Alicate na planilha de propinas da Odebrecht, raposa velha do PODEMOS, passou maior parte da vida política no PSDB, não como independente, mas sendo umbilicalmente ligado às estruturas do partido. Nunca me enganou. Ele queria ter sido o candidato do Centrão em aliança com o PSDB. 
Eu não sabia, porém, que o oportunismo que ele sempre demonstrou ter era, na verdade, campanha antecipada para uma figura até então acima de qualquer suspeita para nós. Para isso, contava com a falsa militância orgânica de um movimento que ganhou fama como "direita permitida".
A relação de Moro com Dias já tinha sido destacada pelo Diário do C* do Mundo. Mas, como a gente não se mistura com quem come cocô, a notícia passou despercebida para nós. Por que será que o Jornal Nacional e outros veículos da mídia "isenta" não destacaram este fato?
Até relógio parado acerta duas vezes. A reportagem da turma das comidas exóticas, que atacava a Lava Jato por ter bandido de estimação, traz outras informações interessantes. Ignoramos tudo pela surpresa e felicidade de finalmente ver corruptos na cadeia.
diariodocentrodomundo.com.br/preste-atencao…
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Já a relação de Alicate com o Vem Pra Rua ficou mais escancarada quando o movimento passou a se dedicar às pautas do "Muda, Senado", nome fantasia do marketing político do Podemos. O movimento, outrora defensor do Aécio, agora estava de braços dados com o puxadinho do PSDB.
Foram muitos os embates com o VPR e muitos os indícios de que eles, o Podemos e parte da extrema-imprensa compunham o mesmo bloco opositor ao Bolsonaro, formado pela falsa direita, que só se preocupou com a corrupção do PT em 2014, quando sentiu que Aécio ganhou, mas não levou.
Muitos embates... 1.
Muitos embates... 2.
Muitos embates... 3 (naquele setembro de 2019, eu ainda não sabia que Moro sempre fez parte do projeto político).
Muitos embates... 4.
Muitos embates... 5 (reparem que houve pressão das viúvas de Aécio, via imprensa, pela nomeação de Deltan na PGR. Foi a visão conservadora de mundo que nos fez recusar. Havia campanha difamatória contra o Aras, que eu também caí. Tudo planejado. Moro já aparecia como político).
Muitos embates... 6.
Muitos embates... 7. (Se o Podemos quisesse mesmo lavar a toga, teria articulado com Alcolumbre e demais senadores a aceitação de um dos vários pedidos de impeachment de ministros do STF. Eles queriam marketing político de graça na Globo sem precisar enfrentar os togados).
A insatisfação do povo "com tudo o que está aí" (isto é,com o estamento burocrático) era clara em 2013. Mas, a elite política, em conluio com a imprensa, manteve o teatro da falsa oposição entre PT e PSDB. Só que Caim era guloso e traiu Abel, deixando uma sensação estranha no ar.
Se o estamento burocrático confiasse nas urnas eletrônicas, não teria aprovado a PEC do voto impresso em 2015, quando se sentiu traído por manobra do PT. E não teria recorrido ao STF para derrubar a lei em 2018, quando Jair Bolsonaro já era líder nas pesquisas eleitorais.
Isso porque Jair Bolsonaro sempre foi o elemento surpresa dessa trama. O estamento burocrático nunca acreditou que o povo fosse levá-lo ao poder, mesmo com todas as sabotagens que colocaram em prática.
Nessa época, nós ainda não tínhamos reparado que todos aqueles que se destacaram na mídia pelo protagonismo durante o impeachment da Dilma estavam ideologicamente mais afinados com o PSDB. Deixamos a raposa organizar o galinheiro, como bem tinha alertado um certo professor.
Só não sabíamos que Moro fazia parte dessa "direita permitida". É por isso quis visitar Bolsonaro no hospital para "aparecer politicamente", fazia pesquisas eleitorais enquanto era ministro e saiu do governo do jeito que saiu.
Nunca foi tão fácil escolher: se você quer a volta da dobradinha PT/PSDB numa nova roupagem, vire as costas para o Bolsonaro. Agora, se você ainda sustenta no peito aquela mesma insatisfação com o estamento burocrático que tinha em 2013, temos um líder que quer o mesmo que você.
