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As manifestações mostram que os 30% de bolsoaprovação é o piso. Não tem como derrubar um cara tão popular.

Porém, também é verdade que as últimas ações dos ministros do STF indicam que eles não vão parar até derrubá-lo.

O resultado talvez seja travar tudo até a próxima eleição.
Pode parecer maluquice, mas acho que talvez fosse o caso de antecipar as eleições gerais — gerais mesmo, incluindo até a substituição dos ministros do STF.

Creio que o melhor modo de fazer isso seria com uma medida simples e radical: o referendo do reset.
(Roubei e adaptei o nome de alguém que comentou ontem aqui)

O referendo é uma medida prevista na constituição que envolve diretamente a população. Portanto, não vejo como alguém pode seriamente acusar isso de anti-democrático — mesmo com o excesso de formalismo brasileiro.
O referendo teria cinco perguntas simples:

1 - Você quer escolher um novo presidente da república?
2 - Você quer escolher novos parlamentares?
3 - Você quer que novos ministros do supremo sejam escolhidos?
4 - Você quer qual sistema eleitoral para o legislativo: a) o mesmo;...
... b) distrital; c) distrital misto.
5 - Você quer que os candidatos possam se candidatar sem pertencer a partidos?

Se o “sim” ganhar em qualquer uma das duas primeiras perguntas, novas eleições serão imediatamente convocadas em 90 dias para os respectivos cargos.
Se o “sim” ganhar na terceira, os ministros atuais são destituídos e, dependendo dos resultados anteriores, são imediatamente substituídos ou logo após a eleição do novo presidente ou senado.
O referendo viria com uma cláusula que todo mundo que está no poder poderia concorrer ao mesmo cargo, já que isso é uma medida excepcional (logo, Bolso poderia voltar sem contar como re-eleição, Gilmar Medes poderia ser indicado de novo, etc.).

Ou seja, os direitos políticos...
... de todos seriam mantidos, DESDE que a população quisesse reconduzí-los novamente ao poder (diretamente ou indiretamente, como no caso do STF).

Sei que essa opção iria deixar toda a classe política nervosa, já que potencialmente mudaria totalmente o jogo de forças, mas...
... também me parece óbvio que essa seria uma medida democrática: o povo iria decidir se teria novas eleições e quem iria vencê-las. Inclusive, a resposta poderia ser manter como está — e aí ninguém ia poder reclamar de ditadura.

Obviamente, é praticamente impossível...
... um referendo tão bombástico receber apoio político suficiente e conseguir a maioria no legislativo.

Porém, caso a situação comece a feder mesmo e pareça que o STF vai começar a cassar chapas e que o artigo 142 possa ser realmente usado, essa seria uma opção que poderia...
... acalmar as coisas (relativamente) APÓS a crise. Afinal, se o caldo entornar, será difícil para o vencedor — seja quem for — convencer 60% da população que sua vitória foi legítima.

O projeto desse referendo podia ser elaborado até preventivamente e ficar como uma espécie...
... de carta na manga para um cenário “nuclear” — quando o sistema político inteiro balançasse e começasse a crescer a violência nas ruas (cujos primeiros sinais já apareceram hoje).
Sei que o referendo do reset pode parecer maluquice, mas... a política brasileira já está maluca há muito tempo. Ao menos, isso iria reciclar algumas figuras políticas e colocar o povo como protagonista do processo.
(Se o cara que criou o nome da PEC do reset aparecer aqui, eu agradeço pelo nome — adaptei um pouco para caber na ideia do referendo, que seria mais apropriado. Desculpa ter esquecido quem foi!)
O grande obstáculo desse plano é que precisa ser aprovado por maioria simples pelo senado e congresso.

Mas só precisa de um terço para ser proposto para discussão. Talvez só colocar em discussão fosse suficiente — a pressão popular se encarregaria do resto, em caso de ruptura.
Eu também acho que esse plano podia funcionar como uma espécie de antídoto para algum desvio no artigo 142 — se os militares tentasse mesmo tomar o poder (e colocar o Mourão, ou uma junta, ou mesmo, sei lá, um tipo de parlamentarismo), teria uma alternativa claramente...
... democrática já pronta para ser ativada. Ficaria muito difícil NÃO convocar novas eleições gerais em caso de ruptura depois que esse plano já estivesse circulando nos meios oficiais.

Ou seja, acho que esse referendo serve mesmo se não passar — como uma espécie de seguro.
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