SÁTIRAS, VILIPÊNDIOS E GENOCÍDIOS – Os que defendem que o Porta dos Fundos “não fez nada de mais” contra a religião cristã, apenas piadinhas, ignoram que o anti-semitismo nazista que levou ao genocídio de judeus começou com... piadinhas. Segue⤵️
O Museu Memorial do Holocausto, nos EUA, possui digitalizado um amplo acervo de charges e caricaturas fabricadas pelos nazistas para vilipendiar valores religiosos e culturais judaicos. O escarnecimento público PRECEDEU o genocídio na prática em décadas.
Aliás, a propaganda do anti-semitismo através de filmes e caricaturas era uma das metas mais importantes do Partido Nazista, a cargo de um de seus chefes bem conhecidos: Joseph Goebbels.
A seguir, selecionei cinco peças que comprovam que o ódio religioso originador do Holocausto foi precedido de amplo vilipêndio e escárnio público ao judaísmo – certamente os que defendem o mesmo contra o Cristianismo hoje defenderiam a propaganda nazista naquela época, não é?
Imagem 1 – Cartaz do filme nazista “O Eterno Judeu” (1940), com exagero pictográfico de características físicas judaicas. O filme foi uma das mais importantes peças de propaganda do nazismo. Uma das partes do filme se dedicava a vilipendiar elementos do culto judaico. 
Imagem 2 – Filme nazista de 1933, “Boykott” defende o fechamento de lojas pertencentes a judeus. Uma caricatura de um judeu levando uma marretada na cabeça e um judeu é retratado com um narigão e olhos falsos. "Só humor", diriam hoje. O filme está aqui: collections.ushmm.org/search/catalog…
Imagem 3 – Pintura satírica de um judeu orquestrando a guerra contra a Alemanha, publicada na revista Kladderadatsch (1944), na época uma conhecida revista de... humor.
Imagem 4 – Pôster nazista (de 1936 ou 37) conclamando a lutar contra o comércio judaico. Mostra um judeu, caricaturado de forma estereotipada (nariz longo, olhos vermelhos, barba desgrenhada), batendo cabeça em revolta contra uma loja alemã.
Imagem 5 - Cartaz nazista com a caricatura de um judeu rico em um terno e cartola, conduzindo um homem alto, de olhos vendados, por uma coleira no pescoço. Data desconhecida.
Imagem 6 – Pôster mostrando um empresário ariano parado na porta de uma loja com os escritos “Negócio alemão", expulsando um vendedor ambulante judeu, satirizado de forma estereotipada.
Eu poderia continuar mostrando diversos outros exemplos. Façam a pesquisa: vão em collections.ushmm.org e digitem “nazi cartoons”. O acervo é imenso, de muitos anos anteriores à Guerra e ao Holocausto, mostrando que tudo começou com o vilipêndio à religião.
Começam com piadinhas, sátiras, escárnios à religião, ocultando o vilipêndio sob a justificativa de “liberdade de expressão”, acobertados pelo Judiciário, que deveria proteger também os valores religiosos fundamentais da sociedade, e depois passam ao que fizeram no Chile:
Primeiro, nos ensinam a tolerar o vilipêndio à religião como se fosse algo normal; depois, criticam quem não aceita isso como pessoas que "não respeitam liberdade de expressão" e "defendem a censura". Assim entorpecem as pessoas quanto a crimes maiores e silenciam quem se opõe.
O ódio religioso se inicia com o desprezo e o escárnio; passa para a agressão e a violência contra objetos de culto (o que já vem ocorrendo no Brasil; lembram das masturbações públicas com imagens e crucifixos?); termina com a violência contra os cristãos e os assassinatos.
Ou lutamos contra isso agora, ou aguardamos as conseqüências – que o nazismo na Alemanha já mostrou quais são. Tudo em nome de uma mal compreendida “liberdade de expressão” absoluta, que acoberta o crime e o ódio religioso. Nenhuma liberdade, contudo, é absoluta.
