1/5 Chesterton dizia que só há dois assuntos interessantes: a religião e a política.
vejo povo falando que se ocupar de política é aviltante, e acho que isso merece qualificação: a mera política partidária é, sim, preocupação reles. mas a política como expressão das paixões [+]
vejo povo falando que se ocupar de política é aviltante, e acho que isso merece qualificação: a mera política partidária é, sim, preocupação reles. mas a política como expressão das paixões [+]
2/5 ...humanas é não só um assunto apaixonante como catalisa a inspiração artística, de Stendhal a Tolstoi, de Jacques-Louis David a Hogarth. difícil negar a altivez de espírito de Dante, e ele foi um homem intimamente envolvido com a política do dia.
3/5 a política tem um gradiente de intensidade: vai da discussão comezinha de formalidades à perda do seu emprego (ou pior) pq você preferiria não sujeitar seu filho a certas experiências. se o que está em jogo é a sobrevivência, não falar de política seria apenas nefelibatismo.
4/5 se a imagem de alguém que vive só para a política é algo q instintivamente nos repele, deveria repelir igualmente pensar no nefelibatismo de um P. G. Wodehouse tão alheio à política q fez uns programas de rádio pros nazistas (na inocência, ele realmente não viu nada de mais).
5/5 cada um tira da experiência o que leva para ela. nada impede que os artistas vejam na política meramente o ser humano aplicado em suas baixezas e virtudes, e sintam o mesmo que motivou a frase de Terêncio: "humani nihil a me alienum puto", "tudo que é humano me deixa puto".❧
