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Fala galera!

Vamos discutir um pouco sobre Ecologia da Antártica?
Segue aí que eu já conto pra vocês no que nos aprofundaremos na #BioThread dos #Cetáceos de hoje...

#DivulgaçãoCientífica
#CientistasDeTwitter
#ApoieACiência Image
Hoje começamos falando sobre Ecologia Antártica e alguns de seus componentes biológicos, como as algas e o Krill Antártico (Euphausia superba), e contando o que as baleias tem a ver com tudo isso!

Vamos lá?
Nas águas antárticas, a variação de gelo é sazonal:

-No inverno, grande parte da superfície das águas circumpolares antárticas estão congeladas;

-No verão, parte disso descongela, deixando a superfície descoberta e causando inúmeras consequências ambientais e ecológicas... Image
Dentro de todo este processo sazonal que a região sofre, os organismos que usam estas águas ao longo de sua vida permanente ou temporariamente devem estar adaptados a este ciclo para sua sobrevivência e sucesso ecológico...
Quando o gelo se forma, muitas coisas mudam, mas para início de conversa, ele surge como uma barreira física entre os ambientes aéreo e aquático e como uma barreira extra contra a luz solar, diminuindo a quantidade de raios solares que penetram na água! Image
Conforme as águas superficiais formam camadas de gelo, incorporam consigo, também, o que há dissolvido nelas: nutrientes, microrganismos e matéria orgânica (M.O.)!
Agora imagine que você é uma alga e precisa, dentre outras coisas, de: luz solar e M.O. para realizar sua fotossíntese.

O que faria nesta situação, com o gelo diminuindo a quantidade de luz que penetra na água e diminuindo a quantidade de M.O. dissolvida?
Uma adaptação que algumas algas apresentam para sobreviver no inverno antártico é se fixar na superfície inferior/interna do gelo.

É o mais próximo que podem chegar da superfície da água, da luz solar e da M.O. presa no gelo...

E isso nos leva ao segundo participante... Image
O Krill Antártico:

O termo “Krill” pode ter origem no norueguês para “Comida de baleia” (Quem diria, não?)

e se refere a um grupo de animais similares (mais na thread do @bio_marinha - )

Mas aqui falaremos especificamente do E. superba. Image
Esta espécie é endêmica, como o próprio nome sugere, de águas antárticas e ali vivem em águas costeiras até mares profundos e abertos: Image
Sua alimentação é baseada em fitoplâncton, algas e em componentes do zooplâncton de menor tamanho que eles.
No geral, podem adotar dietas onívoras até herbívoras, dependendo da disponibilidade dos diferentes tipos de alimento...
Não há luz solar abundante sob o gelo, então o fitoplâncton é bastante limitado durante o inverno; mas há aquelas algas aderidas à face inferior do gelo e outros componentes do zooplâncton...
Agora pense comigo... se você fosse um dos muitos Krills que vivem sob este gelo, qual seria sua estratégia neste cenário?
O que acontece com os Krill, pelo que se sabe hoje, é que, durante o inverno, os adultos adotam uma dieta muito baseada em zooplâncton e os juvenis adotam uma dieta baseada nas algas aderidas ao gelo e, portanto, dependem desta camada. Image
Como são os jovens que se alimentam das algas aderidas no gelo, pode-se dizer que estas algas – e o substrato onde elas crescem – são responsáveis pelas próximas gerações de Krill... Image
E o que os Krills tem de tão importante?

Inúmeras coisas, mas por enquanto: são alimento para diversas espécies antárticas, como baleias, focas, aves, peixes... mas sua importância vai muito além de sua distribuição e sem o Krill, muitas espécies desapareceriam. ImageImage
E já que falamos das baleias... onde elas estão nesta história toda? Como só falamos do que se passa no inverno, as baleias “ainda não chegaram” na antártica! Image
Conforme o verão se aproxima, o gelo derrete e, sem ele (e com a vinda do verão), a água volta a receber doses razoáveis de luz solar e a M.O. que estava congelada é devolvida para a água...

...e com luz e matéria orgânica, o fitoplâncton volta a se proliferar abundantemente...
É neste período que as águas antárticas se tornam águas de grande produtividade primária por conta do fitoplâncton!
E se as algas no gelo foram capazes de alimentar os juvenis de Krill durante o inverno, agora o fitoplâncton é capaz de alimentá-los durante o verão... o que também garante que as baleias, ao chegarem na antártica para se alimentar no verão, encontrem Krill em abundância! Image
Pra laçar algumas coisas de vez, é necessário notar a sobreposição entre o mapa de distribuição de E. superba e as regiões de migração de baleias jubarte já citadas e a relação entre a migração destes animais com a disponibilidade de alimento...
Por enquanto é isso, galera!

É um ecossistema bastante desconhecido pelas dificuldades de pesquisa, mas mesmo assim já é ameaçado pelos impactos antrópicos!

Espero que tenham gostado e logo mais tem conteúdo novo! Fiquem ligados!

Valeeu!
Imagens:
2.earthobservatory.nasa.gov/features/SeaIc…
3.greenpeace.org.uk/challenges/pro…
4.researchgate.net/figure/Ice-alg…
5-6. SIEGEL, V. Biology and Ecology of Antarctic Krill. Springer International Publishing, 1 Ed., 2016.
7.icestories.exploratorium.edu/dispatches/big…
8. Melbourne-Thomas et al. Under ice habitats for Antarctic krill larvae: Could less mean more under climate warming? Geophysical Research Letters, 43, 10.322-10.327, 2016.
9. oceansurfacecals.weebly.com/energy-pyramid…
10.
11. antarcticsun.usap.gov/science/4051/
12. (GIF Produtividade) gifer.com/en/AalW
13. theindianwire.com/science/decrea…

Principal referência:
SIEGEL, V. Biology and Ecology of Antarctic Krill. Springer International Publishing, 1 Ed., 2016.
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