O @danielolivalx fez uma boa entrevista com Isabel camarinha. Falaram brevemente dos enfermeiros e do sindicato dos enfermeiros portugueses. Na altura fazia parte da estrutura, embora não a tempo inteiro. Vou tentar contextualizar e completar a informação:
Com a gerigonça o movimento sindical teve esperanças de finalmente conseguir algumas reversões. Nem se tratava de conseguir conquistas, falávamos em reconquistar. Jerónimo tinha razão quando falava no desgaste da luta. Seria difícil mais 4 anos de PaF com a intenção escrita
De corte permanente de direitos ou o corte permanente de 600 milhões nas reformas e pensões. Os primeiros dois anos, na expectativa do que iria acontecer associado à exaustão da luta, levou a menos ações de luta e mais de negociação.
A habilidade de Costa que levou à maioria das negociações fosse infrutífera, em conjunto com 10 anos de reinvindicações não satisfeitas dos enfermeiros criou espaço para surgir novos actores. ARC ao longo do seu percurso sempre combateu o SEP, e aproveitou a oportunidade
Numa primeira fase, com apoio de Azevedo do sindicado dos enfermeiros - UGT. Líder sindical desde os anos 70, autor de frases loucas como chamar parasitas aos Enfermeiros não sindicalizados. Pessoa honesta ao ponto de assinar um acordo às 10h e renunciar às 15h
Na luta dos especialistas, o SEP não percebeu, não soube comunicar e deixou-se ser rapidamente e surpreendentemente ultrapassado. O feito do Azevedo é tão instável que não aguentou o seu próprio sucesso e deu vários tiros nos pés. Mas os danos no SEP e ARC continuavam
Essencialmente porque as nossas reivindicações não foram atendidas. Desde então, SEP nunca mais recuperou a iniciativa, erro fatal, ao deixar o terreno para quem o quisesse reclamar. Surgem novos sindicatos, várias traições, notícias falsas no Facebook, que levou ao evento
I greve cirurgica. Um Movimento inorgânico organizado e planeado, organiza um crowdfunding que recolhe fundos para algo nunca visto a nível nacional. O SEP nos anos 90 organizou algo semelhante no hospital da cruz vermelha com enorme sucesso. Mas era com dinheiro dos sócios
Num fundo aberto e transparente e num só hospital. Quando acabou a ação de luta o dinheiro foi devolvido aos Enfermeiros. Aqui o dinheiro tinha fontes anónimas, não controladas, para uma ação a nível nacional organizada por um movimento que não podia negociar nada.
Inevitavelmente tivemos a II greve cirurgica. Requisição civil e os enfermeiros não só não conseguiram nada como ficaram com uma carreira pior do que a que tinham. O dinheiro remanescente da II greve cirurgica? Guardado pelo movimento inorgânico...
SEP padece do mal de tantos outros sindicatos. Houve eleições no final do ano passado sem nenhuma renovação digna de nota. O que também afecta a credibilidade.
Daniel Oliveira tem razão quando afirma que o SEP não soube ler a nova realidade. a fenprof teve mais capacidade
Daniel Oliveira tem razão quando afirma que o SEP não soube ler a nova realidade. a fenprof teve mais capacidade
Chegamos a 2020 com 7 sindicatos de enfermagem, sem nenhum líder aceite pela maioria e sem inspirar respeito na sociedade. ARC lidera mas numa ordem dada vez mais isolada da sociedade. Em plena pandemia, não conseguiu lavar a sua imagem e da instituição
