O teto de gasto já acabou há muito tempo. Olhem p/ 2022: o teto, pela regra original, era de 1.610 bilhões.
Pela regra modificada (furos do PG), o teto seria de 1.681 bi.
Contudo, o gasto primário total vai ser de 1.831 bi.
Ou seja, + de 200 bilhões acima do teto original!
Repetindo: o gasto primário de 22 vai ser mais de 200 bilhões acima do teto original! Populismo eleitoral?
Desde 2020, já são quase 900 bilhões de gasto primário acima do teto original. Perto do famoso trilhão do PG. Importante em 2020, agora só serve p/ desmoralizar a regra
Para 2023, o teto estimado no PLOA é de 1.800 bilhões e a despesa estimada no orçamento ficou dentro deste limite.
Contudo, não considera muitas despesas praticamente certas, como o AB de 600 reais (lá está em +- 400). Somente esse delta custaria 52 bilhões. Novo furo no teto?
O PIB esperado p/ o ano que vem já está abaixo de 1%, com casas importantes apostando em recessão, e é sempre bom lembrar que não há ajuste fiscal que dê conta de entregar uma trajetória sustentável de dívida sem que haja crescimento econômico (1/4)
Aliás, o crescimento é a variável + importante p/ a sustentabilidade fiscal, pois (i) determina parte do primário (via receitas), (ii) afeta o denominador da relação Div/PIB e (iii) ainda, ao aumentar o emprego, diminui a demanda por assistência e outros gastos sociais (2/4)
Nesse ponto, portanto, as más notícias do lado fiscal não se resumem à piora na margem das 3 variáveis + importantes p/ definir dívida (juro, primário e PIB), mas também no fato de que o PIB de médio prazo está sendo sacrificado por conta da falta de rumo em que estamos (3/4)
É com muita satisfação que anuncio que estamos lançando, este mês, o livro "O destino dos estados brasileiros: liderança, responsabilidade fiscal e políticas públicas"
O livro foi organizado por mim, Fabio Giambiagi e @victorpinadias e contou com a colaboração de 23 autores, englobando, dentre eles, muitos (ex) secretários e subsecretários, além de especialistas da + alta categoria
A ideia do livro é mergulhar nas especificidades de uma amostra de 12 estados representativos (região, nível sócio-econômico, tipo de economia, partidos na gestão) para tirar lições fiscais (e não fiscais) do que fazer (e do que não fazer)
Para reforçar o Bolsa Família (Auxílio Brasil), o governo precisaria atender duas regras fiscais, o teto e a LRF. Em relação ao teto, o problema é basicamente encontrar espaço fiscal; em relação à LRF, o problema é achar uma fonte de custeio
Para resolver o espaço no teto, a "solução" do governo se dá via PEC dos precatórios. No fundo é uma medida que fura o teto, mas talvez de maneira + "limpinha". Além disso, tem o problema da bola de neve e do orçamento paralelo
Já para cumprir a LRF, a solução tem sido a reforma do IR, que cria o imposto sobre L&D, este se tornando a fonte da nova despesa. Mas aqui há 2 problemas: o 1º é que a reforma como um todo causa redução de receita (inclusive contraditório com a natureza da exigência)
Com a divulgação do IBC-Br, completamos os principais indicadores de atividade para junho. A atividade cresceu, puxada pelos serviços, uma vez que a indústria ficou estável. O comércio caiu, tanto no restrito como no ampliado.
Em relação ao esperado, o destaque também ficou com os Serviços, que cresceram 1,7% frente uma expectativa de +0,4%.
Indústria e comércio tinham vindo abaixo das projeções médias do mercado.
Agora uma leitura trimestral.
No 2T, destaca-se a recuperação do comércio, depois de fortes quedas no 1T, possivelmente refletindo a volta dos auxílios (e talvez a melhora na 2ª onda).
Serviços seguiram crescendo, com leve desaceleração.