Mais confusão na divulgação dos dados do coronavírus do Equador. Após passar o dia de ontem sem atualizar os números e nem dar explicações, os números do Ministério agora vêm com 2,4 mil casos a menos que segunda-feira. Também não explicaram a razão.
O número de casos descartados também diminuiu em relação ao que o próprio Ministério dava na segunda-feira (tweet citado).
Em compensação, as mortes aumentaram.
Em compensação, as mortes aumentaram.
Dos países "transparentes" do continente nesta pandemia, o Equador é, de longe, aquele que vem demonstrando os dados menos confiáveis. São grandes saltos em um dia e silêncios no seguinte, e poucas justificativas para a bagunça.
Hoje, pela primeira vez, os casos CAEM.
Hoje, pela primeira vez, os casos CAEM.
É impossível que o número de casos confirmados caia, a não ser que tenha mudado algum critério (Uruguai e Porto Rico já reduziram seus números, mas explicaram: antes contavam testes positivos, depois passaram a considerar indivíduos, que podem ser testados mais de uma vez).
Os casos confirmados não são as pessoas que têm a doença neste momento (que pode cair). São pessoas que a tiveram em algum ponto da pandemia. O caos equatoriano, visto em imagens dramáticas em março e abril, também está nos números oficiais.
Vamos acompanhar para ver se vem algum esclarecimento para a discrepância em relação aos dados anteriores ou se ficará por isso mesmo.
Imprensa equatoriana também está um tanto atordoada pelos números de hoje.
Ministério deve se pronunciar às 16 horas de Quito (18h de Brasília).
A explicação oficial para a variação dos números para baixo é a mesma dada por Uruguai e Porto Rico anteriormente: segundo as autoridades equatorianas, foram excluídas das contagens as pessoas que deram positivo múltiplas vezes, e agora o número considera só os indivíduos.
Isto é: uma mesma pessoa que foi testada várias vezes e deu positivo em mais de uma oportunidade estava entrando na lista duas ou três vezes. A ideia é "limpar" os dados oficiais desse ruído e ter uma dimensão mais clara de quantos pegaram, não de quantos testes positivos houve.
Como o problema da testagem repetida não estaria acontecendo com as vítimas fatais, o número de mortes subiu.
