa de treino para todos os seus clubes com essa estampa de camuflagem, em homenagem declarada às Forças Armadas dos Estados Unidos. Isso não seria também um ato político?
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Em 14 de abril de 1941, o governo Getúlio Vargas publicava o Decreto-Lei 3199 e proibia a prática do futebol feminino no Brasil.
Em 2027, mulheres de todos os cantos do planeta estarão em solo brasileiro disputando a maior competição futebolística que existe, a Copa do Mundo.
Um ano antes da proibição, o futebol feminino florescia. Equipes cariocas que jogavam e atraíam público foram convidadas até para ir a São Paulo, na inauguração do Pacaembu.
Mas o governo cedeu à pressão de setores conservadores da sociedade que pediam pelo fim da modalidade.
Dessa pressão, é famosa a carta de José Fuzeira, homem sem qualquer conhecimento técnico sobre esporte ou medicina, a Vargas.
"Acuda e salve essas futuras mães do risco de destruírem a sua preciosa saúde, e ainda a saúde dos filhos delas e do futuro do Brasil!", dizia a carta.
Que tal um Liverpool x Manchester United em Miami?
Ou um Real Madrid x Barcelona em Nova York?
Esse futuro pode estar próximo: a FIFA estuda permitir que jogos oficiais da temporada sejam disputados em outros países e anunciou um grupo de trabalho para avaliar a ideia.
O grupo, segundo a FIFA divulgou na quarta, terá representantes de clubes, ligas e torcedores.
A ideia existe há anos, sempre foi muito controversa e até gerou uma briga entre FIFA, UEFA e Premier League há mais de 15 anos:
Na época, a liga inglesa queria uma "39ª rodada".
Ela teria apenas jogos realizados fora do país.
Sepp Blatter, então presidente da FIFA, disse que o futebol não podia ser itinerante "como os Harlem Globetrotters ou o circo".
Michel Platini, presidente da UEFA, também reclamou.
Fundado em 1913 com o nome de Verdi, em homenagem a um dos maiores autores de óperas da história, Giuseppe Verdi, nascido em sua região, o Parma foi um clube de futebol de realizações modestas até ter sua história revolucionada por uma invenção inusitada:
O leite longa vida.
A região italiana da Emilia-Romagna é conhecida por sua produção de laticínios: é de lá que vem o queijo parmesão, o famoso parmigiano-reggiano.
No início dos anos 60, um jovem chamado Calisto Tanzi descobriu, numa viagem a Suécia, que lá se vendia leite em caixas de papelão.
Isso era possível pela pasteurização do leite em altas temperaturas, no processo chamado UHT, que aumentava muito a validade do produto.
Tanzi então investiu alto no leite longa vida, fechou um contrato com a empresa sueca de embalagens Tetra Pak e criou um império: a Parmalat.
Esse é o lema da torcida do Cobresal, adversário do São Paulo hoje pela Libertadores.
A frase não define só um clube que não se entrega.
Ela representa El Salvador, o último acampamento mineiro do Chile, uma cidade que se nega a desaparecer da Terra.
O Chile é o maior produtor de cobre do mundo.
Sua exploração foi estatizada pelo governo socialista de Salvador Allende.
Veio o golpe militar de Pinochet e várias das estatais foram privatizadas, mas não na exploração do cobre: ali, centralizou-se o trabalho na estatal Codelco.
O acampamento de El Salvador, no meio do deserto do Atacama, já existia para fins mineradores desde o final da década de 50, mas ganhou tração mesmo a partir dos anos 70.
Um clube de futebol foi criado ali em 1979, com o intuito de se profissionalizar e competir em alto nível.
Se o Flamengo sofrer um gol do Palestino, pela Libertadores, é possível que vejamos a comemoração da imagem abaixo.
Trata-se de uma homenagem a um personagem de quadrinhos que é um símbolo de resistência do povo palestino.
O Club Deportivo Palestino foi fundado em 1920 pela enorme comunidade palestina que imigrou para o Chile.
Ainda hoje, há cerca de 500 mil descendentes de palestinos no Chile, o maior número em um país fora do Oriente Médio.
Os palestinos sofreram muito preconceito no Chile: eram chamados de turcos, um termo pejorativo usado a todos que vinham da região do antigo Império Otomano - daí, o termo "turcofobia" que há por lá.
Criar clubes era uma das formas de unir a comunidade e conquistar espaços.