Um dos maiores problemas com predições da pandemia na fase em que estamos é que medidas de isolamento e o desrespeito delas alteram demais a taxa de transmissão. Segue um fio sobre um estudo na Alemanha mostrando como isolamento é eficaz e como é possível calcular essa incerteza.
A crítica mais importante sobre as primeiras predições do Imperial College (necsi.edu/review-of-ferg…) é que não levaram em consideração o impacto de outros tipos de intervenção nos cenários de isolamento intermediários. Foi o que acabou fazendo a maior diferença.
Agora aproveitaram os dados da Alemanha, onde foram feitos mais testes, pra estimar quanto cada medida de isolamento intermediária serviu pra reduzir o crescimento da pandemia por lá. E produziram um modelo pra extrapolar os efeitos pra outros países. science.sciencemag.org/content/early/…
Concluíram que a epidemia foi impactada por três medidas do gov. alemão: o cancelamento de grandes eventos como jogos de futebol em 09/03, o fechamento de escolas e creches em 16/03 e a quarentena com proibição de contato e fechamento de comércio em 23/03. 
Cada medida dessas diminuiu o crescimento da pandemia, mas só com o distanciamento social obrigatório e o fechamento de comércio não essencial que o número de casos parou de crescer e começou a diminuir. Mesmo assim, diminuir de maneira frágil, que depende das pessoas respeitarem
E em um dos países que mais faz testes da população, o atraso entre as medidas serem tomadas e o reflexo na queda do número de casos foi de quase 12 dias. Em países onde não se testa tanto, acompanhando por internações (como aqui), esse atraso é bem maior.
Eles não extrapolam para outros modelos de isolamento pq nem faz sentido. Mas uma queda de casos de só -3% mesmo com todas essas medidas mostra que isolamento vertical não funcionaria pra conter os casos. Isso falando da Alemanha, que tem uma líder presente e segue as medidas.
Juntando as pontas com tendências reais, isso explica a queda lenta de mortes como em NY (). Todas as medidas alemãs reduziram o crescimento da epidemia de 30% para -3%. Ou seja, os casos subiam 10 vezes mais rapidamente do que estão caindo.
