Cariocas falam sobre a capital, mas acho que uma coisa que cariocas e não cariocas deveriam entender é que não deveria ser tabu falar da gente se tornar cidade federal. Nunca achamos nossa vocação porque nunca nos deixaram. Um exemplo é que 1/3 dos órgãos federais estão no Rio.
A União também é a maior proprietária fundiária da cidade. É a dona do Porto Maravilha mas também até de terras no Vidigal, sem alugá-las ou vendê-las. A verdade é que existe um problema na raiz do Rio de Janeiro que é a sua dinâmica institucional, machucada com a nova capital.
Fomos Estado da Guanabara até 1975, quando a ditadura militar decidiu pela fusão com o Estado do Rio de Janeiro como forma de enfraquecer a oposição democrática no Congresso. E a cidade acabou ficando perdida. Com administração federal muito presente, sem se achar sozinha.
Na Alemanha, Bonn – que era a capital da Alemanha Ocidental – se tornou uma cidade de interesse federal (“Bundesstadt”). São Petesburgo tem uma dinâmica similar. Acho que a União precisa deixar o Rio seguir seu próprio caminho ou então pensar bastante em uma alternativa dessas.
#polêmica
Não sei o que achar totalmente não, mas é que eu realmente acredito que exista um problema institucional no município. Após ter sido capital, acumular tantos equipamentos para depois ser esvaziada no seu dinamismo de cidade política, o Rio ficou meio “Leviatã Anêmico”.
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
É curioso como muitas pessoas parecem querer que as relações internacionais do Brasil sejam conduzidas por razões morais, mas como poucas refletem sobre o que seria melhor estrategicamente para o país.
Quais alianças, por exemplo, fazem o Estado projetar a sua liderança melhor?
Qual alinhamento faria com que os interesses do Brasil sejam mais ouvidos no exterior, como para reformar organizações internacionais? E o que é melhor comercialmente?
Se a ideia é discutir a política externa do nosso país, isso deveria estar bem mais na cabeça de quem a pensa.
Tem quem ache que o Brasil deveria se manter equidistante entre os polos, pois pode ser uma ponte entre grupos como o BRICS e a OCDE.
Outros creem que o país deveria brigar pela liderança do Sul Global e negligenciar o Ocidente. Mais alguns vão preferir o alinhamento com os EUA.
Ouvindo o Foro de Teresina – que, repito, está ÓTIMO –, queria fazer um comentário sobre a comparação entre as milícias e o PCC, quando se falou da questão da licitação de ônibus.
Em dado momento, comparou-se ambos. Foi dito que o PCC tenta “legalizar o crime”, a milícia não. 🧶
“Há uma intenção do PCC de legalizar o crime, então você entra nas licitações públicas, você entra no setor financeiro (…)
Os postos de gasolina são muito usados como forma de lavagem (…)
No caso da milícia, ela usa o gatonet, o gás, mecanismos ilegais para se financiar”.
Então, pra falar de milícias: desde os primórdios desse modelo de organização criminosa, era preciso diversificar as fontes de receita, já que – embora hoje existam essas “narcomilícias”, que rivalizam com as antigas – os tradicionais não arrecadavam com tráfico, muito lucrativo.
A confirmação do envolvimento do clã Brazão no assassinato de Marielle Franco precisa acender um debate sobre a relação entre crime organizado e política no RJ.
Esse texto vai ser longo, mas precisa ser mesmo. A classe política fluminense é conivente com organizações criminosas.
Todo mundo da política sabe que Domingos Brazão é envolvido com grupos milicianos. Todo mundo sempre soube. Mas o campeão de votos de Rio das Pedras, por anos reduto mais forte da milícia, integrou a cúpula do PMDB-RJ na sua época de ouro. Sempre fez dobradinha com Eduardo Cunha.
Na Alerj, Brazão era poderoso – ainda que tenha sido mencionado na CPI das Milícias de 2008 e que tenham cassado seu mandato por um tempinho em 2011. O motivo era usar a “ONG Centro de Ação Social Gente Solidária” para compra de votos. Mas ele ganharia os holofotes com uma briga.
Após o lobby internacional, vários países reconheceram a vitória do Lula assim que os resultados eleitorais de 2022 foram divulgados, e figuras importantes do nosso establishment político também.
Uma análise concreta de custo-benefício sugeria que um golpe não era sustentável. +
Mesmo assim, o Bolsonaro tentou. Tinha o apoio, segundo notícias, do comandante da Marinha; do comandante de Operações Terrestres, com muitas tropas à disposição; e de uns 5 generais do Alto Comando do Exército.
Um golpe seria bem-sucedido? Depende do que você considera isso. +
A falta de aval internacional e empresarial indica que o presidente eventualmente seria forçado a renunciar.
Mas eu tenho a impressão que o golpe seria inicialmente bem-sucedido, e por uma razão muito simples:
Ninguém iria parar o avanço das tropas leais ao Bolsonaro. +
O relatório da OCHA (Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários) dá um panorama realista e muito grave da situação.
A quantidade de mortes ser reportada pelo Hamas e por Israel importa pouco diante de outros números oficiais da ONU:
Dentre as informações gravíssimas relatadas:
A quantidade de deslocados internos em Gaza é estimada em 1 milhão – pessoas que deixaram suas casas – e 527 mil delas tão em abrigos da UNRWA (agência da ONU pra refugiados palestinos). Esses abrigos tão em condições cada vez piores.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) diz que foram 59 ataques contra o sistema de saúde no total, matando 491 pessoas e ferindo outras 370.
Isso inclui 16 mortos entre profissionais da Saúde e 28 feridos, todos no exercício da função médica.