Agora a @beccalew apresenta pesquisa s/ a Extrema-Direita no Youtube e os sistemas de busca/algoritmos da ferramenta #aoir2019
@beccalew As pessoas reagem aos sistemas de busca como se fossem "neutros", observam esses resultados como verdadeiros, como reais. Não atinam que há algoritmos, pessoas bombando e etc.
@beccalew Ou seja, que envolvem "human agency" assim como outras formas de manipulação dos resultados.
@beccalew Ela diz que esses grupos de extrema-direita são "oportunistas da inovação" e que são muito bons em apropriar essas tecnologias para manipular a cobertura da midia tradicional e espalhar suas ideias.
@beccalew E que tem adotado estratégias de SEO e marketing digital para ampliar o máximo possível a mensagem.
@beccalew Acho que todos nós vemos isso por aqui tb... E acho particularmente interessante esse approach do Youtube como um sistema de busca de informação.
@beccalew A pesquisa anterior dela trabalhou com casos particulares de youtubbers que faziam testes para melhorar os resultados dos seus vídeos, e que, com isso em algumas buscas mais genéricas, esses vídeos de extrema-direita são super representados.
@beccalew Estratégias usadas: Issue hacking, a apropriação de um tópico ou hashtags para espalhar uma mensagem contrária (oi trabalho da @andairamf )
@beccalew@andairamf Outra estratégia: Oppositional cloaking - injetar o conteúdo em hashtags contrárias/termos contrários.
@beccalew@andairamf Outra estratégia: Influencer Amplification - Taggear pessoas que possam ampliar o conteúdo (influenciadores) - Aquilo que a gente tem visto como o uso da "autoridade" para legitimar o conteúdo falso.
@beccalew@andairamf Dog whistles é a última estratégia. Não entendi direito pq acabou o tempo. Mas basicamente o argumento é que a extrema direita está super tech savy na apropriação dos suportes e que os contextos e affordances são importantes para a desinformação.
Fico com a impressão de que não se tem dados ou dados confiáveis sobre casos de Covid e contágio nas escolas, o que reforça a narrativa de que está tudo bem. Pais não testam as crianças, não comunicam à escola e tudo continua "normal". Escolas não reforçam as medidas.
E não falo do teatrinho do álcool gel e do termômetro na porta. Mas das medidas que a gente sabe que são as efetivas, como o USO CORRETO da máscara, VENTILAÇÃO CRUZADA, por exemplo.
Sabemos que é difícil. Mas se decidimos que as aulas são obrigatórias e 100% presenciais, é preciso assumir a responsabilidade de mitigar os danos para a saúde das crianças. Tem que fiscalizar.
Duas semanas de aula e começam a aparecer os casos de provável contágio de Covid dentro das escolas. Várias crianças positivando ao mesmo tempo e bastante sintomáticas. Acho q estamos errando em reduzir tão rápido as medidas de distanciamento.
E claramente, as escolas não estão conseguindo manter medidas básicas. Enquanto não conseguirmos vacinar todas as crianças, vai estar tenso.
E fico ainda mais preocupada com o fato de não sabermos direito que tipo de sequela essa variante, em particular, pode gerar.
Algumas coisas interessantes: (1) Queda na articulação geral nos últimos dias. (2) Grupos de extrema-direita utilizando automatização de contas para tentar inflamar as conversações sobre a manifestação ...
(3) Baixa articulação da esquerda; (4) A conversação não derrama, não engaja outros atores da sociedade civil, o que provavelmente indica apenas uma articulação de grupos politicamente filiados.
Uma coisa q acho bem importante salientar nessa conversa de polarização é o seguinte: Todos os nossos estudos, desde 2018, identificaram o q alguns autores chama de "polarização assimétrica". Isso significa q há uma polarização acentuada de um lado e não necessariamente do outro
Ou seja, há uma radicalização extremada de um lado da conversação, mas não necessariamente do outro.
Também no Brasil não conseguimos, em quase nenhum dos nossos estudos, identificar uma "esquerda" e "direita" nessa polarização. Ao contrário, chamamos sempre de pró e anti, pois é ESTA a polarização que vemos construída.
Mãe contando que meu tio (idoso, porém não tanto) não quer tomar vacina pra Covid-19, quanto tiver, pois leu "na Internet" que ela altera o DNA humano e que as consequências são catastróficas. Esse é o poder da desinformação.
Ficou sabendo também que a vacina chinesa vai implantar microchips de controle. Está preocupadíssimo.
Claro que nisso ele falou para todos os irmãos. E claro que outros também ficaram preocupados, afinal, ele é uma pessoa que estudou. E fortaleceu a crença de que não tem que tomar vacina.